Capítulo 35

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27. A visita.

Acordo sem lembrar o que aconteceu depois do Blake ter visto aqueles paparazzis. A única coisa que eu sabia naquele momento, era que eu tinha acordado na casa dos Hossler.

- Dormiu bem? - diz Jaden sentando na cama.
- Você lembra como a gente chegou até aqui? - pergunto.
- Não. - ri - Eu lembro de correr dos paparazzis e o meu cérebro apagou tudo depois disso.
- O meu também.
- JADEN? - uma voz feminina interrompe a nossa conversa.
- Quem é? - pergunto.
- Não conheço essa voz.
- JADEN? - grita novamente.
- Espera, eu vou ver.
- Eu vou com você.

No corredor, quando estávamos prestes a descer, pudemos ouvir uma parte da conversa.

- O que você está fazendo aqui? Vai embora!
- Eu vim ver o meu filho e não vou sair daqui.
- Filho? - olho para o Jaden - É a...
- Minha mãe. - me interrompe - É a minha mãe. - olha para mim.

Ele desce as escadas com a maior pressa do mundo e eu vou logo atrás.

- Espera. - seguro o seu braço - Você tem certeza?
- Jaden, não desce! - Christopher.
- Pai? Pai, quem é?
- Não é ninguém, fica aí! - Christopher.
- Jaden? Filho, a mamãe... vem ver a mamãe, filho.
- Tem certeza? - pergunto ainda segurando o braço dele.

Ele apenas balança a cabeça confirmando e termina de descer aos poucos.

- Filho, como você cresceu. - diz abraçando ele logo que chegamos na sala.
- Não encosta em mim. - afasta ela.
- Não toca no meu filho, Lily. - Christopher.
- As drogas devem ter tirado a tua noção de tempo, Lily.
- Essa deve ser tua namorada, né? - diz me abraçando - Ela é linda, como você.
- Não é pra você tocar nela também - diz Jaden me puxando para perto - Tudo bem? - olha para mim.
- Tudo. - digo enquanto ele me beija a minha testa.
- Você acha que eu vou fazer o que com ela? - Lily.
- Eu nem conheço você, Lily. Ou você esqueceu que preferiu se drogar ao invés de criar a merda do seu filho?
- É mamãe, porra. Para de me chamar de Lily.
- Você não é minha mãe. - diz com os olhos cheios de lágrimas.
- Olha, eu me tratei. Eu estou bem agora.
- Não acha que é um pouco tarde pra querer ser minha mãe?
- Não fala assim. - diz Lily.
- O que você quer aqui?
- Eu preciso de um lugar pra ficar. - olha para o Christopher.
- Nem pensar! - Christopher.
- É só até domingo, eu juro. Eu saí da clínica agora e não tenho onde ficar.
- Não! - Christopher.
- Filho? - olha para o Jaden - Eu preciso que você me dê uma chance, eu realmente posso ser sua mãe agora. Eu me arrependo completamente de toda aquela merda de antes e eu sinto muito de verdade.
- O meu pai falou que não.
- Eu preciso de você, filho.
- Jaden, não. - Christopher.
- Por favor, filho. - diz Lily olhando no fundo dos olhos dele.
- Pai? - olha para o Reitor.
- Não, filho. - Christopher.
- Pai, por favor.
- É só até domingo, eu prometo.
- Hoje é terça, você tem apenas até domingo para achar outro lugar. - Christopher.
- Só até domingo. - Lily fala sorrindo - Agora, onde fica o meu quarto?

Enquanto ela estava lá, eu tentava passar a maior parte do tempo com o Jaden. Dormimos e íamos para aula juntos todos os dias.

Na quinta-feira, coincidentemente, todas as aulas terminaram antes do almoço.

- Eu vou ter que passar na gravadora rápido, você se importa de ficar lá em casa enquanto isso? Não queria deixar ela sozinha por muito tempo.
- Não, tudo bem.
- Mesmo? - sorri - Eu trago algo pra gente comer na volta.
- Tá bom. - dou um beijo rápido nele e sigo o caminho para a casa dele.

Chegando lá, largo as minhas coisas no quarto dele e vou para a cozinha beber algo.

