chuva de diamantes | seulrene

4- afinal, aquilo que amamos sempre será parte de nós

Estava sem palavras, não sabia o que fazer, como agir, jamais imaginaria em sua vida que sua covarde Joohyun seria capaz de se declarar, então com um coração sambando em seu peito, pés trêmulos e olhos embaçados, direciona seu olhar novamente a sua frente, dando de cara com uma pequena bruxinha olhando em volta envergonhada. Com um sorriso que a Bae jurou poder iluminar todo o universo, a Kang se joga nos ombros da menor, logo entrelaçando suas mãos em seu dorso em um abraço. 

Seulgi a sentia derreter em seu abraço, então a abraçou mais forte, jamais deixaria que a outra escapasse de si; mesmo sendo cítrica muitas das vezes, a Kang estava em seu estado mais doce naquele momento, tudo graças a um cartão vindo de uma pessoa especial, em um momento especial.
‒ Eu também te amo, muito mesmo, e eu não faço piadas de mal gosto, meu gosto é bom. ‒ Diz Seulgi, arrancando algumas risadas da menor, que agora possuía bochechas coradas, um coração acelerado e algumas lágrimas solitárias sobre sua pele.
Com um sorriso em seu rosto, a fada põe suas mãos delicadamente sobre o rosto da Bae, secando rapidamente as pequenas lágrimas que insistiam em cair, lembrando a outra sem de que estava tudo bem, e que também a amava e muito. Estavam aproveitando ao máximo aquele momento, suas mãos estavam entrelaçadas e seus olhares fixos, como bobas pronunciavam uma a outra diversas declarações e elogios, que sempre eram recebidos com um sorriso sem graça e um "eu te amo", está que nestes poucos minutos, se tornou a declaração favorita das jovens, sempre a pronunciando, em alto e bom som, para que todos que estavam por perto pudessem saber do amor que nutriam.
Uma toalha estendida no chão e algumas frutas, foi o suficiente para que surgissem mais milhares de piadas entre as duas, "você é tão azeda quanto este limão Seulgi", era pronunciado a cada segundo uma nova comparação, elas dividiam as frutas entre si, estavam próximas demais, notaram isto desde que se sentaram, porém foram incapazes de se separar.
‒ Você é pequena e fofa como essa uvinha. ‒ E logo após esta afirmação da Kang, um silêncio absoluto se fez no local, as frutas já haviam se acabado e a chuva de diamantes provavelmente aconteceria dentro de meia hora ou menos. Eram capazes de sentir suas respirações se misturarem devido a proximidade das duas, seus olhares se cruzaram, seus pensamentos pareciam estar em uma sintonia única.
Os poucos centímetros que separavam as duas foram dissipados, seus lábios se colaram e suas mentes se esvaziaram, as duas jovens só desejavam aproveitar aquele momento especial ao máximo. Quando por conta de um pedido mudo de Seulgi, suas línguas se chocaram, puderam desfrutar do famoso "arrepio na espinha". Sorriam nos intervalos do beijo, sempre se lembrando de como eram felizes por terem uma a outra, e como Joohyun disse durante um dos milhares de abraços distribuídos da noite, a Kang a fazia viver uma fantasia, ela um sonho que se tornou realidade na vida da menor, a sua fadinha, o seu limão, o seu primeiro amor.
As mãos de ambas tomaram seus rumos em um dado momento, a mão direita da maior explorava a face rubra da Bae, enquanto sua mão esquerda descansava sobre as costas da outra, depositando carícias no local. Já as mãos da menor acariciavam os cabelos sedosos na nuca de Seulgi. Por um instante, se separaram devido a falta de ar, seus olhares eram fixos uma na outra, sorriam sentindo seus peitos subirem e descerem rapidamente, tudo devido ao ar que faltava em seus pulmões.
‒ Nós já deveríamos estar lá.‒ Diz a Kang, enquanto colocava uma das mechas teimosas da menor atrás de sua orelha. Não queriam acabar com aquele momento mágico, porém não poderiam continuar por ali. Com a ajuda da maior, Joohyun se levanta e guarda novamente o lenço estendido no chão em sua cesta, enquanto dobrava o tecido, podia ver no canto de seu olho Seulgi a observando atentamente, a garota soltava uma breve risada nasalada com a cena, logo direcionando seu olhar a sua "observadora" do momento.
‒ Vamos? ‒ Perguntou estendendo sua mão à outra, então a maior apenas concordou com um gesto e segura delicadamente a mão da Bae. Novamente caminhavam floresta a dentro, porém desta vez muito mais próximas da grande cerejeira, o que as deixava ainda mais ansiosas, afinal, esperaram muito para finalmente poderem assistir a chuva de diamantes.
