2- o espírito sem limites é o maior tesouro do homem

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Conforme os meses foram se passando, Seulgi e Joohyun foram construindo uma forte relação de forma rápida, sentiam-se como se conhecessem a anos, como se tudo aquilo fosse planejado para acontecer este tempo todo. Passam seus dias juntas, e a Bae até mesmo pôde conhecer a pequena irmãzinha da Kang, Sooyoung, ou Joy para os mais próximos. Curiosamente, a garotinha de cinco anos, assim como a Bae, era uma bruxinha, o que é claro, as aproximou rapidamente. Cada vez mais a vida das duas jovens se entrelaçavam, agora eram como carne e unha, o que fez com que a aproximação repentina fosse notada até mesmo pelos seus colegas de escola, que estranharam duas tão diferentes personalidades se darem tão bem juntas, mas eram principalmente por suas diferenças que as duas se aproximaram.
Quando se deram conta, já estavam finalmente no dia que tanto ansiavam que chegasse, o dia que iriam ver a bela e rara chuva de diamantes. E agora, além da ansiedade, levavam consigo também o peso do temor de serem descobertas, saindo pela noite a sós para assistir o belo e perigoso fenômeno natural. As garotas em certo momento começaram a compartilhar segredos entre si, e com isso, Joohyun contou a ela sobre sua mãe bruxa, que era uma mãe coruja além da conta, não a permitindo sequer coisas simples como apreciar a beleza natural do local, e aquilo obviamente enfureceu Seulgi, que tinha como seu objetivo de vida levar a Bae ao melhor momento de sua vida. Entretanto, é claro, não deveriam ter subestimado uma sábia bruxa. Ela sabia o que aconteceria se deixasse sua curiosa bebê assistir eventos como aquele.
‒ Vamos Joohyun, não temos o dia todo! ‒ Gritou Seulgi na porta da sala da bruxinha. Deveriam chegar em casa cedo hoje, para que o plano delas desse certo, o qual dependia quase totalmente da Bae para que funcionasse.
‒ Já estou pronta bruxinha impaciente. ‒ Diz uma Joohyun sorridente ao lado da Kang, esta que logo passou seus braços ao redor dos ombros da menor, a puxando corredor a fora, esbarrando em todos no processo e também, ouvindo muitos xingamentos, que eram respondidos somente com risadas das duas meninas.
Montadas na bicicletinha rosa de Seulgi, corriam feito loucas por witbosie, mas com um toque especial da menor que se encontrava no carona, jogando um feitiço que aprendera a algumas semanas atrás, que se consistia em levitar um objeto, e o transportar de um lugar ao outro na velocidade que desejar. As duas sorriam feito bobas, seus corações batiam descontrolados em seus peitos, as fazendo perder o ar que respiravam rapidamente; Joohyun por poucos segundos, não se importou tanto com o que sentia no momento, se permitindo pela primeira vez sentir seu corpo em chamas, como se fosse um combustível inflamável e ao entrar em contato com a maior, que era brilhante e perigosa como o fogo, entrava em chamas. A Bae temia aquele sentimento, se sentia em alarme constantemente, como se aquela amizade que veio tão rapidamente para sua alegria, pudesse se tornar algo mais em seu coração. Tinha medo de se apaixonar perdidamente por Seulgi, mas infelizmente, cada vez mais parecia estar prestes a enfrentar seus medos de frente, e se deixar perder estupidamente.
Ao chegarem em frente a casa em tons escuros, a bruxinha desce da bicicleta, agora, não mais flutuante, se despedindo da dona do veículo com um sorriso e um aceno, recebendo em troca uma piscadela e um sorriso bobo, como sempre, tendo a reação mais covarde possível aquele ato. Correu para dentro de casa o mais rápido que podia, para não permitir suas pernas bambearem em frente a outra. Escorada na porta de sua casa, teve sua visão preenchida por sua mãe com um olhar desconfiado, e por isso já sabia que iria a bombardear com milhares de perguntas, como sempre.
‒ Estava com Seulgi, minha filha? Veio correndo, porque está respirando aceleradamente? Suas pernas estão bambas, o que aconteceu? Se não me disser logo o que ocorreu, serei obrigada a...-‒ Mil questões por segundo, sem sequer respirar ou piscar, esta era Suzy, quando se tratava do bem estar de sua filha, queria poder saber de tudo, participar de cada detalhe de sua vida, as vezes até mesmo ultrapassando alguns limites.
