Capítulo 9 - Não juramento, a trucidação

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Magicamente expressando a vontade de ir atrás do seu oponente, os três se contiveram, era óbvio a lógica de mais uma possível morte, ou quem sabe até mais, não dá para lutar de uma forma justa com alguém que tem o poder e uma maldição na pele e no sangue, embora o ódio tomasse conta deles pelo fato do assassinato da melhor amiga do trio, ficou claro a paciência e o raciocínio rápido dos jovens em não reagir. Estranhamente, pensando em relances da conversa há poucos e apenas uma frase pairando sobre as mentes alheias. Se à noite sua vida for entregue a mim em minha forma lupina, ninguém mais morrerá e a alma de sua amiga será entregue às mãos divinas.

— O que será que ele quis dizer com isso? — Uma onda de pavor começava a crescer e arrepiar os pelos do garoto que acabara de ser ameaçado de uma forma horrível por uma figura que transpirava apenas a calma de sua já acostumada vida, que até agora não disse absolutamente nada a ser considerado algo vantajoso pelos amigos.

Se sobrepondo ao receio de ser sua última noite e deixando transbordar seu o rancor pela perca da amiga, ele respondeu. — Vamos acabar com ele essa noite.

— Acredito que você não entendeu, Rael, todos nós vamos morrer!

Janeiro de 1996.

— Informamos hoje, como mencionado dias antes, que infelizmente não haverá mais espaço para todos, por uma crise financeira, a empresa terá que se adequar para alguns cortes e consequentemente teremos que demitir alguns de vocês. Eu não gostaria de dar esse aviso, mas coube a mim essa tarefa árdua de mencionar os nomes envolvidos na lista. Todos que serão chamados deverão comparecer ao RH, contudo todos os direitos estão assegurados... — Senhor Roger, infelizmente o senhor é o último... A todos, continuem seus trabalhos e vamos tentar sair dessa situação. Obrigado pela compreensão.


Maio de 1996.

— E então, como foi lá?

— Passei para próxima fase, bom, se Deus quiser eles me chamarão, ficaram de ligar e disseram que até o início do mês passarão a resposta, até que foi fácil, os outros dois que estavam lá não eram essas coisas, ficaram gaguejando o tempo inteiro sem dar uma resposta concreta.

— Que bom, amor! Não sei até quando vai dar o dinheiro, as contas não param de chegar e talvez teremos que começar a cortar algumas despesas.

— Não se preocupa, vai dar certo sim! A mãe disse que qualquer coisa podemos ficar na casa dela. Já vai buscar as crianças?

— Ainda não, falta meia hora para eles largarem.

Julho de 1996.

— Infelizmente, o senhor não passou para a próxima fase da seleção, seu currículo continua cadastrado em nosso banco de dados para futuras vagas abertas. Boa sorte na sua jornada.

— Não me olha assim, eu estou fazendo de tudo. Você sabe que sim... Já não sei mais o que fazer a não ser continuar tentando.

— O dinheiro está perto de acabar, a indenização só dá para o próximo mês, não quero ter que pedir nada a sua mãe. Não posso procurar emprego devido às crianças.

— É, eu sei, tentarei alguns bicos. Fica tranquila. Má... nós vamos conseguir, eu juro.


Setembro de 1996.

— Filho! Retira as roupas do varal, vai cair um toró, coloca todas as roupas em cima da cadeira do terraço...

— Bença, vó!

— Deus te abençoe, meu filho! Como foi na escola?

— Foi bem, mas a diretora brigou com o Pedro, ele mordeu dois colegas, o João e a Lara, porque um deles puxou a cadeira e ele caiu no chão.

— É mentira!

— É, sim, eu vi tudo também, vó!

— Escutem! Seus pais já têm problemas demais para ter que lidar com crianças mal criadas. Agora, passem para o banho!

Outubro de 1996.

— Então, está declarado por meio desta audiência que os meios serão repartidos de modo igual, assim como era conforme o testamento da senhora Janete Castro Rodrigues. Cada parte envolvida receberá a quantia de mil e duzentos e vinte e três reais e quinze centavos pela venda da casa. Assim, encerrada a audiência.

— Vai dar para nos segurarmos por um período, talvez dê tempo de aparecer um novo emprego.

— Só precisaremos economizar o suficiente.

— Essa parte eu deixo você controlar.

— Bobo!

O Próximo PlenilúnioOnde histórias criam vida. Descubra agora