Capuccino Italiano.

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Quinta-feira, 4 de Março.

Mil e uma coisas se passavam na mente de Lya, havia prometido a si mesma mais cedo que iria de uma vez por todas buscar saber o que andava acontecendo, o que não esperava era não precisar insistir. Sua mãe estava ali disposta a contar tudo.

- Há algum tempo que eu venho guardando tudo, mas ultimamente eu já não tenho suportado fingir aparência. - Começou Lurdes.

Lya ajeitou sua postura no sofá, e continuou olhando nos olhos de sua mãe passando a confiança que a mais velha precisava para prosseguir.

- O seu pai não irá mais morar conosco.

- O quê? Como assim?? - A mais nova adquiriu uma expressão surpresa, franziu o cenho tentando assimilar.

Ela estava confusa, sabia que algo não estava certo mas não cogitou ser tão sério.

- O seu pai me traiu. - Falou claro e foi como se Lurdes ao ouvir as palavras sendo proferidas em voz alta de sua própria boca estivesse finalmente absorvendo por completo a informação que insistia ignorar.

Lya iria falar algo, mas a progenitora fez um sinal com a mão pedindo para ela esperar.

- Eu descobri já faz alguns meses, eu decidi não comentar com ninguém e tratar de forma madura, sem brigas, e nós conversamos, ele me falou que estava estressado com alguns assuntos do trabalho, que havia bebido demais e acabou acontecendo, eu dei outra chance a ele - As frases saíram rápidas, o nervosismo era perceptível pois sua voz estava trêmula.

- 30 anos de casamento não poderiam ser jogados fora dessa forma... - A mais velha parecia estar reafirmando e respondendo mais aos seus pensamentos do que a filha.

- Só que... - Lurdes cortou o contato visual, passando a olhar para suas mãos em seu colo.

- Só que o que, mãe?

- Ele continuou com a mulher, durante esse tempo todo, Lya! Eu me sinto uma idiota... Eu não entendo onde eu errei, eu juro que eu não sei! - Dessa vez deixou suas lágrimas transbordarem.

Ver sua mãe tão vulnerável lhe partia o coração. Seu impulso foi puxá-la para um abraço, longo e apertado. Deixou que Lurdes chorasse em seu ombro, sentia sua blusa umidecer com as lágrimas e não pôde conter as suas também, acompanhou a mãe em um choro silencioso por alguns minutos.

- Tenho certeza que a culpa não foi sua, mãe. Nós vamos lidar com isso...

Lya nunca foi boa em se expressar com clareza, não sabia o que falar ao certo a respeito da situação, mas sabia que deveria oferecer conforto e foi o que fez.

No dia seguinte o clima ainda estava triste em casa, a conversa foi esclarecedora mas Lya ainda não entendia o motivo do pai ter feito o que fez

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No dia seguinte o clima ainda estava triste em casa, a conversa foi esclarecedora mas Lya ainda não entendia o motivo do pai ter feito o que fez.

Ele simplesmente foi embora, sem uma despedida, sem levar suas roupas.

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