Capítulo 10 - chapter ten

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April,2018.

Era quarta semana de Abril. Jeon Jungkook já começava a pedir a Deus que o levasse, não aguentava as perguntas querendo saber o motivo do olho roxo ou sobre os machucados nos lábios e testa. Pelo menos, ele tinha Jimin. Ele espantava essas pessoas indesejáveis, mas nem sempre adiantava, eram insistentes. 

A única coisa que o deixava tranquilo era a melhoria do relacionamento com Taehyung. Tudo bem que às vezes não entendia ele, mas começava a entrar nos trilhos. Ele tinha se tornado 2x protetivo, por pouco não deixou o ômega voltar a faculdade. Jungkook teve que implorar demais. Teve, ainda, ajuda de Lita para essa tarefa. 

Por ser sábado, ele não teria – pelo menos naquele dia – aula, resolveu chamar o amigo para ir na casa do Kim. Avisou para o alfa apenas quando o amigo tocou a campainha. 

— Dessa vez eu deixo passar, ômega, e que isso não se repita mais. – falou e o permitiu abrir a porta. Taehyung admitia que gostava de ver a animação dele, era contagiante. 

Às vezes que o via sorrindo ou rindo com Lita ou por fazer alguma tarefa boba, Taehyung sorria junto. Não conseguia controlar. 

— Jimin-ssi! 

— Jungkook-ah! 

Os ômegas se abraçaram enquanto riam e quase foram pro chão. 

— Oiê alfa do Gukkie! – saudou o Park, acenando na direção do Kim. 

— Park. 

— Já disse que ele não é meu alfa, hyung. – manhou o Jeon. 

— leve-o para seu quarto, ômega. Pedirei a Lita levar alguma coisa para comerem. 

— Okay, alfa. Vamos Jimin-ah. – puxou o amigo para o caminho do corredor. 

Taehyung estava fechando a porta quando escutou a voz dele. Queria bater-lhe na cara dele, mas antes que pudesse fazer isso, ele empurrou até a porta está escancarada. 

— Taehyung. 

— Seokjin. 

Era uma troca de olhares e uma briga entre os lobos deles. 
Pigarreando, Seokjin falou: 

— Entregue isso para Jimin, por favor. – estendeu uma mochila,que foi agarrada por Taehyung. Olhando os olhos inexpressivos do Kim mais novo, uma vontade de querer conversar bateu. — Podemos conversar, Tae-saeng? 

— Tanto faz. 

[...] 

Sentados frente a frente, nenhum dos dois abriu a boca. O silêncio, além de ser desconfortável, era chato; fazia eles pensarem na relação que tinham. 

Quando Kwang-hee morreu, a família de Taehyung ficaram contra ele, apenas a avó sabia que não era culpa dele. Taehyung, até que, pensou por serem primos Seokjin iria ficar com ele e o defendendo; mas foi o contrário. Ele foi a terceira pessoa a apontar o dedo dizendo que era culpado pela morte do beta. A amizade que tinha com ele acabou no momento que ele fez aquelas acusações. 

Machucou tanto em Taehyung, ele era apenas um adolescente e ter toda família o odiando, destruía seu coração. 

Agora repensava se devia ter feito algo para salvar Kwang. 

Mas não dá. Já era passado. Já faz oito anos, não adiantava fazer mais nada. 

Estando ali, na frente dele, o ruivo sentia repulsa e raiva, pela situação que estavam e por Seokjin pensar que iria aceitar desculpas. Ele estava muito enganado. 

— Sei que minhas atitudes do passado não justifica o que fiz a você, errei demais contigo; em vez de te culpar, deveria ter escutado sua versão e não me deixar levar pelo o que a tia Sunhee falava. Não imagino a dor que você sentiu naquele momento, todos nós te machucamos. – Taehyung cruzou os braços e arqueou a sobrancelha. Onde aquele discurso iria chegar? 

