"Bruxinha gélida, não tens medo de brincar com fogo? Que interessante hmm? Eu deveria chama-la de audaciosa ou louca?"
- A T H A N A S I
3° CONTO DE GUERRA DOS REINOS
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A T H A N A S I ━━━━ •❂•₪•❂• ━━━━
ESTILHAÇOS E BRASAS
"Ele será tão poderoso quanto o pai", "A grandeza o espera, meu filho", "Cuide bem de todos Athanasi", "Sempre proteja seu irmãozinho, querido",
"Confiamos em você" "Confiamos em você" "Confiamos em você" "Confiamos em você"
Os ecos dessas palavras sempre me mantiveram de pé. Nascido como príncipe de Kættegorn, primogênito herdeiro do trono, filho do fogo e da guerra, nunca foi esperado nada além de grandeza em meu futuro. Uma criança desde cedo educada para a coroa. Eu me orgulhava de quem eu era. Me orgulhava de ter uma família sempre ao meu lado. Pai, mãe e um pequeno irmão amado, uma infância feliz e vivida ao máximo.
Mas como tudo neste mundo, a paz e felicidade nunca durariam para sempre. As bandeiras de guerra já tremulavam aos ventos, carregando cheiro de mortes.
Primeiro minha mãe, a mulher que mais amei em minha vida. A mulher que sempre me ensinou a importância de proteger a família. Mas eu não a protegi... eu não a salvei... eu era uma criança e tudo o que fiz por ela? Apenas chorei, sentindo a dor dilacerando meu peito. Jurando que jamais voltaria perder ninguém.
Eu lutaria pelo meu reino. Pela minha família. E assim não perderia mais ninguém.
Nunca aceitaria perder mais ninguém.
Foi na guerra que me destaquei, na guerra onde achei meu propósito, ambição e inacreditavelmente, felicidade. E depois.... mais uma vez a vida de alguém que eu amava foi arrancada sem que eu pudesse impedir, assisti o corpo do meu pai caindo no meio do campo de batalha.
Eu havia perdido meu maior herói e com isso me perdi também.
Me ceguei em fúria.
Me banhei no sangue da batalha, me alimentei do terror de meus inimigos, se a guerra queria tanto arrancar tudo o que eu amava, eu arrancaria tudo o que meus inimigos tinham, queimaria tudo até castelos se transformarem em cinzas, até os céus se escurecerem em fumaça.
Me deixaram em estilhaços. Eu os deixaria em brasas.
Me tornei mais fera do que homem, e meu povo me proclamou de Rei Dragão com orgulho, o protetor de Kættegorn, o conquistador da Guerra. Os outros me chamaram de assassino, destruidor e demônio, e eu prefiro que seja assim, o mundo já tem heróis demais e eles não acabaram com a guerra.
Eu acabei.
Pois os homens não temem espadas e heróis, eles temem monstros e demônios e era disso que o mundo precisava, — No que eles tinham me transformado.
E no fim da guerra, me vi sozinho, meu amado irmão, minha única família que restou, viajou para o horizonte com o juramento da lealdade e do reencontro, me encontrei insatisfeito com o fato, mas desejava que fosse feliz, ele e eu sempre fomos opostos, Ragnar um pacifista sonhador, eu um conquistador impiedoso, vindos do mesmo ventre, mesma criação, e mesmo assim, somos água e óleo, e é isso que nos torna mais fortes.
Prefiro a morte a machucá-lo, meu irmão trás o melhor de mim, sempre trouxe.
Mas já estou cansado de sempre ter labaredas dançando em meus olhos. Eu só queria um dia ter paz!
E eu finalmente encontrei a minha paz, para meu coração confortar... uma dama que veio como uma brisa refrescante, apaziguando o calor que ardia e queimava dentro de mim, tão bela como um floco de neve tão letal e forte como o próprio inverno.
Destino, sei que não é meu amigo.
Mas peço que não a arranque de mim. Não me faça perder-la, pois dela eu só quero ser o seu eterno amante.
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