Epílogo

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— Levem o garoto ao hospital, traga a equipe de perícia técnica e criminal, fechem a cidade, não deixem mais ninguém se aproximar, formem o perímetro de 3 quilômetros em toda a volta, usem os caminhões e carros para que ninguém tente furar o bloqueio. Quero todos os militares ocupando as setenta e sete ruas, ninguém chegou para observar, mas não vamos dar esse mole. Eu quero uma equipe na delegacia, se tiver algum militar pode trazer aqui. Henrique, encosta na parede. Andrade! Faça o relatório de tudo.

— O que está acontecendo aqui?

— Quem é você?

— Rael, irmão dele!

— Ok! Você está ferido?

— Não! Ele está bem.

— O que é isso em seu braço, então?

— Cair no meio do desespero.

— Sei! Encosta ali com seu irmão. MENDES! Passa o grampo em todo mundo que está na última casa, leva para a viatura que já, já vou falar com cada um deles.

— Luke, que droga é essa?

— Vai saber em breve.

— Como vai, a Jane?

— Como você sabe da minha mãe?

— TRAGAM UMA AMBULÂNCIA AQUI!

— Tem alguém vivo, Roger?

— A garota ainda tem pulso, mas está crítico.

— Ok, leve essa para o hospital do quartel.

— É a Lílian!? Eu quero ir com ela! ME SOLTE!

— Fique calmo, garoto, ela vai ser bem tratada.

— Pergunte o que você quer saber e me deixe ir.

— Não é assim que funciona as coisas.

— Pouco me importa como funciona, eu estou cansado por tudo o que vi e perdi, não vai ser você quem vai dizer o que tenho de fazer.

— Vai ser sim. Escute! Seu irmão é um Tenente-Coronel, ele foi remetido para essa missão. Casos como esse não são expostos, Rael. Sabe porque as pessoas sempre duvidam desses acontecimentos? Porque chegamos primeiro e limpamos a sujeira do desconhecido para se estudar? Sinceramente pouco me importo se existe ligação com o sobrenatural ou se foi um experimento científico, meu trabalho é ocultar. Esqueça toda a história que você supôs na mente e compartilhou com seus amigos, muito provável que tenha errado todas as informações.

— Por que não enviou soldados e acabou com isso de uma vez?

— Porque uma cidade pequena com bastante militares chamaria atenção, não? Preparamos o Henrique e ficamos esperando o chamado.

— Quando você entrou para o exército? — Questionou mais confuso do que nunca.

— Nove anos atrás! Ou era isso, ou morreria.

— Mas não faz sentido. Por que só agora? Por que não houve investigação nesses anos todo para saberem se essas coisas estavam por aí?

— Quem disse que não houve? Quem disse que não pegamos outros? É mais fácil calar um ou dois do quê uma cidade de poucas mil pessoas. Por exemplo, sua mãe era clara com você?

— Não...

— O Henrique não voltou aqui por seu chamado. O Henrique voltou para cá apenas porque sua mãe nos informou, depois do que ocorreu naquele hospital anos atrás, tomamos algumas precauções.

— O que aconteceria se alguma pessoa visse essa criatura?

— Essas... coisas, posso assim dizer, não atacam apenas por atacar, pelo menos todas que já vi, retirando essa...

— Por que queriam tanto o Caio?

— Suponho que seja o de sempre, o sangue dele, o sangue suga a alma e drena a vida para pagamento, contudo, assim como você prefere um tipo de comida, certos demônios possuem o desejo por um certo tipo de alma.

— Eu não estou entendendo mais nada!

— Até acho melhor assim, não tenho tempo para explicar mais. Costa, me traz o relatório com os nomes dos envolvidos e pode trazer todos que estão na viatura. Solicita para mim uma equipe para fazer revista nas casas, se houver crianças já sabem o que fazer.

— O que está acontecendo aqui?

— Garoto, você vai para o quartel hoje e não é para se alistar.

— Como?

— Está aqui a lista e os senhores, senhor!

— Perfeito! Os senhores e senhoras, vão me dizendo seus nomes completos para a averiguação...

— ... Por que está n... os prendendo? — Chorando e soluçando, perguntou a senhora Clotilde.

— Infelizmente, é o protocolo, seus nomes não nos interessam. Podem executá-los!

— O QUÊ!?

— A senhora Margarida reside nessa rua, o nome dela está na lista, cadê ela?

— Foi com o filho ao hospital.

— Ok, assim que ele for atendido levem os dois até o quartel também, levem os corpos desses para o cemitério da cidade, limpem essa rua como se estivessem limpando banheiro de um bar de beira de estrada.

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