dia 15 de Agosto, 2015

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Dia 15 de Agosto, 2015.

    Eu fui o primeiro a chegar ao nosso quarto no novo dormitório. Pedi ajuda de algumas pessoas pelo caminho para subir as minhas coisas e logo já estava com a porta escancarada na minha frente esperando algum sinal que me dissesse para entrar logo ali e começar a tornar aquele quarto vazio em um projeto de lar.

    Suspirei e dei o primeiro passo para dentro do quarto, respirando fundo. As paredes eram brancas, mas um pouco manchadas pelo tempo e bolor, não era um prédio exatamente novo. Meu coração ainda acelerava com o pensamento de dividir o espaço de um quarto com Naruto. Éramos melhores amigos fazia bastante tempo, sim, mas nunca havíamos levado a sério a ideia de "morar juntos", talvez seja porque eu ainda tinha um pouco do pensamento de que ele está num patamar acima de mim fixado na cabeça.

– ALELUIA! – Me assustei com o grito de Naruto logo atrás de mim.

    Me virei na direção dele e vi um muro de caixas balançando no lugar que deveria ser de um rosto.

– Meu deus, você é maluco? Por que não me ligou lá de baixo ou pediu ajuda de alguém para subir tudo isso?! – Repreendi, tirando as duas caixas do topo da pilha bamba, revelando o rosto dele, o sorriso largo se refletia nos olhos que viravam duas formas de meia-lua pequenas.

– Porque a escolha de subir tudo sozinho era uma aventura, e eu sou aventureiro, você sabe disso. – Ele retrucou, largando as caixas num canto do quarto.

– Tudo bem então, senhor Indiana Jones. Agora a sua próxima aventura vai ser arrumar tudo isso e montar os móveis sozinho, o que você acha? Emocionante o suficiente?

    Ele se jogou de qualquer jeito no chão, esparramando o corpo para todo lado.

– De repente eu perdi todo meu espirito aventureiro, não entendo isso...

– Idiota. – O chutei.

– Sim, sou muito.

– Sempre soube, não se esqueça que foi uma das primeiras coisas que eu te chamei.

    Naruto gargalhou, se lembrando do que eu me referia.

– Logo na segunda vez que conversamos você vai, bem simpático, e me chama de idiota porque eu pisei no seu pé sem querer. Foi uma ótima forma de criar uma impressão, para ser sincero.

– Eu sei, foi tudo planejado. – Brinquei enquanto começava a tarefa de abrir as caixas e organizar tudo.

– Eu tô com preguiçaaa – Ele resmungou.

    Atirei uma caixa pequena na direção dele.

– Começa logo, assim terminamos rápido e você vai poder dormir e aproveitar essa preguiça toda de boa.

    O que era uma mentira, depois de desencaixotar tudo e guardar as coisas, ainda teríamos que montar as camas se não quiséssemos dormir só com os colchões jogados de qualquer jeito no chão.

– E quem disse que eu quero dormir? – Ele finalmente se levantou e começou sua parte do serviço.

– Você mesmo, tá louco? – O olhei de canto de olho.

– VEJA BEM, – ele exclamou, erguendo a tesoura infantil sem ponta que usava para abrir as caixas como se fosse um microfone. – Eu disse que estava com preguiça, não com sono.

– A diferença é mínima. Quando qualquer pessoa está com preguiça ela geralmente dorme, você só está se contradizendo.

    Naruto levantou a mão livre e forçou uma expressão de ofensa.

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