Capítulo 1

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Os trovões foram o que me forjou nesse mundo, e consequentemente... Foram eles quem me puseram no trono.

                               ~Kênia

Kênia

Eu ergui meu olhar para encarar o macho adormecido do meu lado, ele dormia serenamente.

"Um caso de uma noite" foi o que dissemos um para o outro.

"Minhas amantes são bem protegidas dos olhos alheios, por tanto não se preocupe, nada sairá deste quarto" foi o que ele me prometeu.

E agora eu estava indo.

Eu encarei as sombras que dançavam em cima do encantador e então me ergui devagar, me vestindo de forma rápida e silenciosa, eu pus a minha capa sobre mim.

Encarando o macho mais uma vez antes de atravessar para longe dali, lhe deixando um bilhete na cômoda ao lado de sua cama.

Era minha visita em Velaris, uma de minhas melhores amigas mora aqui, e eu vim visitá-la.

Morrigan.

Eu surgi no ponto de travessia onde eu poderia ir embora, mesmo eu podendo facilmente derrubar os escudos da cidade com um único trovão.

Eu inspirei fundo, já havia me despedido de Mor antes de irmos ao rita's, porque sabia que depois que ela tomasse uma taça e dançasse com uma de suas "amigas" ela iria sumir dentro da boate, fiquei um tempo até iniciar conversa com o macho que deixei a pouco tempo.

E merda, fora uma foda do caralho.

A melhor que tive em quinhentos e noventa e nove anos.

Quando o ponto de travessia brilhou eu o atravessei, me lançando ao céu, batendo as minhas asas e no mesmo momento eu atravessei no ar.

Surgindo no oceano tempestuoso, eu me inclinei para o lado, desviando de um raio brilhante, a chuva forte me encharcando por completo. Eu dominava os ares, controlava os ventos e correntes de ar, eu controlava a tempestade.

Desviei dos trovões, os mesmo rugiram como uma montanha a desmoronar, eu mergulhei, vendo uma grande onda se erguer para me enfrentar.

Eu sorri de lado e então bati minha asas com força, me lançando em sua direção, eu fechei as minhas asas e girei em um parafuso, prendendo a respiração quando perfurei a grande onda com meu corpo, a água gelada atingiu os meus sentidos e ao sair de dentro da onda eu abri as minhas asas, vendo as gotículas de água voarem junto comigo quando subi como um turbilhão eletrizante para cima.

Eu voei até que as asas doessem, voei até que o pensamento de que morreria naquele mar me invadisse, então eu enxerguei, através da luz, vi, vi mais a frente a sombra de uma enorme árvore.

Eu sorri de lado agora fora da tempestade amaldiçoada, o vento forte me recebeu e então enxerguei, o Sol já nascia na corte, pude ver a grande árvore em cima de uma gigantesca pedra, onde na árvore o grande gongo brilhava, eu me inclinei para o lado, contornando a grande árvore sagrada, mais a frente vendo a corte, eu a sobrevoei, casas na terra e acima de grandes rochas, no alto de árvores...

Eu subi, me içando para cima, em direção ao grande castelo flutuante.

Minhas asas bateram e com um rasante naquele céu rosado da manhã eu pousei no grande patamar de recepção com um estrondo gracioso, os trovões e raios salpicando meus pés e mãos, uma grande sacada com um trovão dourado traçado no ouro em seu mármore.

Corte de Sombras e TrovõesOnde histórias criam vida. Descubra agora