Meus olhos queimam, provável que seja por causa do sol, enquanto eu me levanto percebo que dormi do lado do livro e com as cortinas abertas.
ー Princesa, hora do café da manhã.
ー Está bem.
Indo para o banheiro, me lembro do meu casamento, que será em alguns meses, se não me engano, quatro, mas o que importa não é ele, e sim o que vem uma semana depois.
Minha coroação, o dia que eu finalmente serei Imperatriz.
ー Rainha ー Falo sussurrando para mim mesma, rainha Anabelle, ah tão satisfatório, ou melhor, Imperatriz Annabelle, quatro reinos para cuidar.
Ah, como algumas coisas me fazem feliz.
Logo após o banho observo o vestido, que está na minha cama, ele é diferente dos outros, não tem nenhum rabo e muito menos era volumoso, que nada mais era um monte de tecido junto, mas eu adorei ele do mesmo jeito.
Me olhando no espelho, reparo em como o verde escuro me cai bem e além disso, de como esse vestido é diferente, ele vai no máximo até meus ombros formando uma alça lateral, que realça meus seios e deixa minha clavícula a mostra, na cintura é mais fino, junto de uma leve fenda que vai um pouco acima do joelho, que facilita o movimento.
Depois do cabelo feito, vou para a sala de jantar, mesmo não querendo, sinto os olhares dos guardas e empregados no castelo quando passo, não nego, amo os olhares cheios de desejos que eles me lançam, seja homem ou mulher.
Chegando perto da porta, os guardas abrem para mim e quase em perfeita sincronia, meu pai levanta os olhos, do que quer que ele esteja lendo, para mim, dos pés a cabeça.
Logo após o café da manhã, recheado de elogios, saio em busca de nada, por mais que eu seja um pouco atarefada, gosto de fazer nada durante algumas horas.
E com isso em mente, decido ir ler, afinal a curiosidade me mata, pelo que eu estou lendo, minha mãe logo logo irá para a guerra.
E como sempre eles voltam pra guerra, me jogando na cama, eu fico olhando para o teto, como é irônico, uma princesa que deveria ser protegida ter que proteger um reino.
Mas o meu povo, vem acima de tudo e todos, se a guerra for necessária a ela eu irei, fortalecendo a minha determinação, decido ir terminar meu treinamento.
Chegando na arena pego uma lança, o peso é grande maior do que o do arco, eu tento ao menos levantar ela, mas sem sucesso definitivamente, não.
Na espada me saio melhor, mas mesmo assim ela treme na minha mão, eu acho que esse é o resultado de nunca ter feito nada.
ー A senhora precisa de ajuda, Alteza? ー Me pergunta um guarda que treinava, observando como a camisa gruda na sua pele, por conta do suor, posso visualizar os músculos e isso me faz corar, me fazendo olhar para o rosto dele, o que me faz corar ainda mais, o olhar intenso dele me constrange, seja pelo fato de as pupilas não aparecerem ou porque de alguma forma ele me parecia familiar, o cabelo com um corte baixo harmonizava com o rosto quadrado.
ー Ah sim, claro ー Falo constrangida. Ele sorri se divertindo e tira a arma da minha mão, o sorriso perfeito deixa ele belo, mas a espada na mão o deixa ameaçador, a altura ajuda um pouco, ele deve ser uns 5 ou 7 centímetros mais alto.
ー Bom, como a senhora nunca treinou, a sua força é pouca, então qualquer arma como lança, espadas e machados de guerras seriam inúteis na sua mão ー Ele fala analisando o arsenal do Palácio. Pelo visto achando o que procurava ele vai até lá.
De lá ele tira duas adagas e vem com elas na mão.
ー Na minha opinião, elas seriam a melhor escolha para a senhora.
Eu as pego da mão dele, elas são leves e afiadas, eu posso ver meu rosto no brilho delas.
ー Vá lá as teste ー Ele fala apontando pra um boneco de treino. Eu ando em direção a eles e dou um corte sem muita força e técnica, o corte é feito não muito fundo, mas é possível ver o algodão.
Mudando a posição, eu pego no cabo com o lado cego das lâminas voltadas para mim e eu tento reproduzir movimentos, que já vi algumas vezes.
Mexendo freneticamente meus braços, faço cortes e mais cortes no boneco, eu rodopio e faço um corte na cabeça, até que por fim finco a adaga onde seria o coração da pessoa.
Não deve ter se passado mais que 10 minutos, mas mesmo assim, minha respiração está fraca, fazendo com que eu me jogue no chão só com uma adaga na mão.
Ouvindo um assobio, me viro pro guarda que me ajudou.
ー Caramba, pra primeira vez você foi bem, alguns movimentos desnecessários claros, além de muita força jogada fora, mas foi bem princesa.
ー Obrigado... ー Eu tento pensar no nome dele, mas me lembro que não perguntei ー Qual é o seu nome mesmo? Desculpa a pergunta tardia.
ー hektor Princesa Anelise e não se preocupe com isso.
ー Bom, muito prazer não é, obrigado pela ajuda.
Esse nome não me é estranho, mas não importa.
ー Princesa, princesa! ー Beca vem até mim ー A Rainha Dominique está aqui, rápido ela deseja te ver.
Sem saber como reagir, me levanto deixando a adaga no chão e tento ir para o Palácio, mas...
ー Isso não será necessário, minha pequena ー Ouvindo aquela voz eu sinto leves arrepios, mas não é por culpa dela e sim, de alguma outra coisa.
ー Rainha Dominique ー Falo me abaixando cumprimentando ela. Bela como sempre, ela usa um vestido vermelho com um decote que vai até o umbigo e os cachos presos em algum penteado que eu não consigo ver.
ー Não é necessário tais formalidades, eu vim apenas fazer uma visita rápida a pedido da minha sacerdotisa.
Ela fala olhando para um orbe azul do tamanho da minha mão. E olhando pra ele mais uma vez me arrepio, então era dali que vinha os meus arrepios, ela estica a mão como se me desse.
ー O que seria isso rainha Dominique? E por qual razão você está me dando isso?
ー Apenas pegue logo, você irá saber ー Com medo, porém obedecendo, pego o orbe e ele começa a brilhar mais e mais na minha mão, até que eu tento soltar mais não consigo, depois de alguns minutos o brilho para e no fim me aparece uma arma.
Revisado por: lia3783
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My Mom Is A Quenn
FantasiDuas histórias, dois diários, duas profecias. Uma menina, lutou numa guerra e venceu, sua jornada escrita em dois diários, pela Filha a história há de ser contada. Mas e se não for apenas a mãe que tem algo a contar, e se a filha também tem a sua...