"Sendo otimista no mínimo semidivino".
Foi a resposta de Argoluli, o terrível, humano, mago e mercador de itens exóticos de uma loja muito exclusiva do reino de Doomlore, ao membro da Armada Fantasma, Altman, provável sobrenome, talvez humano, de uma organização não oficial de um reino mais distante ainda, o de Grã Hall.
Resposta essa que ele deu sobre o provável nível de ameaça que representava Madal Najima.
O Fantasma aceitou a resposta que nem mesmo Argoluli sabia exatamente o que significava.
"Fascinante" pensou o mago. Por norma, semidivino era uma resposta elegante e muito rebuscada para dizer que não se fazia a menor ideia do poderio mágico da criatura.
As únicas fronteiras que delimitam tamanho poder são duas.
O ser ainda é algo no conhecimento mortal, o suficiente para não ser expurgado da realidade e, por último, mas não menos importante, de uma maneira bem simples de dizer, era ridicularmente poderoso dentro do que fazia, e o que ele fazia era magia.
O que esperar de uma criatura dessas? Teria alcançado o patamar cósmico? Haveria oportunidade de confronto ou somente um massacre caso tivessem que lo enfrenta?
Para todas essas perguntas, Argoluli só conseguia encontrar uma resposta: tragédia.
Enquanto sua mente quase sempre metódica procurava uma resposta mais agradável, lhe ocorreu as palavras de ensinamento do seu mestre.
"Poder sem mente é a porta do fracasso. A magia não vai resolver tudo para você. Bem, quase tudo, mas haverá momentos interessantes, momentos desafiadores que vão exigir mais da sua criatividade. Um mago de verdade se faz criativo".
— É fácil falar velho. _ resmungou Argoluli para si mesmo. Também para os que estavam com ele na carruagem, que o observavam apreensivos.
— Eu falei em voz alta? _ Indagou o mago estudando a expressão deles.
— Sim. _ Responderam à barda e o fantasma.
— Tem se tornado um habito quando fico estressado. _ Respondeu Argoluli olhando pela janela.
— Idade... _ Resmungou de volta, Altman.
Argoluli é claro, ficou indignado.
— Como pode pensar algo assim. Eu e você não parecêssemos ser mais velhos um que o outro.
— A questão é essa, não é mesmo? _ retorquiu Altman — Aparência. Eu sei que até o seu corpo pode ser manter "jovem" _ Disse-lhe fazendo aspas com as mãos. Mas a mente não deixa de envelhecer. Quantos anos você tem, na verdade?
Argoluli ficou mais indignado ainda, por que era verdade, e subitamente, se permitiu rir.
— O bastante para ser seu pai. Quem sabe conheci sua mãe?
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A Maravilhosa Loja de Argoluli - O Terrível
FantasíaA loja pode ser maravilhosa, o atendimento nem tanto. Bem vindo A Maravilhosa Loja de objetos mágicos de Argoluli. Pague em dia ou sofra as consequências.