Parte 2

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Estão prontos para sofrer meus amores???? Ja preparem os lenços.

AVISO:Pode conter gatilho!!!

Addison Narrando

As semanas foram passando e Meredith e eu fomos ficando mais próximas. Eu tentava a todo custo estar perto da loira, ajudando em cada crise e estando de seu lado. Tambem tentava fazer com que ela me contasse quem era aquela mulher, mas nada adiantava, a cada tentativa mais parecia impossivel.

A cada dia que se passava eu me apaixonava mais nela, em cada detalhe, cada gesto, mas tambem o medo de perde-la era enorme. Ela tentava fingir, mas eu sabia que nao estava bem, que o remedio para ansiedade e depressão nao estava fazendo efeito e isso me atormentava. Sempre tentava lhe dar um motivo para não desistir de tudo, um motivo para lutar, porém acho que quem se agarrava nesses motivos era eu.

Vi aquela mulher pela terceira vez na semana rondando a biblioteca, junto disso vi Meredith ficar bastante nervosa com sua presença e pedir para ir embora. Hoje eu descobriria a verdade sobre ela, ou nao me chamava Addison Montgomery.

Chegamos a sua casa e Meredith andava de um lado para o outro na sala, aquilo estava me agoniando. Ela repetia coisas que eu não conseguia compreender, uma certa hora ela pegou o copo que estava em seu criado mudo e tacou na parede, me assustando.

Me aproximei dela no mesmo instante, segurando em seu rosto, para mostra-la que estava ali com ela. Comecei a cantar Espatódea de Nando Reis em seu ouvindo, sentindo ela se acalmar aos poucos. A coloquei sentada na cama e limpei aquela bagunça, depois de me certificar que estava tudo limpo, me sentei ao seu lado. Ficamos em silencio por varios minutos, até eu quebrar o mesmo.

-Quando irá me contar quem diabos é aquela mulher e o que ela fez com você? -Nada me respondeu e eu suspirei.-Estou tentando ajudar você Meredith, mas nao posso fazer isso senão me dizer quem é aquela mulher.

Quieta ela estava, quieta ela ficou. Suspirei e lhe dei um beijo nos cabelos.-Vou deixar voce sozinha, qualquer coisa me liga.

Ja estava indo em direção a porta, quando ouvi sua voz sussurrada.-Minha mãe morreu quando nasci e meu pai ficou desolado. Quando fiz 2 anos, ele achou que eu precisava de uma figura materna e com isso ele se casou com a Susan. Achei que iríamos ser uma grande familia feliz, mas estava errada. Era só meu pai sair, que ela me espancava, poderia ter feito nada mas ainda sim, ela me batia. Tentava dizer ao meu pai, porem ela sempre virava o jogo a seu favor.

Voltei a me sentar em seu lado.

-Tudo piorou quando fiz 10 anos, demorei a chegar da escola por conta do onibus, entrei escondida mas ela me viu. Perguntou porque demorei, expliquei mas ela nao acreditou em mim. Susan me levou para o porão, mandou eu abaixar a calça e a calcinha, disse que iria me castigar. Ela me violou, tirou a minha virgindade a força e ria enquanto eu me debatia pedindo para parar.-Eu estava horrorizada, ela era apenas uma criança.-Ela passou a fazer isso sempre e sempre, já não aguentava mais, até que eu finalmente fiz 21 anos e consegui sair de casa, alegando ao meu pai que queria ter autonomia. Essa casa era da minha mãe, sempre vim aqui afim de ficar sozinha, achei que estaria segura até que Susan conseguiu me achar e agora fica me rondando.

Meredith me olhou com os olhos cheios de lagrimas.-Eu ja não aguento mais isso Addie, a unica razão para eu não desistir disso tudo, é voce. Não suportaria saber que decepcionei voce, estou sendo forte por voce.

Aquela revelação acabou comigo, ela havia buscado suas forças em mim. Apenas a abracei, deixando as lagrimas escorrerem, ouvi ela chamando meu nome baixinho e a olhei.

-Eu amo voce, amo muito.-Ouvi seu doce sussurro, que me desmontou inteira.

A olhei.-Eu tambem te amo.-Falei lhe dando um selinho demorado, que logo Meredith quis aprofundar.

