Capítulo 12: presente.

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— Capítulo 12: presente.

Quando Sherlock chegou na escola naquele dia, acabou percebendo que não haveria aula por conta de uma palestra que ocorreria no salão principal. Ele havia se esquecido desse pequeno detalhe, planejando o dia inteiro. No fim tudo que pôde fazer foi desistir disso e manter a ideia para o dia seguinte.

Ele nunca ficou tão entediado enquanto precisava escutar o diretor do colégio discursando. Era obrigatório que alunos e professores estivessem ali, não importa o quão chato fosse.

O homem velho comentava sobre várias coisas que aconteciam dentro da instituição, como alunos em relacionamentos escondidos, o que era proibido, e outros que acabavam levando algum tipo de droga com efeito menor que algumas mais prejudiciais, mas que ainda era errado. Sherlock se perguntou por que os professores também mereciam ouvir tudo aquilo, sendo que nunca ocorreu algum caso envolvendo-os. Ele não pôde impedir-se de bocejar.

Ao fim da palestra exaustiva, ele se viu sem o que fazer no restante do dia e apenas vagou pela cidade observando tudo, com esperança de achar qualquer coisa divertida aos olhos. Mas não era muita a movimentação naquele pequeno povo, o que deixava qualquer um no tédio.

Sherlock estava quase decidido a voltar para casa quando avistou um casal comprando algumas lembrancinhas em uma pequena barraca de feira. Ele só conseguiu pensar em William por um instante.

O Holmes acabou percebendo que não tinha comprado nada para o loiro desde que tudo começou e se sentiu um pouco frustrado. Mas o problema iniciou quando ele não achou nada satisfatório o suficiente para presenteá-lo.

No fim só restou um Sherlock decepcionado consigo mesmo e sem presente nenhum.

Ele planejou voltar para casa dessa maneira, mas seu humor piorou um pouco ao avistar alguém o encarando de longe, tentando disfarçar. O coração saltou uma batida quando ele se aproximou.

— O que está fazendo aqui? — perguntou ao homem coberto de preto dos pés à cabeça.

— Investigando. Não acha que eu caí em uma desculpa esfarrapada como aquela, não é? — o homem falou grosseiramente. Seus olhos cruéis e escuros pareciam crucificar o detetive.

— Não descobrirá nada, pois nada há para descobrir. Você sabe muito bem que eles estão mortos — Sherlock retribuiu na mesma moeda.

— Não tenho provas o suficiente para trazer a Scotland Yard até aqui, mas fique sabendo que você e ele serão pegos e essa vida fingida vai acabar com ambos atrás das grades.

— Já não bastou me investigar severamente por três dias inteiros e quase acabar com minha reputação na escola? Como você achou que eu me justificaria com o diretor? “Um louco entrou na minha sala gritando o nome de outra pessoa e falando que sou ela. Disse que estou escondendo um criminoso e que deveria ser levado à justiça"? — Sherlock franziu o cenho. — Apenas aceite que pessoas possuem aparência semelhante a outras por aí. — Buscando controlar a raiva o Holmes alcançou um cigarro no bolso interno do terno e o acendeu com um isqueiro após colocar uma das pontas na boca.

— Não se livrará dessa tão fácil, Sherlock. Eu irei fazê-lo se revelar a força e entregarei aquele pecador ao mundo para que receba sua punição — foi a última coisa que o homem disse antes de sair. Ele pareceu ter sido amedrontado e vencido pelo Holmes para fugir tão depressa.

Sherlock suspirou um pouco antes de sentir seu coração voltando ao batimento estável.

Holmes não estava tão preocupado com o velho homem. Ele não era nobre nem plebeu; praticamente apenas um serviçal que calhou ser de Londres, ter ido visitar alguns parentes na pequena cidade e, por conhecidencia ou destino, avistou William e Sherlock nas ruas, rapidamente os ligando ao detetive Holmes e o Lorde do Crime.

Prometa-me || Moriarty The PatriotOnde histórias criam vida. Descubra agora