Capítulo 5: recomeço.

815 125 90
                                    

📖

— Capítulo 5: recomeço.

William saltou alguns passos para trás em espanto. Holmes havia lhe pegado de surpresa com a animação repentina. Mas ele logo entendeu.

— Se refere a eu trabalhar como consultor ao invés de professor? — perguntou.

O Moriarty não se preocupou em tentar separar suas mãos das de Sherlock, mas não pôde evitar de suas bochechas esquentarem um pouco.

— Você já era um, não é? Por isso parece tão natural, Liam. É perfeito — o loiro tentou procurar na memória, mas não conseguiu achar lembranças de um dia em que viu Sherlock tão decidido e animado sobre algo no último mês. — Você já tem uma ideia, mas muita gente lá do prédio pede minha ajuda para várias coisas. Eu não me importo em colaborar, óbvio, mas Liam isso combina muito mais com você!

— Tudo bem, tudo bem — ele cedeu. Não sabia se era pelo nervosismo que abafava seu peito ou a segurança do outro no assunto — Mas como funcionária? Não tenho onde atender essas pessoas.

— Em casa, oras. Não vejo problema nisso — Sherlock finalmente se afastou um pouco de William, soltando suas mãos. Ele não percebeu o alívio do outro. Não era como se o próprio Moriarty tivesse percebido, também — Primeiro podemos divulgar o trabalho, falando mesmo, e se engajar, imprimimos folhetos. Muita gente precisa do seu conhecimento, tenho certeza! O consultor Liam será reconhecido, já que ajudará todo mundo com vários tipos de problemas. Seja com plantas, contas, palpites, receitas e, bom, tudo que seu conhecimento abranger.

Sherlock falou sem respirar muito. Pareceu que ele ficaria sem ar no final, mas não foi o caso. William sorriu timidamente ao ver a cena. De repente seu coração ficou agitado. Ele pensou que poderia ser pela alegria contagiante do Holmes e aceitou a ideia.

— Isso parece divertido. Quero tentar.

Olhos azuis brilharam em seu rumo. Sherlock assentiu cada palavra.

William percebeu que o Holmes se animava sempre que o assunto envolvia ele. O problema é que ele não conseguia adivinhar o motivo — ou não estava pronto para adivinhar. Então apenas concordou que era normal as pessoas se sentirem felizes por outras tão abertamente.

O Moriarty encarou o detetive por algum tempo. Ele parecia sentir falta de algo na reação alegre, mas não se lembrou o que. Ainda assim, ele tinha certeza que Sherlock sempre fazia isso. De repente ele ficou bravo por não lembrar.

— O que estamos esperando? Vamos para casa fazer alguns preparativos.

Sherlock agarrou a mão de William e o puxou de volta ao prédio. O coração do loiro pareceu bater mais rápido novamente.

Algo parecia incerto, mas agora ele já não ligava tanto. A pergunta que fez antes da epifania de Sherlock voltou à mente. Repentinamente, William pensou que sempre foi plano do Holmes desviar do assunto. Ele ficou ainda mais confuso e ansioso.

— Sherly, antes disso, sobre o que eu disse-

— O que você disse?

Ele realmente não se lembrava ou estava planejando fingir a falta da memória?

— Esqueça sobre isso. Não é nada importante — William recuou. O frio na barriga era mais intenso do que ele esperava. Nenhuma palavra saiu de sua boca depois disso.

[ . . . ]

Ambos já esperavam, mas fazer William um consultor realmente trouxe frutos. O Moriarty não tinha receio de ouvir os outros e dar sua opinião, e lentamente a fobia social que ele estava desenvolvendo pareceu piada antiga. Era como um novo recomeço em sua vida, assim como Sherlock tanto queria. De repente foi como se William tivesse retornado alguns meses no tempo, para quando ainda vivia em Londres com os irmãos.

Prometa-me || Moriarty The PatriotOnde histórias criam vida. Descubra agora