Quinta-Feira | VL

03

Gustavo:
Rio de Janeiro, 2017.
19 anos.

Cheguei em casa depois de um longo dia na barbearia, exausto e faminto. Mal pisei dentro de casa e já fui cumprimentar minha avó, que voltava da casa de uma amiga.

- Fala, minha coroa. Onde você estava?. - Perguntei, plantando um beijo em sua testa.

- Oi, meu filho. Estava na casa da Rose, ela me convidou para tomar um cafezinho. - Respondeu ela com um sorriso.

- Um cafezinho ou para colocar a fofoca em dia?. - Brinquei, já antecipando a resposta.

- Me respeita, abusado. - Retrucou ela, jogando minha blusa em mim.

- A fofoqueira é ela. - Ri, enquanto perguntava pelo meu avô.

- Foi para a oficina do amigo dele. Você não conhece, ele adora essas coisas de moto e carro - Explicou minha avó, e eu assenti. Enquanto terminava de comer, decidi que era hora de cuidar da minha moto. Se surgisse algo mais tarde, eu estaria pronto.

Enquanto me preparava para mexer na moto, meu celular começou a apitar incessantemente. Era o Felipe, sempre com alguma novidade.

- O chefe. Tá aí? - A mensagem apareceu.

- Tô, e aí? - Respondi, já imaginando que ele tinha alguma ideia mirabolante em mente.

- Temos uma treta para você. Bora? - Propôs ele.

- Opa, estou dentro. Me conta. - Aceitei, curioso para saber qual era a novidade.

- Aquela mina que estou ficando quer me ver hoje. Pediu para arrumar alguém para a amiga dela. - Explicou ele, enviando uma foto em seguida.

- Gatinha. Vamos nessa. É hoje? - Confirmei, animado com a possibilidade.

- É isso aí. Vou falar com ela. - Respondeu Felipe.

- Então pede logo o contato que eu dou um jeito. - Sugeri, já pensando nas possibilidades da noite.

- Você é demais, cara. - Riu ele.

Enquanto lavava a moto, trocava mensagens com Felipe e arrumava os preparativos para a noite, não pude deixar de sorrir. Eu não estava planejando arrumar confusão para aquela noite, mas a vida sempre reservava surpresas interessantes. E com uma garota chamada Catarina, eu tinha a sensação de que a noite seria interessante.