Demônios tem sentimentos?

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  Após vestir uma roupa decente eu me levanto da cama e saio do quarto com Baltazar a meu lado descemos as escadas e na sala de estar encontro meu guardião prostrado em uma poltrona completamente envolvido em um jornal que contava sobre um caso de assassinatos em série, mal liguei e ao entrar na sala me sentei ao seu lado.

-Como os humanos não percebem nossa presença?.

-Como assim?.

Disse o demônio sem tirar os olhos de seu jornal maravilhoso.

-Somos seres ... (olho para o criado), poderosos, nossas auras deviam ficar envoltas por toda a região como os humanos não nos sentiram?.

-A cidade toda foi selada para sua proteção, tudo e monitorado daqui.

disse o mesmo fazendo um gesto com a mão a qual fez aparecer em nossa frente os limites da cidade a qual poderia ser vista pontas no chão de núcleos azul bebe, logo percebi que eram Linhas de Ley e essas linhas criavam um tipo de escudo transparente.

-Trancou nos aqui e os humanos?.

-Não, os humanos podem sair quando quiserem as linhas de Ley que viu apenas proíbem a entrada e saída de entidades poderosas do nível de Baltazar para cima, mas isso não impede entidades menores, já acabou com as perguntas?.

Ele me encarava com um rosto sério, balancei a cabeça em afirmação e me encolhi na poltrona mas instantes depois me levantei e fui admirar a vista pela janela.

-Baltazar.

-Sim senhor Uriel?.

-A quanto tempo serve Asmodeus?.

-A Lúcifer, creio eu que desde que cheguei ao inferno no fatídico dia de minha morte, fui designado ao senhor Asmodeus.

-Mas Baltazar por que matava Cristãos?.

-Pois os mesmos seguiam ao falso Deus, e... eu não sei como os anjos conseguem viver sabendo dos pecados que seu pai mesmo comete.

-Pecados?

-Vocês anjos não veem o que se passa na terra?.

O demônio estava certo, de fato nunca parei para monitorar a humanidade.

-Não.

-Lúcifer!, bem Deus sempre aparece em forma de sonhos ou outras formas para seus seguidores mas... Deus também já apareceu para pessoas que marcaram a história, durante alguns anos atrás toda a minha família foi queimada viva, por não sermos cristãos e não nos curvamos a Deus, por ordem divina disse o padre, ele nos queimava para que nossas almas fossem salvas, no dia de morte eu fugi e me escondi no meio da multidão eu vi, um por um, cada membro da minha família gritar e agonizar de dor sem poder ajuda-los, a partir dai começou a matar e esquarteja cristãos.

Abismado com a história de Baltazar, minha boca se entreabriu, e como que por impulso eu cheguei perto do mesmo e o abracei.

-E-eu sinto muito pela sua família, eu queria poder ajuda-lo, mas não a nada que eu pudesse fazer sobre isso no momento.

-S-senhor não é apropriado um mestre abraçar o criado.

Por cima do ombro de Baltazar notei que Asmodeus nos observava, e assim Baltazar com os olhos marejados fechando o abraço.

-Se algum dia eu voltar ao paraíso, me certifique de que sua família conseguiu o descanso eterno.

-Obrigado senhor não sei como lhe agradecer.

-Não faça promessas que não pode cumprir Uriel.

O demônio ainda olhando para seu jornal disse em um tom grave e potente.

-Não seja pessimista vil demônio.

Saindo de lá subi as escadas e fui ao quarto admirar a vista, os humanos em suas máquinas e vivendo sua vida de forma calma, sem imaginar que seres poderosos estão entre eles, de cima pude ver uma criança e sua mãe andando com um sorvete em sua mão na posição em que eu já não sentia fome alguma, momentos depois vejo a porta abrir e Baltazar entrar.

-Senhor Uriel.

-Sim?

-Mestre Asmodeus o chama.

Descendo a escadaria encontro Asmodeus sentado na poltrona se levantando a minha chegada colocando o casaco sobre os ombros e cartola na cabeça escondendo os olhos e com a bengala na mão se aproximou.

-Vista algo, vamos sair.

-Sair?.

-sim, vamos passear.

Para onde esse demônio poderia me levar?.

Céu InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora