Capítulo 12- Juro que não houve uma dor maior na minha vida.

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Era quarta feira e a festa estava lotada e consequentemente Niragi estava lucrando muito, aliás ir a um lugar que havia pessoas que não era da confiança de Suguru e poder beijá-lo era a realização de um sonho afinal passamos 6 meses se escondendo, fugindo, mentindo e desviando o assunto quando falávamos de nós então ficar com ele na festa onde o povo só ligava para a própria curtição era demais.
Lembro da dificuldade do meu pai emprestar o carro para mim vim e para deixar eu vim.

FLASHBACK ON

- Pai, me empresta seu carro? – digo após o almoço.
- Para que? – pergunta assustado.
- Para ir à festa Ane – respondo.
- Quem vai? – me olha e eu desvio o olhar – me fala quem vai senão você não vai.
- Então eu não vou – falo rindo – vai o povo que vai se o formar.
- Vai ter drogas ou pessoas que seu pai adoraria prender?
- Suguru não vive com gente assim e vai ter drogas – respondo e ele grita me questionando sobre as drogas – por enquanto não to mexendo com nada – rio e ele me olha sério – você sabe que eu nunca faria isso, só estou pedindo o carro emprestado pq eu não quero voltar de carona com o povo bebado.
- Ok, juízo lá – entrega a chave do nosso segundo carro e eu subo para o quarto.

FLASHBACK OFF

- Não podemos ir embora? - ele disse quando parou de me beijar.
- Agora não, mas quem sabe daqui a pouco – rio.
- Quero você, na minha cama ou na sua tanto faz, mas eu preciso tanto de você - beijou meu pescoço.
- Acalme - se - rio - vou no banheiro e já volto.
No caminho algumas pessoas faziam comentários falando sobre eu estar a noite toda cm ele e eram do tipo: "a preferida dele" "daqui a pouco casa" "vai levar para a viajem ou vai comer aqui?". Eu rio tudo aquilo e foi ao banheiro.

Quando voltei para o lugar onde estávamos meu coração acelerou, meu corpo parou, senti como se alguém tivesse tirado o meu chão, era a pior cena da minha vida minha melhor amiga e meu namorado: Ane pressionava Suguru no balcão da cozinha se atirando pra cima dele enquanto ele ri e tocava o braço dela.
Parecia que meu mundo saiu de órbita, meu coração doía e meus olhos estavam cheios de lágrimas, eu olhava aquilo e não conseguia me mexer até quando ela levanta o olhar me vendo e se assuntando, ele também se assusta e tenta se aproximar, mas eu corro para fora daquela casa até o meu carro. Via Suguru correndo atrás de mim, mas ignorei apenas acelerei os carro, eu estava em pedaços e para piorar no rádio tocava favorite crime da Olívia Rodrigo.

Sim, todas as coisas que eu fiz só para eu pudesse chamar ele de meu e olha o que deu tudo isso, eu menti, fugi e até cometi crimes para a gente ficar juntos e ele não pensou duas vezes antes de me deixar para trás. Meu celular tocava loucamente, mas eu não queria atender, chego em casa chorando e meus pais vê, mas apenas peço um tempo. No quarto, fecho a porta e me desabo de tanto chorar, eu não acreditava naquilo, eu não queria acreditar, eu queria pensar que aquilo era coisa da minha cabeça ou que era um pesadelo, mas não queria ver o homem que eu amava com a minha melhor amiga.

Abro o celular e as únicas coisas que tinha eram mais de 50 ligações perdidas de Niragi e atualizações de stories da festa, ignoro aquilo e vou para o banheiro tirando minhas roupas antes de entrar embaixo da água que levava a maquiagem, o cabelo arrumado, mas não aquela dor que eu sentia. Passava um filme com todos meus momentos com ele na minha cabeça e que acabava naquela cena dos dois, sempre parava ali. Depois do banho, me lembro de colocar uma roupa qualquer e me jogar na cama com o celular na mão vendo todas as nossas memorias. Uma vez, sem querer, atendo uma ligação dele.

- Kaori, Kaori -ele dizia desesperado – me escuta por favor, calma... – o interrompo.
- Oh céus Niragi – disse chorando, pois doía ouvir a voz dele – você me trai e me pede calma? – soluço e respiro fundo – o que eu tenho que fazer é ficar calma? – eu falava chorando e ele gaguejava – a única coisa que eu vou fazer depois disso é me sentar e ver você a tocando e beijando da mesma maneira que fazia comigo, só que dessa vez você vai contar que não passava de um joguinho – chorei ainda mais - você me traiu Niragi, descumpriu todas as promessas que me fez, destruiu nossos planos e me machucou da pior forma – tento secar as lágrimas mas era inútil – meu Deus, eu queria que você tivesse pensando melhor nisso antes de fazer eu me apaixonar por você – choro e desligo.

Favorite Crime [CONCLUÍDA]Onde histórias criam vida. Descubra agora