- Você viu algo importante. – Disse Serena quase uma semana depois do jantar. Ela e Elain estavam lutando juntas. Serena pegava leve, é claro. Elain estava melhorando, mas a illyriana treinava havia mais de 500 anos. – Tudo bem se não quiser falar.
- Não é que não confie em você, Serena. – Ela disse e depois a olhou nos olhos. Interrompendo um golpe. – Na verdade, apesar do pouco tempo juntas, eu já confio em você, de uma forma assustadora. Mas é que há olhos e ouvidos por toda parte. Não posso correr o risco. Sei a importância que há em eu conseguir cumprir minha missão. Mas terão que confiar em mim, pois não falarei nada.
Serena suspirou.
- Tudo bem. Eu entendo o que quer dizer.
- No jantar, você e Eris tiveram uma troca, hm... interessante? – Ela perguntou discretamente.
- Eu... não sei dizer. – Ela olhou para a jovem. – Quando ele falou do pai, seus ombros tensionaram e eu soube, simplesmente soube que ele era torturado. E ele não me parece ser um mau macho. Isso me levou de volta a minha infância, Elain. Deuses, que Azriel não me escute. Mas quando meus meios-irmãos torturavam Az... – Lágrimas encheram os olhos de Serena. –Eu... não podia impedir, mas sempre cuidava dele depois... – As lágrimas finalmente caíram. – Mamãe finalmente conseguiu tirar Az de lá e o mandar para ficar com a senhora da Noturna. Az e mamãe lutaram muito, e com a ajuda da senhora, me tiraram de lá também. Cresci com os meninos no acampamento. Lutando lado a lado com eles. Imaginar Eris passando pelo que Az passava, mexeu com algo dentro de mim...
Elain engoliu em seco e limpou uma lágrima.
- Você também foi torturada? – Ela questionou. Serena a encarou.
- De outras maneiras. – Foi sua única explicação.
- Eu sabia que a história de Az era triste, pois nunca o vi mencionar o passado, mas não podia imaginar o quanto.
- E a tortura se dava de várias formas, as visíveis você pode ver em suas mãos. Mas eles o torturavam emocionalmente e psicologicamente também. Meu irmão é o macho mais bonito que já vi, educado e cavalheiro e ainda assim, ele não se considera digno de ninguém, ainda assim, ele se tem em baixíssima consideração. – Ela meneou a cabeça. – Ele é essa máscara fria e indiferente com o mundo, mas algumas vezes ele quebra.
- Algumas vezes ele erra. – Elain murmurou. Lembrando de suas palavras.
- Vocês não são um erro. – Elain a encarou. – Não sou boba. Quando Azriel chegou em casa arrasado, eu soube que havia algo errado. Quando ele me pediu para treiná-la, soube que o problema era algo relacionado a você. E quando cheguei aqui, decidi falar diretamente com Rhysand. E então vi vocês lado a lado, com Nyx nos braços. Vocês não são um erro, Elain. Não importa o que Rhys diga... não importa o que o caldeirão diga... não importa o que Az acredite, nesse momento... Vocês dois, juntos, não são um erro.
- O que Rhys disse? – Ela questionou. Serena tombou a cabeça, surpresa
- Você não sabe... Me desculpe, Elain... – Ela fez uma pausa. – Eu não deveria ter falado nada. Eu achei que você soubesse. – Ela suspirou. – Talvez você deva conversar com ele. – Elain assentiu e Serena tirou o escudo de som no qual as havia colocado. As duas encerraram o treino e entraram na sala de casa.
- Eris está chegando. – Disse Elain, de repente.
- O que? – Perguntou Rhysand. Ele estava sentado no chão com Nyx entre suas pernas engatinhando. Elain o encarou.
- Não sei, ele só está chegando. – Ela olhou para Feyre. – Não consigo precisar o tempo, ainda. Preciso trocar de roupa. Serena?
Elas correram escada acima.
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The Death and his lovely fawn
FanfictionArte da capa: @clarywhy (no instagram) Sinopse: Mesmo com a proibição de Rhys, os sentimentos de Elain e Azriel não conseguem ser apagados ou esquecidos. Ambos precisam aprender a lidar com isso, enfrentando os desafios que forem impostos a eles, ju...