A sala da diretora não é tão grande como eu achava que era.
Um milagre estar cabendo nós cinco dentro, os meninos cederam as cadeiras para eu e Tamara sentar a frente da diretora, não sei se isso foi uma gentileza ou uma recuada estratégica para não ficar na linha de frente da general, eles ficaram em pé atrás. O olhar da Sra. Minerva estava de matar qualquer um.— No decorrer desses anos eu sempre, sempre advirto o quanto vocês agem de forma imatura e descontrolada. — Ela olha enfaticamente pra mim enquanto fala isso. — E vocês me vem com promessas que são vazias, porque nunca cumprem. E eu sempre dou uma segunda chance. Essa foi a última vez, vocês pegarão detenção depois de todas as aulas, só poderão ir para casa após cumprir a lista de deveres.
— Mas diretora, eu tenho balé depois da escola, não posso ficar. — Tamara diz um tanto aflita.
— E eu tenho cursinho, professo... Quero dizer, diretora. — Rodrigo se embaralha nas palavras.
— Eu não ligo, vocês deviam ter pensado duas vezes antes de concordarem com a baderna no refeitório. Vocês são os representantes da turma e não é atoa, é pra na ausência de professores ou coordenadores vocês serem os que impõe a ordem, mas pelo visto vocês só aprendem algo na dura sorte.
— Eu tenho uma apresentação no fim de semana, não posso faltar no balé... — a voz de Tamara definitivamente estava em um fiapo, ela ia chorar.
— Diretora, desculpa. Mas eles não tem nada haver, quem começou tudo foi a minha sala, se alguém tem que ser punido que seja a gente.
Eu ao menos tentei.
— Nos poupe do seu discurso de tentar salvar seus amiguinhos. Eu sei muito bem que essa bagunça toda só podia vir da sua sala mesmo, mas não estou aberta a sugestão de quem deve sair sem culpa. Todos tem porque concordaram e estavam fazendo o mesmo. Que exemplo vocês estão dando para os alunos novos? — Apontou para os gêmeos atrás. — Que essa escola não tem ordem e vocês fazem o que bem entende? Que não existe regras ou conduta? Vocês querem que a escola leve o nome de ser uma escola ruim? Pensem nisso, enquanto fazem a detenção.
— Diz isso porque é a sua versão da coisa toda. — Mathias fala e um sorrisinho ameaça a brotar nos meus lábios. — Mas o que eu vejo é só alunos tentando mostrar pro mundo que eles tem talento pra fazer e expressar suas emoções da forma que acham melhor. E se a escola reprime isso, então é um lixo tóxico de escola.
Eu estava surpresa demais com a forma que ele descreveu nossos talentos que me senti obrigada a virar e o olhar, e pra minha surpresa, não era Mathias que estava falando alguma coisa, era Matheus, que encarava a diretora com um ódio em seus olhos, ele chamou a escola de tóxica e simplesmente não deu a oportunidade de a diretora dizer qualquer coisa e saiu da sala a passos largos.
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ɴᴏ ʀɪᴛᴍᴏ ᴅᴏ ᴄᴏʀᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ
Teen Fiction₂₆. ₀₃. ₂₀₂₀ sᴇɢᴜɴᴅᴏ ᴏ ᴍᴇᴜ ᴘʀᴏғᴇssᴏʀ ᴅᴇ ᴍᴜ́sɪᴄᴀ, ᴠᴜʟɢᴏ ᴛɪᴏ sᴏɴɴɪᴄᴋ, ʀɪᴛᴍᴏ ᴘᴏᴅᴇ ᴛᴇʀ sɪɢɴɪғɪᴄᴀᴅᴏs ᴅɪғᴇʀᴇɴᴛᴇs ᴘᴀʀᴀ ᴄᴀᴅᴀ sᴇʀ ʜᴜᴍᴀɴᴏ. ᴘᴀʀᴀ ᴍɪᴍ ʀɪᴛᴍᴏ ᴇ́ ᴀᴘᴇɴᴀs ᴜᴍᴀ ʙᴀᴛɪᴅᴀ sᴜ́ᴛɪʟ. ᴍᴀs ᴇᴜ ᴇsᴛᴀᴠᴀ ᴇɴɢᴀɴᴀᴅᴀ. ᴀᴛᴇ́ ᴄᴏɴʜᴇᴄᴇʀ ᴇʟᴇs. ᴅᴇsᴄᴏʙʀɪ ᴛʀᴇ̂s ᴄᴏɪsᴀ...