‒ Está tudo bem mamãe, eu estava com Seulgi, hoje eu vim pedalando, por isso a respiração acelerada e as pernas bambas, ela é meio pesada...‒ Algumas mentiras foram soltas pela Bae para evitar mais perguntas de sua mãe, a amava demais, porém prezava por seu sossego, então aquilo era necessário.
Vendo que não teria mais questionamentos vindo da mais velha, tirou seus tênis entrando pela casa, indo diretamente ao banheiro, necessitava de um banho de água fria para pôr seus pensamentos no lugar e voltar a realidade. Não podia simplesmente fugir de Seulgi para sempre, deveria saber controlar melhor seus sentimentos.
Mas nem tudo sairá como a pequena bruxinha desejava, talvez devesse seguir os conselhos da pequena Yeri, deixar de esconder o que sentia e ser sincera com os outros sobre os seus reais sentimentos. As falas da pequena rodeavam sua mente, enquanto a água fria atingia seu corpo a fazendo tremer. "Você deveria se declarar bobinha, Seulgi unnie diz que quem tenta fugir do amor é fracote e mente pra si mesmo. Não sei o que isso quer dizer, mas você não é mentirosa e muito menos fracote, não é unnie?", será que era aquilo mesmo que a maior pensava sobre si? Talvez a Bae realmente estivesse mentindo para si mesma, pensando que podia controlar seu amor e o esconder para o resto de sua vida.
Desde sempre viu sua mãe, uma mulher independente, sábia, e que não precisava de ninguém para lhe fazer feliz. Então, em uma ilusão, Joohyun pensou que estaria no mesmo nível de sua mãe, que poderia ser como ela; mas justamente a mais ou menos duas semanas atrás, pode ver que jamais seria como Bae Suzy. Seulgi a fez sentir coisas que sequer sabia da existência, a fez pela primeira vez amar alguém, mas ao mesmo tempo, destruiu todo o mundinho intocável da Bae, a deixando desprotegida e apavorada. Seulgi veio como um tsunami, afogando a bruxinha com seus sorrisos irônicos, suas piscadelas sem aviso prévio; Joohyun não sabia ao certo como tudo aquilo começou, mas sabia quando, e não se arrepende nem um pouco de ter esbarrando nos corredores escolares, com aquela fadinha atrevida.
A jovem saiu do box de seu banheiro com um sorriso em seu rosto, talvez o plano das duas deveria receber algumas melhorias que seriam adicionais por ela neste momento. A Bae tinha completa certeza de que estava enfeitiçada, afinal de onde alguém como ela tiraria coragem para fazer o que faria mais tarde, não deveria ter ensinado a Kang alguns feitiços, afinal, ela deveria ter a jogado algum. Mais uma vez no dia, suas pernas fraquejaram, porém desta vez, apenas se permitiu dar algumas boas risadas de si mesmo, imaginando qual seria a reação da fadinha com o humor mais ácido que já conheceu.
As mãos anteriormente pálidas de Joohyun, agora tomavam cores vibrantes para si, enquanto a garota trabalhava cuidadosamente em um cartão, onde em sua frente, ganhava forma o desenho de suas jovens, uma escondida atrás de uma grande cerejeira observando cuidadosamente uma bela jovem em sua frente, já a outra, era uma belíssima garota, uma luz emanava de si, seu sorriso era doce, e em suas mãos carregava uma cesta de frutas. Ao ver a imagem pronta em suas mãos, sorriu para si mesma, o trabalho havia valido a pena, mas não deveria descansar ainda tinha muito a fazer.
Corria desesperadamente por witbosie. Joohyun deveria voltar antes da cinco como prometeu a sua mãe, porém nem metade das frutas que havia posto em sua lista tinha conseguido na pequena feira da vila, então em um ato desesperado, a jovem resolveu ir até a feira da vila vizinha, porém é claro, com um feitiço extremamente perigoso e que poderia acabar a fazendo virar poeira espacial. Uma breve e forte inspiração, duas palavras e um estalar de dedos, o mínimo que a garota esperava, era vez algumas deformações em si e talvez a perda de alguns objetos, mas para a sua surpresa, estava tudo bem, estava em ótimas condições e todos os seus pertences estavam lá. O que a determinação para finalmente assumir seus sentimentos não fazia, afinal?
Então sem perder muito mais tempo, verificou as pequenas vendas com seus olhos, enxergando ao longo da feira as frutas que lhe faltavam, agradeceu aos céus e se pôs a correr novamente, desta vez esperando que sua mãe não esteja lhe procurando na feira de sua vila, afinal, estava um pouco distante de lá.

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