Gato com óculos.

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Quinta-feira, 4 de Março.

Lya acordou com o barulho do despertador e dando de cara com a mensagem da Netflix "Tem alguém assistindo?" na tela da TV.

- Droga, deixei a televisão ligada! - Resmungou com a voz rouca matinal.

Ficou mais uns 5 minutos deitada de olhos fechados, tomando coragem para levantar. Meio contra a vontade se espreguiçou e se levantou, no relógio marcavam 05h45 e, apesar de odiar acordar cedo, ela gostava do seu trabalho.

Calçou seus chinelos e caminhou em direção ao guarda-roupas, pegou uma calça jeans escura e a diária camisa social branca.

Ao sair do quarto e ir em direção ao banheiro decidiu passar no quarto de sua mãe, a porta desta vez estava destrancada. Ela dormia serenamente porém em seu rosto era notável alguns resquícios de lágrimas. Lurdes andou chorando o que só deixou a filha mais preocupada.

Lya fechou a porta lentamente para não acordá-la, e foi tomar o seu banho.

Não demorou muito pois os minutos estavam passando rapidamente. Vestiu a roupa com um pouco de pressa, escovou os dentes e penteou seus cabelos, o que levou uns 4 minutos já que eles batiam na altura do peito. Lya ficou um tempo se fitando no espelho, o que ela mais gostava em si mesma, com certeza, eram os seus olhos. Ela gostava do tom âmbar que eles tinham, adorava a forma em que eles ficavam harmoniosos com os seus cabelos que eram castanhos claros.

Ela não se achava feia, porém não se considerava tão atraente como pessoa. Não diria e nem afirmava que ninguém se interessava por ela, na época do colegial Lya ficava com alguns garotos e atualmente ainda recebia investidas, todavia, sempre notou que o que eles tinham era apenas interesse carnal, algo superficial, que ela nunca desejara e nem alimentava com ninguém.

Por fim, passou um pouco de rímel em seus cílios que já eram longos naturalmente, mas que só eram visíveis com a maquiagem, e voltou ao seu quarto onde pegou sua bolsa. No automático colocou os fones de ouvido, jamais sairia sem eles e antes de sair deixou um bilhete em cima da mesa.

"Mãe, se precisar de qualquer coisa, ou continuar com dor de cabeça, não hesite em me ligar. Trarei um croissant de chocolate beeeem recheado, do jeito que você ama. <3"

Ao adentrar o transporte público, Lya decidiu sentar na parte traseira do ônibus onde estava mais vazio, se aconchegou e pôs a bolsa sobre o colo

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Ao adentrar o transporte público, Lya decidiu sentar na parte traseira do ônibus onde estava mais vazio, se aconchegou e pôs a bolsa sobre o colo. Nos fones tocavam baixo as músicas do Sam Smith.

No banco a sua frente, havia uma moça muito brava que discutia com o seu suposto namorado pelo telefone, que pelo o que ela falava dava a entender que o homem não queria assumi-la para família e nem amigos.

Lya não estava com interesse em ouvir a conversa, porém era impossível não escutar já que a moça falava em tom alto. Nem mesmo aumentar o volume da música adiantava.

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