[09] Meu irmão do peito

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Um misto de eletricidade e prazer passava por meu corpo tão rápido como um raio cortando o céu.

Ele ia fundo, mas tão fundo que cheguei a sentir a minha alma saindo do meu corpo.

Eu nunca me senti tão... Aberto para alguém.

Na noite passada nós fizemos muitas coisas, mas como nem tudo são flores, a noite não acabou muito bem.

Depois de finalizar, acabamos discutindo feio.

Jimin mudou da água para o vinho e eu contestei essa mudança absurda.

Ele estava tão furioso e irritado que eu apenas deixei essa conversa pra depois. Não queria arriscar meu pescoço.

Ele permaneceu arisco até as duas da manhã, que foi o momento em que ele cedeu e me chamou para dormir ao seu lado. Ficamos abraçados, mas algo em mim dizia que isso não acabaria assim.
Ele adormeceu imediatamente e eu capotei depois das quatro horas.

O meu sonho foi inquietante, confuso e tão espalhafatoso que me fez acordar irritado.

Pisquei algumas vezes e me espreguicei, logo depois abri os olhos por completo.

Senti falta do corpo esbelto do Jimin, observei todo o cômodo e não vi sinal dele.

Levanto da cama e me espreguiço mais uma vez, vou até o banheiro lavar o rosto e depois saio do quarto, desço as escadas e logo vejo ele sentado no sofá.

Sorrio e me aproximo.

– Bom dia! Dormiu b-

– Suas roupas estão secas na lavanderia. Pode se trocar e deixar as minhas roupas dobradas em cima da pia do banheiro, eu vou lavar depois.

Atordoado pelo corte seco, eu procuro pela lavanderia.
Estava arrumada e cheirosa.

Minhas roupas estavam dentro da secadora. Eu as tiro e me troco ali mesmo, sem frescura.

Volto à sala e me sento ao seu lado no sofá.

– O que você tá fazendo? – pergunta encarando o seu celular enquanto digita rapidamente.

– Sentando.

Ele solta uma risada sarcástica e me olha com as sobrancelhas franzidas.

– Não acha que está sendo inconveniente?

– Eu não estou entendendo, Jimin.

– Por que ainda está aqui? Dá o fora!

Eu estava boquiaberto procurando palavras para retrucar toda aquela brutalidade, mas eu não conseguia pensar em mais nada naquela altura.

– Jimin, eu–

Em um súbito movimento, ele levanta do sofá e segura o meu braço, me puxando e me levando até a porta.

– Jimin, está me machucando! Me solta!

Ele abre a porta com a outra mão e me empurra para fora.

– Entenda o seu lugar de ficante e não abuse da minha paciência!

Ele bate a porta e eu ouço a fechadura ser trancada violentamente.

Eu poderia espernear, gritar e implorar para ele abrir a porta pra conversar, mas eu já compreendi tudo o que aconteceu aqui.

Fico ali, na frente da porta totalmente paralisado e completamente incrédulo.

Hold Me Tight - HIATUSOnde histórias criam vida. Descubra agora