~~ Notas iniciais ~~
O capítulo a seguir possui "erros" de grafia em alguns diálogos. Qualquer erro fora esse pode ser livremente apontado <3 (Gradicida *-*)
Já não importava de qualquer forma!
Durante o jantar, Amélia já havia decidido que não iria fazer a visita privada que Eliana lhe havia pedido pela manhã, mesmo que aquela proposta ainda se agarrasse em sua mente, a atormentando enquanto cuidava dos animais, lhe assombrando quando se ajoelhava em torno da plantação ou quando se sentava junto à mãe para arrumar as roupas furadas e rasgada que lhe chegavam dos moradores da aldeia.
Não foi uma decisão fácil de se tomar.
Estavam sentadas à mesa de seis lugares, Amélia entre a mãe e o noivo, com Eliana à sua frente e, toda vez que se encaravam, aquela onda de ansiedade a atingia, fazendo com que sorrisse para o próprio prato de forma involuntária. Já havia almoçado com amantes antes e nenhuma delas a deixou daquela forma.
Era inegável que a professora possuía algum poder sobre ela. Algo que se arrastava por seu corpo, dominando-a aos poucos até que suas pernas estivessem moles e trêmulas e que tivesse de enxugar o suor persistente das palmas. Eliana era o seu ponto fraco e isso parecia persegui-la onde fosse.
Aquele sequer era o mesmo tipo de desejo primitivo que levou as duas a fazer sexo na beira do rio pela primeira vez, naquela tarde distante em que Eliana chegou. Amélia quase conseguia sentir o calor do sol em suas costas e o gosto de Eliana em sua boca.
Eliana também sorria de forma quase imperceptível quando seus olhos se cruzavam, como se houvesse apenas as duas na sala de jantar, apertadas entre a família de Amélia, com Frederico sentado apenas a uma cadeira de distância, ao lado da esposa, na ponta da mesa, de onde podia enxergar tudo.
Amélia sabia que ele não ignorava nenhum dos olhares furtivos ou sorrisos roubados.
– A mãe falou que 'cê ganho umas roupinha de nenê. – comentou, roendo a carne de um osso de costela, sujando o rosto de molho. – De quem foi?
Márcia se inclinou no seu próprio lugar, esticando o guardanapo de pano para limpar a boca do marido, que lhe beijou as mãos sem tirar os olhos das duas jovens.
Amélia estava mastigando e não respondeu de imediato. Eliana até ensaiou uma resposta, mas nem sabia o nome da mulher cuja imagem já começava a se desfazer em sua mente. Se lembrava dos cabelos cacheados por bobs e também do decote indecente, mas apenas porque haviam irritado Amélia.
– Da Mula. – respondeu, bebendo um gole de sua água. – Ela disse que é pro meu bebê.
Amélia encarou o pai diretamente, enquanto dona Márcia engasgou com a comida e Frederico lhe acertou batidinhas firmes nas costas.
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Orquídeas Brancas
RomanceAmor é algo que nunca esteve realmente nos planos de Amélia Ribeiro que, aos 21 anos, está com a vida seguindo como sempre planejou. Cheia de todas as certezas do mundo, seu noivo, Josué, pode não ter um sobrenome para lhe dar e ela pode até não am...