O beijo foi ficando mais intenso, assim como nossas respirações. Senti Meredith colocar a mão em minha cintura, me puxando para seu colo mas logo parei.

-Mer, acho melhor pararmos aqui.-Falei ofegante.

-Addie, por favor. Me ame, mostre-me como é ser amada e como é sentir o prazer do corpo, por favor, mostre-me que isso pode ser bom.-Pediu olhando no fundo dos meus olhos.

-Voce tem certeza?-Perguntei temerosa e ela assentiu.

-Apenas me faça sua Addison!

Voltei a beija-la e deitei lentamente seu corpo na cama, tentando ter todo o cuidado do mundo a amei. Mostrei o quanto eu amava ela, o quanto ela era perfeita.

Foi tudo extremamente perfeito, mas se eu soubesse que seria nossa primeira e última vez, teria aproveitado mais.

Lembro perfeitamente de como aconteceu, de como a minha vida perdeu a cor.

Era véspera de natal e tinha combinado com Meredith de passar em sua casa para pega-la com meus pais, ja que tínhamos combinado de passarmos o Natal junto deles.

Meu pai estacionou na porta de Mer e buzinou, mas nada dela aparecer. Liguei para seu telefone e nada, apenas dava caixa postal. Senti um aperto no peito, uma dor enorme, logo sai do carro e comecei a bater em sua porta.

-Mer! Sou eu, abre a porta amor!-Nada, nem um barulho era ouvido.

-Sera que ela foi para a casa dos pais?-Minha mae perguntou e eu balancei a cabeça negativamente.

-Pai, arromba a porta!-Pedi sentindo a dor ficar mais intensa.

-Addison, pelo amor de Deus, ela deve saiu.-Ouvi ele dizer, mas nao liguei.

-Arromba essa porta, por favor! Tem algo muito errado aqui, ARROMBA ESSA PORTA!-Gritei e ele se assustou.

Meu pai se aproximou da porta e a arrombou. Entrei na casa correndo, chamando-a, mas nada dela, nada.

-Addison, ela nao esta aqui...

-Nao, ela esta aqui sim! Meredith!-Falei enquanto subia as escadas que davam nos quartos.

Tudo começou a ficar em camera lenta, a cada passo que eu dava, a dor no peito se intensificava mais. Quando entrei em seu quarto, meu mundo perdeu a cor.

Ela estava jogada no chao, com alguns frascos de comprimido perto de si e duas folhas de papel.

Soltei um grito e me aproximei rapidamente, a puxando para meu colo.

-Nao, nao desista! Fique comigo! Nao faz isso, nao faz isso. Eu te amo tanto Meredith. Se amar tambem, lute por mim, fique por mim!-Falava desesperada enquanto dava batidinhas em seu rosto.

Meus pais apareceram no quarto e logo ligaram para a emergência.

-Mae, faz ela acordar por favor! Faz alguma coisa mae! VOCE É MEDICA, ACORDA ELA!-Gritei enquanto minhas lágrimas escorriam.

Minha mae pegou o frasco de remédio e vi suas pernas vacilarem.

-O que ela tomou?-Perguntei e ela nao me respondeu.-ME RESPONDA O QUE ELA TOMOU?

-Filha, nao dá para salva-la. Eu sinto muito.-Ouvi a voz da minha mae em um misero sussurro.

Balancei minha cabeça negativamente, ela estava errada! Tinha alguma forma de salva-la, eu sabia que tinha.

-Mae, por favor, trás ela de volta...-Pedi e ela apenas me abraçou.

-Voce é a minha vida Mer, por favor nao me deixe!-Pedi sussurrando em seu ouvido.

Logo a emergencia chegou e minha mãe me segurou para eles a pegarem. Eu me debatia em seus braços, tentando me soltar e ficar com ela. Esperava os medicos dizerem que era mentira, que ela apenas estava dormindo, mas não, o médico disse que era tarde demais.

O meu mundo desabou, cai ajoelhada no chão e minha mae me abraçou, enquanto eu chorava brutalmente.

Eu perdi o amor da minha vida, o amor da minha vida morreu.

Por Trás De Uma Carta -ConcluidaOnde histórias criam vida. Descubra agora