Capítulo 4 - Thin Wall

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Thin Wall

Kara queria chorar por ver Lena e Alex de mãos dadas e dando pequenos beijos antes de se sentarem à mesa. Desde aquele minuto em diante, a soldada parecia tão morta quanto nos dias em que ficou desacordada na cabana da enfermaria do Exército, porém imitava S/N e colocava um sorriso gentil no rosto e era gentil com as noivas. Ela entendeu naquele momento que era o certo a se fazer. Nesse dia, ela entendeu o porquê S/A tinha aquela máscara: para não sentir a dor excruciante que envolvia seu coração. S/S e Kara retiravam a mesa do jantar e lavaram a louça enquanto todos se retiraram e irem para seus aposentos.

— Agora consigo entender você, S/A. - A loira diz tão baixo que parecia um sussuro, mesmo assim, S/S a escutou.

— Não há mais nada que você ou eu possamos fazer. Só há isso sabe? Fingir. Fingir que nunca amou, fingir que não está doendo como ferro em brasa direto na pele. - Kara quase ficou sem ar porque sabia como doía. Ela sabia exatamente como era isso.

— É assim que me sinto...Você vai dormir agora? - Perguntou Kar.

— É tudo que mais quero, mas eu já não durmo direito a tanto tempo e desde que recebi o convite, mal consigo respirar direito mas vou tentar dormir. E você? - De novo, S/N tinha seu semblante entristecido.

— Partilho desse sentimento. Mas eu vou tentar sabe? Eu preciso de alguma paz. - A ex-Comandante do Exército a respondeu, igualmente triste e assim, se encararam depois de confessarem suas dores. Então a atração nasceu ali sutilmente e ambas sentiram as borboletas no estômago. Era o início de algo bonito que estavam prestes a experimentar, ainda que não tivessesm consciência disso naquele instante.

As duas se despediram e a garota dos olhos azuis seguia para o quarto, tomou banho num banheiro maior e sem estar sendo apressada pelo melhor amigo. Sorriu com a lembrança pois seu melhor amigo sempre estava apertado justamente quando ela estava tomando banho. Barry era seu companheiro e um ponto de paz na guerra, ela ria com ele tanto quanto chorava. Barry era o irmão mais velho que a loira nunca teve. Kara apesar de estar aposentada, ainda levava uma arma consigo para proteção,uma que não era dada pelo governo, era de seu uso pessoal.

A arma estava acoplada à sua farda e é difícil, para ela, se desfazer e usar roupas normais depois que usou somente fardas por onze anos. Pendurou sua vestimenta antes mesmo de ir para o banho, quando saiu, olhou seu uniforme por alguns minutos e por um instante, ela imaginou que teria que acordar cedo no dia seguinte e voltar às trincheiras. Deitou-se e virava de um lado para outro tentando dormir. Ouviu barulhos da cama rangendo, batendo na parede e sabia o que significava. Lena gemeu "Alex" em seguida e aquilo quase tinha sido a gota d'água. Era o inferno.

A loira tampava seus ouvidos com travesseiro até que aquele suplício terminasse. Assim que isso ocorreu, colocou o travesseiro no lugar e deitou-se corretamente. Olhou o ventilador de teto girar, girar e finalmente fechou os olhos. Logo o gatilho foi pressionado e ela estava de volta à guerra.

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