Estico meu braço, a procura de Guilherme e não encontro. Abro os olhos e relembro da discussão desnecessária que ele criou. Me levanto, lavo o rosto no banheiro, predo meu cabelo em um cabo de cavalo e vou pra cozinha. Ainda não sei as horas, acho que é 05:00.
Me sento à mesa. Amanhã tenho que ir nos meus pais, continuo preocupada com eles, não entendo porque eles não me falaram pelo telefone, só me deixou intrigada e ansiosa, Guilherme disse que ia comigo, agora eu nem sei se ele quer ir.
Tomo meu chá, recém - feito, e depois vou pra sala, pego meu notebook, e pesquiso sobre as faculdades. Ah, primeiro passo, que faculdade eu quero fazer, paro de digitar, e tento pensar em alguma coisa. Bom, eu adoro ter controle, acertar a maioria das coisas, e ser sempre a que está certa. Advogada seria uma ótima opção, mas também tenho que pensar na minha nova carreira de modelo. Mas não atrapalharia em nada, eu acho.
Sinto alguém atrás de mim e quando me viro, encontro Guilherme encostado na porta, me olhando. Com olheiras profundas, e o cabelo bagunçado. Direciono meu olhar novamente para o notebook e procuro sobre advocacia.
Guilherme desaparece e eu me sinto mais aliviada pra fazer minha pesquisa. Achei um site com todas as informações necessárias, com tudo o que eu preciso. Pra falar a verdade, não me sentiria bem como advogada, não sou boa em tipos de debates.
Sinto a presença dele novamente, ele se aproxima e se senta na minha frente, do lado esquerdo do mesmo sofá que eu. Ele me encara e eu continuo olhando pra tela do aparelho.
- Sim, era ela, era a Angelina. - ele diz. Eu fico uns segundos sem entender, mas depois compreendo. - Por favor, fale alguma coisa.
- Eu .. já sabia, acho que .. desde que vi vocês dois conversando lá na agência, e ela com tanta intimidade .. - ele me interrompe.
- Ela acha que tem alguma intimidade comigo, quando na verdade, eu não lhe dei nenhuma. - ele fala, sincero.
- Essa confissão não vai fazer eu te perdoar por ontem. Você falou que ficava fazendo charminho pro Daniel, quando na verdade, eu só estava sendo eu mesma. - digo usando as mesmas palavras que ele.
- É que eu fico louco, não consigo controlar meu ciúmes. - Ele diz exasperado, passando as mãos pelo cabelo.
- Pois trate de aprender. Se eu sou sua namorada, não vou ficar fazendo charminho, como você diz ! Isso é um sinal de que você não confia em mim ! - exclamo.
Ele imediatamente responde.
- Claro que não ! Não fala besteira. Significa que eu tenho medo de te perder ! - essa afirmação me deixa sem fôlego.
Ficamos em silêncio por .. segundos ? Minutos ? Realmente não sei. Escondo meu rosto entre as mãos. Lágrimas caem sem eu perceber. Ele percebe e vem até mim.
- Hey .. não. Não chora, vem cá .. - ele pega o notebook e coloca sobre a mesa de centro da sala, e vem puxa pro seu colo, me alinhando como se eu fosse um bebê. - Porque ta chorando ?
- Eu .. não sei. - fungo, limpando o rosto.
- Você me perdoa ? - sorrio pra ele.
- Acho que na verdade, isso foi por causa da TPM, ela se aproxima .. - ele ri e eu acaricio seu rosto.
Fomos pra cozinha logo após.
- Tá com fome ? - ele pergunta.
- Não .. só com frio .. - digo me abraçando.
- Quer um chocolate quente ? Posso fazer. - ele estica os braços me puxando e me sentando na bancada.
Ele corre até o segundo andar, e volta com um casaco dele; coloca - o em mim. Fico observando cada um de seus movimentos.
