Um sorvete?

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Me vesti com um terno branco e um sapato da mesma cor, afinal havia muitas roupas em meu guarda-roupas mas todas em branco ou azul claro, então rapidamente desço as escadas ao encontro de Asmodeus, tropeçando no último degrau devido a rapidez com a qual corri e caindo por cima do mesmo, nossos rostos estavam muito próximos eu senti a praticante dele em meu rosto.

-A-Asmodeus desculpa foi sem querer.

Meu rosto branco e pálido ficou rapidamente rubro por causa da vergonha, enquanto a nossa frente Baltazar com um chapéu de coco na cabeça e um leque na mão a qual usava pra esconder o riso.

-Baltazar do que esta rindo?.

Disse o demônio se levantando e me ajudando a levantar.

-Perdão mestre, mas agora olhando bem os senhores fazem um ótimo par.

Meu rosto se avermelhou ainda mais e eu consegui ver um pouco tom de vermelho no rosto bronzeado do demônio.

-Não diga bobagens Baltazar.

Disse Asmodeus em tom alto.

-Venha Baltazar quero que nos acompanhe em nossa caminhada.

Baltazar saiu atrás de mim se escondendo de Asmodeus que o olhava furioso.

-Aonde os senhores gostariam de ir primeiro ?.

-Talvez ao museu o que acha Asmodeus ?.

-Faça como prefiro estar aqui apenas para acompanhá-lo.

-Metamorfose angelical, asas.

Baltazar olhou para mim segurando o riso.

-Senhor Uriel, não se esqueça que aqui o senhor não tem poderes.

-Tem razão desculpe, acho que vamos ter que ir andando.

No caminho indo para o Museu a qual fomos guiados por Baltazar encontrei um senhor vendendo sorvetes, segurei a manga de Asmodeus e o seguii.

-Sim?

-Posso comprar sorvete ?.

-Sorvete?.

-Sim sorvete.

Asmodeus se dirigiu ate o senhor e voltou com uma casquinha de sorvete no sabor pistache.

-E maravilhoso, anjos não precisam comer mas e tão bom.

Enquanto andava despreocupadamente tomando meu sorvete, não percebi que estava indo em direção à rua, enquanto uma carruagem em alta velocidade se aproximava.

-URIEL!!.

Olho para o lado a carruagem estava muito perto, fecho os olhos meu fim ate que sinto algo me segurar no colo, abro os olhos esperando estar no céu, mas tudo o que vejo são os olhos arroxeados de Asmodeus me segurando,

-Você esta bem?.

-E-eu estou sim obrigado, poderia me colocar no chão ?.

Asmodeus me põe no chão e pacificamente se dirige ate a carruagem o homem dentro da carruagem era branco dos olhos azuis e loiros cabelos, provavelmente era da realeza um duque ou um marques, quase não vi nada só consegui ver Asmodeus sufocando o homem, momentos depois Asmodeus segurando o homem pelo pescoço o joga em minha frente.

-Peça desculpas, verme.

O homem assustado se vira para mim e se ajoelha.

-M-me perdoe senhor.

-Asmodeus você não precisa levar ao homem a tal humilhação.

Seguro no braço do homem que se amedronta mas antes de poder ajuda-lo, Asmodeus pega em seu braço e o leva ate um beco escuro, quando chego perto no final do beco na repleta escuridão vejo Asmodeus pegar o homem pelos ombros e os puxa ate que seu corpo se rasgue ao meio, o corpo do homem foi dilacerado por Asmodeus, em seus pés vejo apenas uma poça de sangue, quando Asmodeus coloca o homem no chão e se vira vejo em seus olhos um brilho mortal e assassino, o prazer do assassinato nos olhos de um demônio, ele se aproxima e rapidamente espíritos escuros se aproximaram e limparam os restos do homem e as roupas de Asmodeus manchadas de sangue.

-Asmodeus foi um erro meu não era necessária essa cena.

-Não diga mais nada Uriel, tal verme mereceu o fim que teve.

Continuamos nossa caminhada ate o museu eu estava me sentindo devastado por minha culpa aquele homem agora estava morto, enquanto andávamos lado a lado, eu estava com um certo medo, ate que volto ao mundo pois percebo que Asmodeus segurou minha mão.

-O-o que esta fazendo?.

-Não posso deixar que você saia por ai afinal não posso matar toda a burguesia da cidade.

Meio envergonhado pelo gesto bondoso, retribuo o mesmo segurando em seu braço, ao chegarmos no museu nos deparamos com uma bela tapeçaria era ultima ceia.

-Meu Deus está completamente errado, Judas estava do outro lado da mesa e por que Lucas está tão barbado?.

-Uriel não pode opinar dessa forma os humanos viram assim se interferimos será pior.

Continuamos a andar e encontramos um quadro era gênesis o encontro de Adão com Deus.

-Mas que raios, onde esta Rafael?, quando Deus teve o primeiro contato com Adão os três arcanjos o acompanhavam, mas aqui só se vê Gabriel e Miguel.

-Uriel pare de se meter nas questões humanas, a arte deles não deve ser discutida.

-Mas está errado.

-Sem mas Uriel.

Cruzo os braços e fecho a cara.

-O senhor tem mesmo razão mestre Uriel.

Disse Baltazar em meu ouvido.

-SIM!.

-Uriel não grite.

-Desculpa.

 Quando adentramos o museu encontramos um sarcófago de um Faraó, devido a um problema na iluminação a sala estava escura, aquele ambiente me assustava, e por um mero impulso segurei a mão de Asmodeus e por um feixe de luz vindo de uma lanterna do outro lado da sala, pude ver o rosto de Asmodeus que me encarava na escuridão, seus olhos tinham um brilho, mas era diferente de quando matou aquele homem, era um brilho mais genuíno, e daquele ponto de vista ele parecia ser tão tão belo?

Céu InfernalOnde histórias criam vida. Descubra agora