— Entenda uma coisa Seokjin: eu nunca precisei do seu pedido de desculpas e não vai ser agora que vou aceitar. Guardo mágoa, raiva e repulsa por estar aqui na sua presença? É óbvio. Não é porque meu ômega é amigo do seu que preciso aceitar tudo e fingir que nada aconteceu, porque não é assim que a banda toca. E se está pensando que será assim, lhe convido a se retirar da minha casa.

— Eu já tinha uma noção de que isso iria acontecer, mas pelo menos tentei. Eu só peço que nossa relação não fique estranha. – pediu enquanto se levantava.  

— Ela ficou assim no dia que você me deu as costas. – Taehyung disse assim que Seokjin saiu do escritório.  

[...]

Tanto Jungkook quanto Jimin estavam estupefatos. Haviam escutado a conversa dos alfas e não conseguiam acreditar que eles se conheciam. Era chocante. 

Estavam na cozinha e por acaso estavam passando pela porta do escritório quando escutaram o traço da conversa. Como bons fofoqueiros, resolveram ficar para saber o final. 

Só não esperava aquele final. 

Correram pro quarto com medo de serem pegos e quase derrubaram a mesa com abajur que tinha no caminho. 

— Isso é interessante, nunca achei que o Jin e o Hyung tinham parentesco. Surreal. – Jungkook ficou pensativo depois da concordância de Jimin. — Mas o que será que levou o motivo para o Tae odiar Seokjin? 

— Eu não sei. – Jimin sentia-se curioso igual a Jungkook, mas caso fosse um assunto que seu alfa não poderia falar, não insistirá. — Vamos mudar de assunto, eu não vim para o final de semana aqui para falar do meu alfa e sim do seu! 

Jungkook sentiu-se envergonhado vendo a cara que Jimin fazia. 

— Yah! Ele não é o meu alfa! 

— É sim. – Park contra argumentou. — Vocês moram juntos, ele te protegeu daquela vez… então pronto. Vocês são um casal e muito bonito por sinal.

***

— Como está se sentindo, Kim? 

— Por que isso agora? 

— Eu sei que o lúpus veio aqui e que vocês conversaram…

— Maldita Alita!

— E não foi ela que falou, o cheiro dele está pelo escritório todo. – a alfa falou arqueando a sobrancelha. — não vai me dizer o que aconteceu? Sei que quando encontra com um deles, você fica mal. 

— Hum.

— "Hum" nada, Taehyung! Eu estou preocupada contigo, sou sua amiga e sei bem o quanto seu lobo fica. Descontrolado e pronto pra matar um. – suspirou. — Além de estar preocupada contigo,estou também com o ômega. Ele não conhece esse seu lado e tenho certeza que vocês não querem que ele descubra. 

— Tá! – revirou os olhos. — Ele veio aqui sim, mas foi pra trazer o amigo do Jeon. Aí quis conversar comigo, então deixei, queria saber o que ele falaria. Apenas isso. 

— Ele não tentou nada? – perguntou curiosa.

— Não, apenas pediu desculpas por ter me acusado pela morte do Kwang. – deu os ombros. 

Já passava das 11 da noite e a pedido de Taehyung, Saori apareceu lá para beberem. Não desconfiou do amigo, sabia que estava passando por problemas – de novo –, e tentaria ajudá-lo. Fez uma promessa pro Kim e iria cumprir até o último momento da sua vida.

— E como o ômega está? – perguntou calma. — Sei que vocês estão tentando fazer algo com ele e nem adianta mentir, porque dá pra ver. 

— Bem… – deus os ombros. — E eu não estou tentando fazer algo com ele, eu vou fazer. Por ora não, ainda tem esse ataque que ele sofreu, e precisa de cuidado e calma. Mas Jajá eu planejo alguma coisa. 

Meu Submisso (TAEKOOK)Onde histórias criam vida. Descubra agora