Então quer dizer que a vida é desse jeito mesmo, decepções, amargura, tristeza, mas... de fato existia um pingo de felicidade na vida da Railey, uma garota bastante temperamental de poucos amigos mas os que ela tinha com certeza eram fiéis e ela sabia disso e se não sabia um dia iria descobrir, desde pequena Railey sempre foi caidinha pelo seu vizinho Tommy e isso pode-se dizer que gerou algumas complicações na vida dela em maior parte da família já que a família da Railey não se dava tão bem com a do Tommy e também com a família da... conversa pra outro dia.
Railey estava agora deitada na cama, mas não na sua cama e sim na do seu amor meio que proibido.
– o que vai querer comer agora? – perguntou Tommy vestindo a camisa.
– o que você quiser fazer.
– quer me ajudar a preparar? – falou ele se virando e sorrindo pra ela.
– com certeza, com você tudo fica bem...
Ela agora o puxa pela camisa caindo assim em cima dela que estava ainda deitada apenas com o cobertor cobrindo seu corpo.
– Railey... – disse ele indo para o lado dela deitando-se olhando para o teto.
– sim...
– o que seus pais acham disso tudo? não quero viver a vida toda desse jeito.
– não importa o que eles acham Tommy. – disse revirando os olhos e se vestindo.
– claro que importa, eu quero você mais do que tudo, mas isso complica... quero te tocar, te beijar. – ele dizia beijando as costas dela. – estar contigo sempre!
– é complicado e você sabe, estávamos tão bem por que você tocou nesse assunto?
– esse é o segundo dia que você falta a escola pra ficar aqui comigo.
– então esse é o problema?
– não...
– e qual é? – pergunta ela agora de pé indo para a janela.
– só... quero que você seja feliz, e sinto que só comigo você não vai ser feliz.
– quem colocou isso na sua cabeça Tommy?
– eu... quem mais colocaria?
– não sei... esses seu amigos da faculdade talvez?
– eles não são assim!
– tá certo então, vai indo preparar nossa comida que eu já vou te ajudar.
Tommy a olha com indiferença e segue para a cozinha apenas com sua camiseta regata e sua cueca, Railey o observava sair de fininho e então corre até a estante do quarto e pega seu celular discando o número da Pearl.
– Railey!
– oi amiga, sei que não sou muito de ligar e você também sabe mas eu tava pensando que a gente poderia matar aula amanhã.
– não vai dar... queria de verdade, mas eu tô de certa forma querendo focar nos meus estudos. – falou Pearl.
– desde quando você estuda? brincadeira, tá certo então... vai perder as novidades.
– que novidades?
– ia te contar amanhã mas já que não quer ir... – dizia Railey se olhando no espelho.
– Railey, você já faltou dois dias a escola só nessa semana, queria que você estivesse mais presente comigo...
– e eu tô amiga...
– não! não tá, você tá agindo como a Kate, Wendy, Emma... todas elas foram se afastando aos poucos.
– se chama vida Pearl.
– sei que temos mas... tem toda aquela coisa de amizade, sinto que posso estar ficando pra trás nesse quesito.
– deve ser coisa da sua cabeça, olha, se é tão importante pra você eu dou um jeito de ir amanhã...
– ótimo, a novidade é sobre quem ou o que?
– sobre o meu vizinho... – disse Railey rindo.
– não vai me dizer que finalmente conseguiu pegar ele...
– beijos amiga, amanhã mais detalhes, tenho que dormir cedo, se não acordo insuportável.
– não desli...
Railey agora guarda o celular e segue para a cozinha onde estava Tommy preparando macarrão com alguma coisa assando, parecia galinha enquanto Railey se aproximava ele cantava uma música, ele nunca foi de cantar em público e tinha vergonha de se mostrar mas tinha esquecido que Railey estava naquela casa.
– linda voz!
– por que não fez sinal dizendo que estava aí? – disse ele se recuperando do susto.
– só queria te ouvir cantar...
– já tá dando a hora de você ir embora.
– quer que eu vá?
– claro que não! mas imagina seus pais resolver ligar para a escola ou qualquer coisa do tipo.
– vou comer rápido então.
Os dois comiam enquanto se olhavam, o coração dos dois praticamente sorriam um para o outro, o brilho naquele olhar e tudo mais fazia Railey se apegar ao amor dele mais do que nunca, ela não gostava de sua família o que a mantinha longe de todos, ela nunca revelou isso para suas amigas mas ela se sentia mais confortável em se abrir com Emma e Pearl justamente por terem problemas com a família quase parecidos, Kate também tinha mas ela agia de forma diferente sobre esse assunto.