Foram cerca de três minutos até que suas visões fossem tomadas pela cor rosada das folhas da grande árvore, conforme se aproximaram, puderam ver alguns pouquíssimos casas abrigados por ali, esperando pelo mesmo que as duas jovens. Quando se sentaram, no segundo seguinte, uma Seulgi abobalhada pede para que a menor se sentasse no meio de suas pernas, com a desculpa de que onde estava assentada poderia ver melhor, sabia que era apenas uma desculpa mal pensada, mas quem era a Bae para negar qualquer pedido de sua amada?
O céu se fechou em um segundo, escondendo o brilho da lua em seu estado minguante que iluminava witbosie, e então, o que Joohyun jurou ser a mais bela cena que viu em sua vida, pequenos pedaços de diamantes caíram do céu, brilhantes o suficiente para fazer com que a nuvem que os carregava tivesse uma coloração prateada brilhante, iluminando toda a vila novamente. Animada a pequena bruxinha volta seus olhar a Kang, que tão animada quanto ela tinha um grande sorriso estampado em seu rosto.
Mais uma vez a proximidade entre as duas foi cortada, fazendo com seus narizes se roçarem em um beijo de esquimó, este que foi cortado por um breve selar vindo de Seulgi.
‒ Eu te amo uvinha. Você quer namorar um limão azedo que gosta de abraços e beijos? ‒ Perguntou a Kang, observando o grande sorriso que sua uvinha continha em seu rosto, então segurou em suas mãos que sempre estavam pálidas, e depositou mais um dos seus selares nelas.
‒ Eu também te amo, m…‒ De repente, o sorriso em seu rosto morre, suas bochechas anteriormente rosadas, agora eram pálidas então por um momento Seulgi temeu, temeu pelas mãos de sua amada que se tornaram gélidas, por sua face sem expressão alguma, por seu corpo mole que se escorava sobre o seu, o impedindo de cair na grama.
‒ Joohyun, meu amor, você está me ouvindo? Por favor me diz que ainda está aqui comigo. Não me deixe, não faça isso comigo, eu juro ser tão doce quanto o mais puro açúcar, eu serei sempre uma doce limonada no fim de suas tardes quentes, por você, eu juro.‒ Com seus olhos embaçados devido as lágrimas, agarrava o corpo da Bae como se sua vida dependesse disto. Não entendia o que havia acontecido, porque, como iria viver sem teu primeiro amor, e que agora jurava que seria seu único primeiro e verdadeiro amor.
…
Desde aquele dia, a Kang não para de pensar nas últimas palavras da sua amada, de sua expressão mudando, e por fim, nas suas mãos gélidas, ela havia a deixado. A Sr.Bae sabia o que aconteceria desde o início do dia, porém não as impediu, desde o início, ela sabia de tudo. Desde o primeiro ano de vida de sua pequena, a garota convivia com uma maldição em sua vida, que profetizava que, quando Joohyun encontrasse seu primeiro amor, e então fosse confessado por este um sentimento recíproco, não lhe restariam muitas horas de vida. Porém tudo foi acelerado pelo fenômeno que era a chuva de diamantes, quando a pele alva da jovem foi atingida pelo brilho prateado, suas horas de vida encurtaram para segundos, deixando com que fosse impossível salvá-la.
A Bae foi destinada a não amar ninguém pelo resto de sua vida, mas Suzy sabia que seria impossível controlar isso para sempre, começou a ter este sentimento desde a chegada da Kang, a única que sua bebê fora capaz de amar. Sentiu-se triste pela ida do seu maior tesouro, mas vendo-a em sua frente, serena, pôde deixar seu último sorriso como lembrança do que sua filha foi e sempre será importante para si, sem deixar de lembrar na alegria diária que ela a proporcionava, por somente acordar ao seu lado. Mas infelizmente hoje, sua alegria se deve às boas memórias ao lado de sua bruxinha.
Seulgi só conseguia se praguejar mentalmente pela ida de sua amada, não deveria ter a deixado ir tão facilmente. Porém graças a Suzy, pôde sorrir por um momento, se lembrando de que Joohyun a amava incondicionalmente, e sua ida deveria ser relembrada pelos seus bons momentos ao seu lado, afinal, a pequena merecia todos os sorrisos do mundo para si. A fada se aproximou novamente da figura pálida, e em uma voz baixinha disse, "obrigada minha uvinha, por me permitir te amar com toda a minha alma. Espero que se lembre de mim, pois jamais me esquecerei de você, minha bruxinha. Espere-me pacientemente, e saiba que para sempre, você será o ar dos meus pulmões, meu primeiro amor, e a minha uvinha".

Joohyun amava viver em um mundo mágico, a magia a encantava, especialmente as que teve a oportunidade de conhecer juntamente de Seulgi, a chuva de diamantes, e o amor.