Capítulo 7

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Kênia

Eu não estava acreditando no que estava acontecendo.

O espião me mantinha presa contra ele, enquanto sua língua ardilosa explorava cada lugar da minha boca.

— Saía. -grunhi contra seus lábios.

— Não se faça de difícil, pela mãe. -ele praticamente choramingou.

Espalmei seu peito com as duas mãos e fiz pressão o empurrando para longe de mim.

Ele me encarou incrédulo e eu bufei afastando uma mecha de cabelo que havia se desarrumado.

— Se pensava que assim conseguiria algo está enganado demais. -falei caminhando.

Controlando minha respiração, ordenando que meu coração ficasse quieto diante da onda elétrica que passou pelo o meu corpo.

— Eu não sou domável. -ciciei para ele.

— Eu nunca disse que era. -ele rebateu.

— Mas pensou quando me beijou, achou que eu fosse te aceitar apenas com isso. —eu o encarei de cima a baixo— eu não sou qualquer uma que se derrete ao primeiro toque de um macho, Azriel.

Ele me encarou.

— Se fosse assim eu não estaria todos esses anos sozinha. -arqueei uma sobrancelha.

— Você não está sendo...

— Eu estou sendo racional. —ergui o queixo— não é porque somos parceiros que você vai me beijar e sairemos em um mundo colorido e perfeito.

— Eu não pensei assim. -ele disse.

— Pensou. -declarei caminhando até minha mesa.

Eu sentei em minha cadeira, entrelaçando os meus dedos, encarando o espião de forma séria, de forma política.

— Era apenas isso para que veio até mim? -questionei.

Ele estava de boca aberta.

— Você é fria. -ele murmurou.

Eu rosnei, batendo contra os punhos na mesa.

— Não fale do que não sabe. -ciciei.

Ele rosnou de volta.

— Você é fria e sem um pingo de sentimentos. -ele disparou.

Eu ergui uma sobrancelha e ele arregalou os olhos.

— Me desculpe, eu não...

Eu o cortei.

— Você não é o primeiro e nem será o último a me dizer isso. -batuquei com os dedos na mesa.

Ele me encarou.

— Vocês me chamam de fria, sem sentimentos.. —um riso amargo— mas não sabem quantas de mim eu precisei matar para ser quem eu sou hoje.

Eu ergui o queixo, a postura inabalável de uma rainha.

— E não me arrependo de ter tirado o sangue lentamente de cada uma delas.

Ele estremeceu.

— Então me conte. -ele pediu.

— Nunca. -o olhei afiada.

— Tem que confiar um pouco em mim. -ele disse.

— Eu não confio nem em mim mesma. —eu declarei— por tanto, resolveremos isso politicamente.

— Como? -ele me encarou confuso pelas palavras.

— Azriel, eu não sou fácil, por tanto serei nada mais que uma dor de cabeça para você, me diga o que quer para me deixar e resolvemos isso. -falei.

Corte de Sombras e TrovõesOnde histórias criam vida. Descubra agora