018. O que é ser boa?

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MEU DEUS ACHEI QUE TINHA POSTADO SEXTA EU SOU UM DESASTRE

ENFIM COF COF
Finalmente um fim de ciclo pro núcleo da Rika, ela precisava de um finalzinho

Até pq eu odeio quando essas tramas acontecem e n são explicadas

Próximo cap vai ser o penúltimo :/ provavelmente postarei na sexta que vem, e logo depois no sábado guys

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Rika POV

Deixei minha mochila dentro da sala enquanto segurava meu lanche para aquele intervalo. Um bentô com bolinhos chineses e cogumelos; eu normalmente esperava pelas garotas para poder lanchar com elas pelo jardim de Seijoh, mas hoje, elas passaram direto em minha frente.

Elas sentiam repulsa de mim. Não me expulsaram do time, até porquê não tinham motivos esportivos, mas não olhavam mais para mim com carinho. E quanto mais tempo passa, mais entendo o porquê.

Prendi meu cabelo esverdeado em um coque e segurei os hashis, molhando um pouco do bolinho no shoyo. Havia subido para o segundo andar, queria comer por ali, na sala da próxima aula mesmo, não é como se tivesse algum lugar melhor.

Senti o gosto da carne de porco. Salgada.

Eu prendi a respiração ao ouvir alguém entrando pela sala. Se a professora descobrir que estou aqui, estou ferrada.

-...oh, Rika.

Hana entrou, e logo depois deu um passo para trás, pude ver que ela havia vindo para deixar as apostilas em sua carteira de costume, mas recuou.

- Pode guardar, eu não vou atrapalhar.

Seu rosto estava fechado, não me olhava nos olhos. Usava uma blusa azul por baixo do uniforme e alguns brincos dourados, linda como sempre. Suspirou fundo, parecendo tomar uma decisão difícil.

Passou com mais velocidade na frente de meu corpo, quase deixando os livros caírem, e notei que sairia o mais rápido possível. Segurei seu braço, talvez mais forte do que eu queria, antes que ela saísse de meu campo de visão.

- Me solta, caramba!

- Eu preciso que você me escute, Hana! - Eu disse, num tom quase desesperado- Olhe nos meus olhos.

Nossas orbes se encontraram. Pude notar o quão hesitante minha amiga estava. Eu soltei seu braço e ela não foi embora.

- Vamos conversar.

Mesmo recusando com a cabeça, seu corpo repousou em uma das carteiras, cansada, e se esforçando para me olhar nos olhos, depois de todas as ofensas que trocámos um a outra, depois de toda a dor que sentimos.

Contei o máximo que pude dos meus sentimentos, os problemas e as situações quee envolveram com Oikawa, e o quanto aquela merda havia me ferrado. Yaboku tinha os olhos marejados, e eu acabei soltando algumas lágrimas, apesar de agir como um monstro, ela ainda tinha carinho por mim.

- Sinto muito pelo que eu disse por último, Amane-chan. Mas, se você sabe que está errada, não devia se desculpar com Oikawa e Makoto também?

Um arrepio subiu pela minha pele.

- Não, não vou, eles vão acabar comigo, pode ser por mensagem?

- Assim como você quase acabou com os dois? -Yaboku tinha aquela maneira de usar as palavras que mexia consigo -Rika, se quer terminar essa culpa de uma vez por todas, precisa ser a que toma iniciativa. Se desculpe.

Me desculpar.

Talvez uma das coisas mais difíceis que tive que tomar a decisão.

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- Você.

Ouvi a voz de Oikawa sair tão ríspida quanto quando defende seu time nos jogos. Makoto tinha os braços envolvidos no do mais alto, e, droga, eles pareciam o  casal perfeito, Yūi parecia cada vez mais deslumbrante.

- O quê você quer?

Ele comentou mais uma vez. Diferente de Hana, ele não desviava o olhar do meu, tinha raiva, e com razão. Cerrei os punhos, apesar de me sentir mal pelo que fiz, não podia evitar minha inveja ao estar perto dos dois. Um amor não some de vista tão fácil.

- Tem um minuto, vocês dois?

Se entreolharam, confusos e curiosos, estávamos no meio do corredor, encostados na parede, mas eles não pareciam ter a mesma brandura de antes.

- Temos, mas a conversa vai ser aqui. Nós três. - Yūi comentou. Sua voz era dura mas podia sentir a ansiedade pela forma que ela mexia os dedos. Estava com um certo medo. Minha ficha caiu.

O que eu fiz?

- E- Eu....eu...- As palavras ficavam cada vez mais difíceis de sair de minha boca, e não consegui pronuncia-las sem olhar para o chão. -...me desculpe. Aos dois.

Apenas notei seus movimentos com a cabeça, não tive coragem de olhar para cima, até sentir uma mão tímida em meus ombros.

- Acho que... tudo bem. - Makoto estava ali, na minha frente, hesitante. Eu ainda não acredito que pude acertá-la daquela maneira, sua bochecha ainda estava um pouco lilás pela batida, escondida por uma camada de base. -Se você está arrependida, tudo bem Rika. Mas por favor, nunca mais chegue perto de mim.

Eu nunca disse que queria estar perto de você, garotinha.

Rolei meus olhos suavemente, me segurando.

- Escutem, eu não estou blefando, estou pedindo desculpas de verdade, o quê eu fiz foi demais. -Disse, quase perdendo a paciência- E você nem é tão bonito assim, Oikawa-san.

Seu sorriso sarcástico se abriu ao mesmo tempo que o sinal da próxima aula tocou. Nem havia terminado meu lanche.

Apesar de ainda ter aquela raiva, ela não estava mais no meu coração. Ela estava fora, eu não senti mais aquele peso horrível em todo o meu ombro

Makoto assentiu e saiu afrente, provavelmente virando o corredor, Oikawa antes de sair, fez questão de estar frente a frente comigo antes que fosse embora.

- Não se atreva a fazer de novo. Nunca, Rika. -Prendi a respiração enquanto ele me ultrapassou.

E aqui eu estava.

Novamente em minha casa, sozinha, com os pijamas, devorando o resto do bentô da hora do intervalo. Apesar de frio, eu me recusava a comer mais um fast-food congelado no fundo do freezer. Pequenas gotas caíam e faziam um barulho no assoalho do jardim, o que me fez demorar para atender o celular, o nome não mais bloqueado aparecia na tela.

- Amane-chan!

Meu rosto se encheu de alegria.

Eu não sei definir o que é bom, eu nunca aprendi isso, sei definir o que é ruim, e sempre me aceitei assim, o que provavelmente foi o pior erro da minha vida, era o que eu devia ter evitado, para assim não ser como minha mãe, aquela que eu menos queria parecer. Apesar de tudo em minha vida, agora, eu podia ser um pouco mais leve, um pouco mais humana. Eu tinha alguém, e eu era alguém, e por ela e por mim, eu posso tentar ser menos rude. Por nós.

- Hana.

- 𝐈 𝐚𝐦 𝐭𝐡𝐞 𝐛𝐞𝐬𝐭. ▹ᵒᶦᵏᵃʷᵃ ᵗᵒᵒʳᵘ -TerminadaOnde histórias criam vida. Descubra agora