Capítulo 4 {Revisado}

29 5 2
                                    

~~ Notas Iniciais ~~ 

Os capítulos dessa leva sofreram bastante modificação durante as revisões e eu, particularmente, achei que ficou muito melhor assim, alias, eu to apaixonada nesses dois capítulos.

As gotas que pingavam de seu rosto e cabelos eram mais grossas do que aquelas que as da garoa que caia ao seu redor, mas não se incomodou com isso enquanto chapinhava sobre as poças que começavam a se acumular no chão

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

As gotas que pingavam de seu rosto e cabelos eram mais grossas do que aquelas que as da garoa que caia ao seu redor, mas não se incomodou com isso enquanto chapinhava sobre as poças que começavam a se acumular no chão. Pela manhã estaria mais fresco e limpo.

Amélia parou no meio do caminho, erguendo a cabeça para a chuva escorrer por seu rosto, na esperança de que isso pudesse fazer por ela o mesmo que fazia com a natureza: limpar e renovar. Levar embora tudo que já deveria ter ido há muito tempo.

Sorriu para o céu fechado sobre a sua cabeça. A chuva começava a apertar e as gotas atingiam o seu rosto com mais força do que antes e escorriam geladas pela pele exposta. Ergueu os braços, girando devagar ao redor do próprio eixo, cobrindo o rosto com as mãos. Sabia que a sua blusa branca estava transparente contra a pele marrom, mas todos já estavam dormindo, então não havia com que se preocupar. Poderia tirar a roupa ali que ninguém se importaria.

Quando parou, percebeu a luz acesa na janela de Eliana.

Nem todos pareciam estar dormindo.

– Mélia!

A voz suave de Josué a encontrou no meio do caminho e, de repente, Amélia se sentia exposta e envergonhada. O olhar dele queimava seus braços seminus de forma predatória, mas parou em sua frente sem tocá-la.

Conhecia Josué há 11 anos e bem o suficiente, ele nunca a tocava sem permissão, mesmo que a cercasse como um animal faminto.

Costumava sentir mais medo na infância, mas o medo havia feito o seu trabalho amenizando aquela angústia que costumava crescer em seu íntimo.

A família de Josué havia passado uma semana no sítio quando ele tinha 16 anos. Amélia tinha 10. Era uma garota ainda mais selvagem naqueles dias, com os cabelos armados ao redor do rosto sempre fechados, recheados de grama e folhas secas, ainda usando as calças curtas que os filhos do patrão haviam deixado para ela.

Lembrava da época em que ele a perseguia pelos pomares e campos, até o dia que a jovem contou para dona Márcia sobre como o garoto a deixava desconfortável. Foi naquela época que Josué resolveu ficar pelo sítio, sempre manteve os olhos sobre a jovem, mesmo que sua aproximação fosse controlada pelos pais da menina.

Com o tempo, Amélia parou de se importar e começou a perceber o poder que tinha sobre o rapaz. No fim das contas, Eliana tinha razão. Havia escolhido alguém que sabia que podia manipular.

– O que 'cê tá fazendo na chuva? – perguntou.

Era estranho encará-lo ali, parado sob a chuva, balançando de um pé para o outro com uma calça larga e uma camiseta simples que marcava os músculos do peito. Amélia sabia que deveria sentir atração por ele, era um homem bonito com os cabelos colando na nuca, mas a ideia de beijar aqueles lábios cercados pela barba mau feita lhe enchiam de calafrios.

Orquídeas BrancasOnde histórias criam vida. Descubra agora