High School ;; hes

14|Guilt & Ice Cream✔

Anteriormente em "High School":

- O meu cabelo, Harry! - grito e despejo o puré na cabeça dele.

- Fodasse, Caroline. O MEU CABELO, CARALHO. - ele berra.

- DEIXA DE SER UMA MENINA, IDIOTA. - sinto puré no meu nariz e no mesmo instante, a Karen entra pela porta.

Atualmente em "High School":

A porta abre-se mostrando Karen, ela olha para nós olhando seguidamente para o quarto à nossa volta. Não está assim tão sujo, pois não?

- MAS QUE RAIO SE PASSOU AQUI, MEUS MENINOS? - Karen grita e eu e Harry olhamos um para o outro ao mesmo tempo.

- NÃO FUI EU! - gritamos em conjunto.

- Meninos, eu vou falar com o médico e quando voltar quero isto o mais limpo possível. Vocês dois não podem estar por aí a sujar o hospital, tenham respeito!- dito isto, Karen saiu do quarto.

- Também não é preciso tanto. Não estamos numa igreja. - reviro os olhos e ouço o Harry a rir-se baixo.

- Limpas tu. - digo o óbvio ajeitando a almofada da cama desconfortável no quarto em que estou localizada.

- O quê, porquê eu?

- Bom, porque primeiro se fores homem, coisa que dúvido, vais fazê-lo por mim; segundo porque eu tenho de repousar; e terceiro foste tu que começas-te. - dou um sorriso convencido.

- Na verdade, foste tu. - ele resmunga. Encolho os ombros.

h a r r y

Depois de arrumar e limpar o quarto todo, observo a Caroline e vejo que ela já se encontra a dormir serenamente. Os seus olhos verdes cobertos pelas suas pálpebras; as suas maçãs do rosto pálidas. Ela é demasiado parecida com a mãe. Pensando nisso, está quase a chegar o dia. Aquele dia. É um dos piores dias para ela. Não sei se ela alguma vez reparou, mas era o único dia do ano em que eu não lhe ameaçava ou magoava fisicamente, apenas para que ela não sofresse demasiado. Quer dizer, ela sofreu durante anos por minha causa, tinha saudades do seu sorriso. É estranho.

Karen entra outra vez no quarto e sussurro-lhe para que não faça barulho e eu saio do quarto deixando-as a sós. Encontro o médico que cuida da Caroline e vou ao seu encontro.

- Desculpe, posso falar consigo? - pergunto ao homem que, pelo que vejo na pequena placa da sua bata, se chama Phil.

- Claro, o que deseja?

- Ah... eu queria falar consigo sobre a Caroline Marie Swang, você anda a tratar dela.

- Sim claro, mas está tudo bem com a paciente? - o médico franze um pouco as sobrancelhas.

- Não, bom, sim. Eu acho. A verdade é que ela está um pouco diferente, a nível de personalidade. - digo atrapalhado.

- Bom é normal que isso se tenha sucedido, afinal a menina Caroline bateu com a cabeça o que lhe causou um distúrbio mental. Com o distúrbio que o acidente causou a Mrs. Swang, a personalidade da paciente mudou, mas não se preocupe, daqui a algumas semanas o efeito do distúrbio passa e tudo voltará ao normal. - o médico sorri-me e vira costas continuando o seu caminho. Tudo voltará ao normal.

Quem diria que um atropelamento pudesse mudar alguém. Ela está menos frágil, eu noto isso e a sua frieza aumentou tal como a sua ironia e a impaciência. Parece a mesma Caroline, só que não é.

SÁBADO, 28 DE SETEMBRO

- Aleluia, liberdade! Merda, o meu braço. - Caroline queixa-se no meio do estacionamento depois de passar pela porta de saída do hospital.

- Boa. Acho que a Caroline bateu duro com a cabeça. - sorrio-lhe sarcasticamente e ela deita-me um olhar cínico.

- Bom, tu podes, ou melhor, tu vais levar-me a casa imediatamente para que eu posso esfregar tarte na tua cara mais tarde. - alguma coisa no seu timbre de voz me faz arrepiar.

- Para casa podes apostar que vais.

- VAMOS COMER GELADO, HARRY! - ela grita e eu olho para ela incrédulo.

-A meio do inverno? Acho que precisas, seriamente, de uma outra cirurgia. - gozo e ela olha-me chateada.

-Sim, qual é o problema, idiota?- Caroline insulta-me, pelo o que penso ser a vigésima vez hoje. Olho para ela e vejo o brilho nos seus olhos enquanto reparo que ela quer mesmo o gelado.

- Está muito frio, Caroline. Estamos em Londres, já te esqueceste? - aviso-a e vejo tristeza no seu olhar que antes transmitia felicidade. -Bom, pensando melhor, acho que podemos ir. Mas depois vamos logo para casa, quer tu queiras, quer não. Quer seja preciso eu pegar em ti e arrastar-te até casa ou não. - digo severamente enquanto a Caroline pula de alegria.

- Obrigada, obrigada, obrigada, cagalhão! - a sua tentativa de carícia não corre bem. Algo nesta Caroline intriga-me.

- Se estavas a tentar ser carinhosa, aviso-te já, não conseguiste. - não evito uma irónica gargalhada.

- Eu não estava, podes ficar descansado. - Caroline sorri-me e dá-me uma leve pancada nas costas, o que me faz soltar um pequeno riso. Entramos no carro de Karen e a mesma já estava lá dentro, peço-lhe para conduzir ate à gelataria mais próxima. A viagem demorou mais tempo do que estava á espera, talvez seja por estar um silêncio constrangedor no carro.

- Chegamos, meninos. - Karen avisa e nós saímos do grande Ranger Rover indo de encontro ao homem da gelataria.

c a r o l i n e

Chego-me perto do homem na companhia do Harry e olho para os variados gelados à escolha.

- Eu vou querer um gelado de morango com morangos por cima, recheado com chantily, muito chantily, topping de morango e bolacha.

- Boneca, a tua barriga consegue ingerir isso tudo?

- Por amor de Deus, não é assim tanto. - exclamo.

- Claro que não. - Harry fala irónico.

- Oh cala-te.

•••••••••••••

Olá!

Aqui está mais um capítulo.

Sobre o assunto da mudança de personalidade é verdade, eu estive a pesquisar na internet e alguns acidentes como os atropelamentos e acidentes desse género podem causar distúrbios se a pessoa em questão bater com alguma parte da cabeça. O distúrbio pode mudar a personalidade e não só, pode mudar a maneira da pessoa pensar e até pode mudar a forma da pessoa agir.

Dedicado a alcoholic-alien
Editado.

[1023 palavras]

@_girlflower