Uma Faísca do Destino, parte um

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Martina estava realizando um sonho

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Martina estava realizando um sonho.

No momento que colocou os pés em solo grego, ainda que no Aeroporto Internacional Elefthérios-Venizélos em Atenas, seu coração bateu mais forte. Uma sensação estranha de conforto e pertencimento lhe diziam que fez a escolha certa. Quem diria que uma garota de São Genésio, a pequena cidade no interior de São Paulo, conseguiria chegar tão longe?

Enquanto aguardava sua mala, próxima à esteira de bagagem, observava ao redor. Se não fosse uma pessoa tão organizada e tivesse chegado com horas de antecedência, agora estaria desesperada. Afinal, não bastava a demora para a mala aparecer, a esteira estava lotada de turistas, normalmente turistas de primeira viagem. Eles faziam tudo com muita calma, eram inseguros e desorganizados.

Ao primeiro sinal de uma briga entre duas senhoras por uma mala, o segurança surgiu para apartá-las. Tina admirou a calma e paciência do segurança, afinal, trabalhar com público não era fácil. Ela sabia.

Quando sua mala vermelha apareceu, abriu caminho gentilmente entre as pessoas. Conferiu a fita amarela que usava para identificação, puxou-a do carrossel e seguiu pelo aeroporto. Assim que saiu, o sol quente de Atenas a atingiu em cheio.

Respirou fundo, tirando os óculos de sol e olhando ao seu redor. Felicidade e sorte se misturavam dentro dela, tornando aquele momento mágico e muito especial.

Kaliméra, despoinis! (Bom dia, senhorita!)

Kaliméra! — respondeu Tina, com um sorriso no rosto. — Como você está, senhor? — perguntou, em inglês.

Um senhor, possivelmente na casa dos seus oitenta anos, estava olhando-a. Uma mão na frente dos olhos para protegê-lo do sol, por isso ela não conseguiu distinguir a cor dos olhos ou ver melhor suas feições. Torcia para que ele entendesse inglês.

— Muito bem, jovem senhorita. Estrangeira, não é?

— Sim, senhor.

— Eu sabia! — ele falou como se comemorando e Tina não conseguiu evitar um sorriso. — As moiras trouxeram-na até aqui para que tivesse seu grande destino.

As moiras eram as deusas da mitologia grega responsáveis pelo destino dos deuses e dos humanos. Quando nascem, crescem e morrem. Cloto tecia o fio da vida. Láquesis determinava o tamanho do fio e o enrolava, determinando como cada um viveria. Átropos cortava o fio e colocava o ponto final na vida.

Martina duvidava seriamente que elas tivessem tempo para decidir sobre seu destino, mas...

— Meu grande destino?

"Metanoia" — disse ele, em inglês, como se estivesse profetizando algo.

— Desculpe, o que o senhor quis dizer?

— Uma jornada que mudará sua mente e seu coração — o senhor sorriu, feliz com sua escolha de palavras. — Abra seus olhos. O desejo profundo do seu coração está aqui.

Para Onde Vão os Corações ApaixonadosOnde histórias criam vida. Descubra agora