Capítulo Dois

106 24 241
                                    

  Toco no tecido de linho fino de cor marfim da saia meu vestido enquanto a Brienna termina prender os meus logos cabelos cobres em uma trança

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

  Toco no tecido de linho fino de cor marfim da saia meu vestido enquanto a Brienna termina prender os meus logos cabelos cobres em uma trança. Assim que termino de me arrumar saio do meu aposento encontrando um dos meus guardas pessoais me esperando na porta, ele me acompanha já Brienna vai para a cozinha. Mesmo a Brienna sendo minha criada pessoal, eu a liberei para pudesse ajudar na cozinha devido aos preparativos para o baile.

  Ao adentar o grande salão me curvo para a família real e rapidamente me encaminho até a enorme mesa repleta de alimentos de todos os tipos e me sento do lado do príncipe Kendrick. 
Uma criada aparece do meu lado e me serve um copo de suco de framboesa, eu agradeço e recebo um olhar de indiferença da rainha Lyandra do outro lado da mesa. Naturalmente a rainha nunca agradeceria nenhum criado pelos seus feitos, para Lyandra pelo que eu ouvi ela dizendo sobre os criados, que eles não estão fazendo mais do que a obrigação deles. Levo o copo aos lábios bebendo o líquido e quando faço menção de pegar um pedaço de bolo, a mesma criada pega um pedaço de bolo primeiro, ela o coloca em um pratinho com talheres e coloca na minha frente, sempre me esqueço de que toda a refeição tem um criado para fazer tudo, e o que faço é apenas levantar os talheres levando o alimento a boca. Dessa vez não agradeço, não quero dar motivos para a rainha me punir depois. Com a ajuda do garfo levo a boca um pedaço de bolo de nozes que está uma delícia. 

  Sinto dedos na minha coxa que com o susto quase me fez engasgar com o pedaço de bolo na boca. Não preciso nem olhar para saber de quem é a mão. Respiro fundo tentando me acalmar. Eu não gosto dos toques do príncipe em mim, mas essa é uma das regras imposta pela rainha Lyandra, eu tenho que aceitar tudo e não reclamar. Ela me disse que o meu corpo não pertence a mim mesma, que meu corpo pertence ao meu noivo, meu futuro marido. Com isso tenho que aceitar seus toques em mim sem reclamar, mesmo que eu não goste desses toques. Sinto seus dedos apertarem mais minha pele sob o tecido fino. Fecho minhas coxas numa forma de evitar que seus dedos vão além da minha coxa e me remexo na cadeira para tentar afastar seus dedos, mas o príncipe nem se incomoda. Seus dedos vão subindo um pouco mais, sinto a minha mão do lado meu corpo se fechar em punho e meus dedos se apertam em volta do garfo. Eu seguro o metal com tanta força que não sei como não amassou. Tudo porque eu não gosto do príncipe me tocando, me sinto desconfortável, me sinto sendo violada mesmo sabendo que meu corpo já não me pertence. 

  Até agora, o príncipe só me tocou por cima do vestido, mas quando casarmos ele irá me tocar sem tecido nenhum me protegendo. Meu estômago se embrulha ao perceber o futuro que me aguarda. Minha vontade é de sair dessa mesa, sair de perto do príncipe. Contudo, o medo de ser punida fala mais alto. Sinto seus dedos chegando perto da minha virilha por cima do tecido e minha garganta se fecha, minha respiração se acelera com minha vontade de colocar o pouco do bolo e o suco para fora do meu estômago. Meus músculos tencionam, endurecem de puro nervosismo. 

  Entretanto, para o meu alívio seus dedos vão para longe da minha pele. Suspiro fundo voltando a respirar normalmente e sinto meus músculos relaxarem. Rapidamente termino meu café da manhã e peço licença ao sair da mesa e saio apressada do grande salão com o meu guarda me seguido, e vou no meu quarto novamente. Assim que fecho minha porta, me encosto nela e me deixo deslizar até me sentar no chão. Ainda sinto o toque do príncipe em minha pele o que me deixa ainda mais incomodada. Já deveria estar acostumada, não é a primeira vez que isso acontece e nem será a última. Mas, mesmo que eu já devia estar acostumada, não consigo evitar que lagrimas rolem pelas minhas bochechas. Se fechar os olhos ainda posso sentir seu toque em minha pele, ainda posso sentir a quentura e pressão dos seus dedos contra minha pele. É agoniante. Esfrego o local que ele tocou com as mãos numa tentativa inútil de afastar os vestígios do seu toque em minha pele mesmo que esteve protegida pelo tecido do vestido. A sensação não passa. Meu soluço ecoa no quarto, quando percebo que nem esse corpo não me pertence mais e quando me casar, meu corpo será integralmente para o príncipe Kendrick, e ele irá o usar da maneira que o melhor se satisfazer.

A Lenda Das Estrelas (Em Pausa)Onde histórias criam vida. Descubra agora