Vinho e uma boa conversa.
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O Verão na Toscana* é muito pior do que me disseram que seria.
Está fazendo cerca de 31°C e o Sol já se pôs há horas; sinceramente, não sei como essa gente consegue manter-se de pé, bebendo e dançando com uma temperatura tão quente como esta. Parece que o país desceu pro inferno, ou então o próprio inferno veio de encontro à nós, nos vales.
Apesar desse inconveniente, a Itália, o país do vinho, é muito, muito bonito, arrisco à dizer que o mais bonito país europeu que visitamos até agora.
De longe, assisto minha avó e a minha tia dançarem com alguns pares de estranhos no salão da vinícola* com ar festivo. Está havendo uma pequena degustação de vinhos da casa para os hóspedes, que conversam animadamente entre si, ou dançam, aos pares, trios, ou apenas em solo, com seus pequenos copos de vidro entre os dedos.
A grande e velha casa numa região montanhosa do centro italiano é até que charmosa à luz de lamparinas e velas amareladas, tal como a lua, que sorri, crescente, em minha direção. Graças à pouca poluição luminosa, posso observar as estrelas sem grandes obstáculos, com excessão de algumas poucas nuvens pálidas, que deslizam por essa vastidão até sumirem no horizonte.
A vista é poética, assim como eu, assim como os insetos zumbindo na grama alta, e assim como quase todas as coisas ao nosso redor, se você olhar com atenção. O mundo é uma infinidade de poesias... é uma pena que nem todas elas são sobre coisas boas ㅡ algumas são compostas por trágicas estrofes desfiguradas, como cerca de 1/3 da minha vida.
Eu estive doente por cinco longos anos...
Aos 11 anos fui diagnosticado com tumor cerebral, mas que foi totalmente curado depois de um tratamento que acabou após eu ter completado 16. Minha mãe faleceu dessa mesma doença, e às vezes considero isso como sendo uma ironia do destino. Talvez ele ache isso divertido ou algo assim, ou talvez isso seja só uma coincidência desafortunada. Seja lá qual for o caso, pelo menos um de nós ficou para contar a história, e também para praguejar aos céus, de vez em quando.
Eu, minha avó e minha tia, estamos viajando há menos de um mês. Passamos pela Grécia e Albânia, antes de cruzarmos uma parte do Mar Adriático* até a Itália. Visitamos algumas cidades do centro passando por belíssimas vinhas* e vinhedos*, até enfim chegarmos ao nosso destino na Toscana. Essa viagem de meio de ano é como uma comemoração ㅡ estamos festejando a minha vida; a vida pela qual eu lutei tanto para ter.
É estranho pensar que eu poderia estar morto agora mesmo.
ㅡ Ei! ㅡ ouço alguém exclamar, me chamando a atenção subitamente.
Ao me virar na direção de onde vem a voz, meus olhos encontram com um rapaz parado à minha direita. Com uma mão, ele segura uma taça, e na outra, porta uma câmera na frente de sua face, me impedindo de ver mais do que apenas a sua cabeleira escura.
ㅡ Oh... ㅡ o som confuso acaba escapando de mim sem querer.
ㅡ Sorria! ㅡ ele pede de forma arrastada, e com um tom que deixa transparecer um sorriso.
Não sei o que me deu, mas fiz o que o desconhecido pedira, sorrindo largamente para a câmera, como se fosse algo totalmente cotidiano para mim.
Talvez seja porque me sinto leve e feliz em estar aqui, depois de tudo o que aconteceu; talvez seja porque eu simplesmente chorei tanto antes, que agora só o que quero é viver de sorrisos. Positividade é o meu novo lema, apesar da minha tia dizer que isso é coisa de hippie.
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Last summer, when I bloomed • Jaywon
FanficPlágio é crime! 𖣊Título alternativo: No último verão, quando eu floresci 𖣊Fanfic BL | Jay + Jungwon (ENHYPEN) 𖣊Romance, viagem, poesia 𖣊Tag: #solpistache 𖣊Início: 03/09/2021 | Fim: 08/04/2022 •────────────────• Jungwon estava viajando pela Eur...