– acabou? – perguntou Tommy.
– ah... sim.
– quer que eu te leve, já está um pouco tarde...
– não, não precisa.
Railey se levanta e vai até a cadeira em que Tommy estava, da um beijo nele e vai pegar suas coisas no quarto, Tommy a observava sair da cozinha e rapidamente se levanta e a segue até o quarto.
– você tá bem?
– sim, por que não estaria? – fala Railey vestindo suas roupas.
– você se fechou do nada.
– não é nada com você, é só que quando chega a hora de eu ir... sinto um vazio.
– já estamos prestes a acabar com isso Railey...
– não, não estamos, quem você quer enganar?
– ninguém, só querendo te deixar feliz até por que meu mundo sem você nele não é nada.
Railey agora se senta na cama e começa a chorar, suas mãos cobrindo seu rosto com vergonha do Tommy ver mas o mesmo segue até a cama e a abraça com força dando um leve sorriso enquanto seu olhar brilhava juntamente com as lágrimas que estavam prestes a cair também.
– é muito difícil sabe... tento me manter forte mas não consigo ficar assim por muito tempo, também sou humano!
– sabe o que você vai fazer? – falou Tommy segurando seu rosto. – você vai pra sua casa, não vai ligar pra nada que ouvir, vai direto pro seu quarto e aí você me liga e conversaremos a noite toda, ok?
– ...
– ok Railey?
– tá bom.
Os dois dão um último beijo e então Tommy a acompanha até a porta, Railey vai pela rua devagar olhando para todos os lados cautelosa para que ninguém a visse a frente de sua casa estava escura mas na varanda tudo estava claro, seu pai estava dormindo na cadeira de balanço, ela caminha bem devagar para não acorda-lo e finalmente abre a porta de sua casa conseguindo entrar dando de cara com Suzanne sua mãe.
– onde você estava?
– na casa da Pearl...
– eu já disse que não quero... esquece não adianta falar não é.
– ainda bem que se tocou, não vou ficar muito tempo aqui.
– pra onde você vai?
– até o shopping, preciso fazer umas compras. – dizia ela prestes a subir as escadas.
– com que dinheiro?
– com o que vocês me davam quando lembravam que ainda tinha filha.
– já é tarde Railey, se você for vai ficar pouco tempo por lá.
– ótimo!
Railey continua subindo as escadas até finalmente chegar no seu quarto, em questão de segundos ela se troca vestindo outra roupa e começa a arrumar sua bolsa, com poucas coisas mas mesmo assim precisava ser arrumada assim como seu quarto, já que ela não passava muito tempo na sua casa quase não arrumava nada por lá.
Ela estava agora descendo as escadas até se separar agora com seu pai no final dela e sua mãe logo atrás.
– onde você pensa que vai? – berrou seu pai.
– ao shopping... – falava descendo um degrau.
– você não vai, já está tarde!
– não importa, eu sei me cuidar, você é tão presente que nem me viu entrar aqui nessa casa! – gritava ela.
– você é um desgosto pra essa família Railey!
– não importa! vocês não gostam de mim e eu não gosto de vocês, estamos ótimos assim não é? estou cuidando do meu futuro e olha... sem a ajuda de vocês.
– cuidando do futuro... – ele riu. – faltando a escola e indo pra casa do vagabundo do Tommy?
Naquele instante o coração da Railey havia congelado, seu pai a olhava com desgosto e sua mãe também que agora estava chorando, Railey agora estava sentada na escada sem saber o que falar e muito menos o que fazer mas em um piscar de olhos ela se levanta e desce em direção a porta passando por eles até seu pai segurar seu braço e a olhar no olho.
– você... não vai! – dizia seu pai rangendo os dentes.
– e quem vai me impedir? você? – Railey começa a rir. – essa rivalidade tosca com a família do Tommy é entre vocês e os pais dele, eu e ele não temos nada a ver com isso então... sugiro que você largue meu braço ou eu vou fazer um escândalo no meio da rua!
O olhar dos dois era desafiador, Suzanne agora estava na escada chorando enquanto Railey se encarava com seu pai até ele soltar seu braço e ela sair rua afora o mais rápido que conseguiu, seu braço estava vermelho de tanto que ele apertou, o que a Railey queria era simplesmente chorar mas então engoliu o choro e seguiu até o shopping daquela maldita cidade.
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F I V E
Teen FictionCinco amigas, cinco vidas diferentes, uma luta por igualdade e direito estaria prestes a começar, famílias rivais, brigas e muito mais envolvem a vida dessas garotas que tem um psicológico abalado graças aos seus problemas, vão fazer de tudo para co...