02 | DIABLO

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:: ּ˖ׄ‧ resumo: Onde Stiles é o novo modelo da empresa de roupas íntimas DIABLO e Derek é o assistente responsável por ajeitar o produto — uma cueca — no corpo dele. Eles aproveitam a constrangedora situação para se conhecer melhor.

:: ּ˖ׄ‧ avisos: universo alternativo - lobisomens e o mundo sobrenatural não fazem parte desse universo; DIABLO é uma marca fictícia; Derek é assistente de um fotógrafo; Stiles é modelo; inspirado em um tweet.

:: ּ˖ׄ‧ personagens: Stiles Stilinski e Derek Hale.

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DEREK TEM O TRABALHO MAIS CONSTRANGEDOR de todos os tempos. A pior parte de tudo é que é fácil se acostumar — uma hora você está corando até os ossos por ter que mexer nas roupas íntimas de alguém, porque o "produto" tem que ficar bem ajustado nas fotos, e outra hora você faz isso com tanta naturalidade que nem percebe que está com a mão a centímetros de um pênis.

As pessoas perguntam: "mas você não fica excitado?", e a questão é que se transforma em algo tão automático que simplesmente não há tempo para isso.

Mas nem todas as cuecas que Derek arrumou no período de um ano que ele tem aquele trabalho, nem todas as pessoas fodidamente atraentes, nem todas as pessoas bonitas que ele beijou foram capazes de prepará-lo para ele.

Stiles Stilinski.

Quer dizer, ele já o viu mais de uma vez nos trend topics do Twitter, mas vê-lo pessoalmente era algo totalmente diferente.

— Então, Derek, esse aqui é Stiles — apresentou o fotógrafo. — Stiles, esse aqui é Derek, meu assistente.

O Stilinski estava envolto em um robe de cetim cor grafite. O roupão cobria todo o corpo, mas deixava o pescoço exposto, revelando a pele leitosa com pintinhas.

Derek não consegue tirar os olhos de lá, e quando Stiles estende a mão para cumprimentá-lo, com um sorriso tímido pintando seus lábios, ele tem dificuldade em sair de seu transe contemplativo. Se Stiles notou que ele demorou para se recompor e se apressou para estender a mão, não demonstrou.

O processo seguinte não foi mais fácil.

Derek observou o robe descer pelo corpo de Stiles com a garganta seca. Por baixo dele, o modelo vestiu uma boxer preta com uma faixa branca na parte superior. O acessório deixava sua pele ainda mais destacada e revelava um abdômen magro, mas bem definido. Ele tentou não olhar muito  — até porque seria muito inconveniente e desconfortável —, e focou a atenção no computador à frente dele, tentando ignorar a maneira como as bochechas de Stiles ficaram deliciosamente coradas de vergonha.

É claro que Derek não poderia se esconder por muito tempo; após algumas fotos, logo ele foi chamado para fazer o trabalho dele.

Com uma calma que não estava sentindo, Derek aproximou as mãos da coxa direita de Stiles e passou os dedos na dobra indesejada do tecido.

— Então, esse é o seu trabalho? — Stiles sussurrou para ele. — Não te deixa desconfortável?

Derek estava tão focado no ação que quase deixou a pergunta passar despercebida. Ele quase poderia chorar de emoção — quase ninguém alguma vez perguntou aquilo a ele. Não que ele se importasse, mas a preocupação era apreciada às vezes.

Ele ergueu os olhos e olhou para Stiles, de onde estava meio encurvado, e tentou não pensar naquela posição estranha.

— Não, não se preocupe. — E com um acréscimo tardio: — Deixa você?

— Hmm? — Stiles resmungou, parecendo meio disperso nos olhos esverdeados de Derek. As bochechas dele coram. — Oh, não, não. Tudo bem. Faça seu trabalho.

Derek assentiu, voltando-se para o fotógrafo e esperando receber instruções.

Na próxima vez que ele precisou ir até Stiles para ajustar a cueca — porque é claro que ele posaria com cinco cuecas novas da campanha, para o sofrimento dele —, foi menos aterrorizante.

— Então, você gosta do trabalho? — Stiles perguntou, observando Derek arrumar o tamanho da costura da cueca entre as pernas. 

— Não é ruim.

Stiles esperou ele acrescentar mais alguma coisa, mas quando nada veio, ele disse:

— Você não é de muitas palavras, não é? — ele riu. — Tudo bem; eu imagino que deva ser bem constrangedor.

— No começo, sim — respondeu, ignorando propositadamente o comentário e a maneira como ele gosta de ouvir o som da risada dele.

— Stiles, fique um pouco mais de frente, por favor — disse o fotógrafo.

— Depois você se acostuma — Derek continuou, ajudando Stiles a se posicionar frente à câmera.

— Acho que eu nunca me acostumaria. Não sei lidar com pessoas atraentes na minha frente.

— Nem eu. Por isso é tão difícil fazer isso com você.

Derek imediatamente se cala, sem saber de onde havia saído coragem para dizer aquilo. E era tão antiético, flertar no trabalho e com um funcionário!

No entanto, o descuido valeu a pena. Stiles abriu um grande sorriso, com as bochechas vermelhas e sem jeito. Derek acha que é uma das coisas mais atraentes que já viu e decide que se arrepender do que disse não é necessário.

— Está sendo bem difícil pra mim também.

Derek sorriu de volta para ele, uma visão que, de acordo com Cora, é rara, mas que pode quebrar muitos corações. Ele pode usar isso em favor dele naquele momento.

A próxima vez que se falam é um pouco mais tarde, ambos presos na própria satisfação para falar durante as sessões, a promessa de coisas não ditas pairando entre eles. Stiles acaba de voltar do camarim, já vestido com uma calça cáqui e uma camiseta — que Derek acha muito injusto.

Ele se aproximou, com um sorriso no rosto, ainda parecendo tímido. Derek se mexeu desconfortavelmente no lugar, sem saber o que dizer. Felizmente, Stiles o tira da tortura:

— Sabe, é meio engraçado que você seja todo grande e musculoso e mesmo assim todo acanhado.

Derek sorriu timidamente.

— Eu disse que perto de você era difícil.

Stiles riu pela segunda vez naquele dia, e pela segunda vez Derek gostou de ouvir aquela risada, sem ignorar desta vez.

— Eu estava pensando; podemos sair algum dia desses? — Stiles perguntou, se aproximando um pouco mais de Derek.

— Isso seria ótimo. — Ele sorriu.

— Ótimo! Bom, muito bom! Vou te passar meu número, então, e combinamos por mensagem.

Stiles pegou a mão esquerda de Derek, usando uma caneta para escrever o número dele na palma da mão. Eles se deliciam com a sensação das mãos tocando, o contraste dos dedos longos e pálidos de Stiles se sobressaindo sobre a mão áspera dele. Derek não quer ser muito clichê, mas acha que combina muito bem, e se vê imaginando vários cenários excitantes do que aquelas mãos poderiam fazer, e como seria o contraste das próprias mãos dele em outros lugares.

Ele decide parar de pensar por aí.

— Anotado — Stiles disse, se afastando e alheio ao conflito de Derek. — Eu te vejo por aí, então?

— Claro — Derek grunhiu, com a voz áspera. Ele limpa a garganta. — Claro, sim. Estou ansioso por isso.

— Eu também.

Quando Stiles vai embora, com um último olhar brilhante na direção de Derek, ele imediatamente agradece pelo trabalho que tem.

FIM.

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