- Que susto! - digo quando esbarro na Lily fazendo ela derrubar uma bolsinha cheia de coisas dentro.
- Olha o que você fez. - abaixa rápido para juntar tudo.
- Eu te ajudo, desculpa. - abaixo.
- Não, eu não quero.
- O que você está fazendo? - pergunto vendo seringas usadas e comprimidos soltos pelo chão.
- Eu falei não quero a sua ajuda. - diz juntando tudo rapidamente e indo em direção às escadas.
- Você não foi liberada porque estava limpa coisa nenhuma. - seguro o braço dela.
- Olha, eu tentei.
- Você tentou? - debocho - Você sabe toda merda que você causou no seu filho por causa disso?
- Você não sabe o que passei lá dentro.
- Ele não merece uma mãe merda como você.

Ela me retribui com um tapa no rosto no instante em que termino de falar.

- Merda! - percebe o que fez - Sinto muito, sinto muito mesmo.
- Não encosta mais em mim.
- Por favor, não conta isso pra ele.
- Não, eu não vou.
- Você não vai? - sorri.
- Você vai contar.
- Que? - volta a ficar séria.
- E você tem até amanhã pra fazer isso.
- Não, por favor.
- Você vai contar pra ele que você veio aqui por interesse e não porque queria ficar perto dele. Você vai contar que não liga pra nada além dessa merda que você injeta no meio dos dedos achando que ninguém descobriria. - falo olhando para os pés dela - Você deveria ser mais discreta.
- Babe? - diz Jaden entrando pela porta - Aconteceu alguma coisa aqui? - se aproxima.
- Não, está tudo bem. - volto para a cozinha.
- Olha pra mim. - passa a mão levemente em meu rosto - O seu rosto está vermelho.
- Eu devo ter coçado ou algo do tipo.
- Está doendo?
- Não, tudo bem. - sorrio - Não precisa se preocupar comigo.

28. Tudo se repete.

Como de costume, o Reitor foi viajar à trabalho na sexta de manhã e ficamos cuidando da casa. E da Lily.

- O Christopher já saiu? - pergunta Lily entrando na sala.
- Já. - ele responde.
- Eu vou sair agora, volto mais tarde. - caminha até a porta.
- Onde você vai?
- Achar um lugar pra morar.
- Você não ia ficar aqui?
- Não falei que seria pra sempre. - fecha a porta.

Aquilo foi estranho para ele. Agora que ele estava se acostumando com a ideia de ter a mãe por perto, ela iria embora de novo.

- Você quer conversar? - pergunto.
- Não.

Mesmo que ele não quisesse falar sobre aquilo, era possível saber que os pensamentos dele estavam o matando naquele momento.

Passamos à tarde em silêncio esperando pela volta dela, mas não parecia nem perto disso acontecer.

- Já está de noite. - ele diz cortando o silêncio.
- Ela não deve ter perdido a noção do tempo.
- E se aconteceu alguma coisa com ela?
- Babe, calma.
- Mas e se...
- Ela é adulta, ela sabe o que faz.
- E se ela voltou a se drogar? - fico apenas olhando para ele - Que se foda, eu preciso fumar.

Ele já estava no quarto quando ouço-o gritar.

- BABE, VOCÊ PEGOU A MACONHA? - grita.
- NÃO, POR QUÊ?
- Foi ela.

Ouço aquilo e subo imediatamente para tentar evitar que ele fosse ao quarto em que ela dormia. Foi uma tentativa falha. Ele já estava lá.

- Que merda é essa? - pergunta com uma bolsinha nas mãos.
- Babe, eu acho melhor você deixar isso aí.
- Não. - abre.
- Jae. - me aproximo.
- Eu sabia. - ri - Eu sou muito burro mesmo em achar que ela tinha mudado.
- Não, você não é.
- Você sabe que eu sou.

Em segundos, ele já estava quebrando todas as seringas e jogando todos os comprimidos na privada.

- Que merda ela veio fazer aqui? - pergunta sentando no chão do banheiro - O que foi que eu fiz pra ela? - olha para mim.
- A culpa não é sua. - sento ao lado dele.
- Eu só quero que ela vá embora.

i still couldn't reach your ego - Jaden HosslerOnde histórias criam vida. Descubra agora