— Bem vindos á maravilhosa loja de Argoluli.
Era assim que saudava sempre aquele sujeito estranho, não necessariamente engraçado, que era o dono daquela loja muito exclusiva.
Sua loja era tão exclusiva, que encontra-la exigia um convite de fregueses que a frequentaram ao menos três vezes. É claro, que o convite como tudo na loja, era mágico.
— E onde está o tão aclamado Argoluli, senhor? _ Alguém sempre perguntava.
— Oh! Sou eu mesmo. _ Dizia aquele homem com um pouco menos de um metro e setenta de altura, um e sessenta e oito, na verdade.
A reação a tal resposta é que sempre variava, mas servia para o feiticeiro avaliar os humores de seus fregueses, sobre tudo os que ele ainda não conhecia bem.
Alguns olhavam com estranheza alguém que falava de si mesmo na terceira pessoa, outros riam. Alguns de deboche e outros de deleite, e assim Argoluli fazia anotações mentais.
Sério, cauteloso, idiota, desconfiado, parvo, sociável e, por meio disso, o preço.
Era a loja dele, as regras dele, o seu reino.
Às vezes vinham criaturas estranhas de todos os lugares do universo para negociar na loja.
É preciso entender que a loja, também era conhecida como um território neutro. Aqueles que aceitavam seu convite tinham que ter sapiência disso. Os fregueses podiam vir de qualquer plano da realidade, desde que se comportassem.
Certa vez um ilitch, devorador de mentes, se atreveu a quebrar as regras da loja e achou, por bem capturar algumas das mentes ali no estabelecimento.
Hoje a distinta cabeça de polvo, está petrificada ao lado da porta de entrada e é o suporte de charutos mais exótico do local.
Desafiar Argoluli em seu reino era um ato suicida, no melhor das hipóteses.
Dito isso, a loja era o local onde Argoluli se sentia mais seguro, ele amava trabalhar naquela loja, e não importava se o freguês vinha de Doomlore, dos planos inferiores, ou superiores. Sua história, ou seu objetivo, desde respeitasse o estabelecimento.
Aquele seria um sábado qualquer.
Mesmo que, os arautos de um dos magos mais perigosos do mundo viessem ao seu estabelecimento.
Havia uma sineta acima da porta de entrada, que á todos soava da mesma maneira, menos aos ouvidos de Argoluli em certas situações. Era uma espécie de alarme que ele dispunha á convidados potencialmente problemáticos e ele ouviu um alerta naquele dia.
Nesse caso, não ouviu, na verdade.
Ouviu apenas o ranger da porta e isso só indicava uma coisa.
O Culto do Silêncio.
"Tão longe de casa" _ Pensou consigo mesmo, Argoluli. Foi atendê-lo com o máximo de naturalidade. Não podia demonstrar fraqueza.
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A Maravilhosa Loja de Argoluli - O Terrível
FantasyA loja pode ser maravilhosa, o atendimento nem tanto. Bem vindo A Maravilhosa Loja de objetos mágicos de Argoluli. Pague em dia ou sofra as consequências.