Banana Fish - depois do anime

Ash decide voar

Após esperar por duas longas horas, Ash finalmente estava sentado confortavelmente no assento de número vinte e três do avião que voava para Tóquio.
Olhando de longe, ele parecia dormir com os olhos abertos, enquanto encarava a minúscula janela ao seu lado, mas só quem estava na mente dele sabia do turbilhão de pensamentos que bombardeavam seu jovem cérebro.
"Há apenas alguns dias, eu sequer cogitaria sair de casa para procurar por Eiji do outro lado do planeta. Acho que algo naquele hospital mudou algo em mim."
"Será que foi ficar tão perto do outro lado que me fez perceber a preciosidade dos momentos aqui?"
"Esqueci de trazer roupa de baixo, espero que Eiji me dê uma das dele."
"Meu celular está quase morrendo, preciso do carregador agora."
"Será que vai ser fácil encontrar emprego lá? Fiquei sabendo que japoneses não gostam muito de estrangeiros."
"Mesmo assim, não me importo, eu dou um jeito."
"Estou cansado. Como pode? Eu acabei de ficar três dias inteiros deitado."
E assim, Ash esqueceu do carregador de seu celular e acabou dormindo, um sono tranquilo, com sonhos aparentemente não tão tranquilos, já que seu coração acelerava mais a cada segundo.
Lynx dormiu por cinco horas, às vezes tendo algum espasmo muscular, provavelmente por conta do sonho, mas, no geral, nem se percebia que tinha alguém ali, de tão quieto que estava. Acordou levemente assustado, olhando para os lados, mas logo percebeu onde estava e lembrou o que estava indo fazer.
Mais tarde lembrou também de pôr seu celular carregar, já que estava com apenas 3% de bateria, e haviam poucas horas sobrando até chegar ao Japão.
Ao todo, Ash ficou por volta de 15 horas voando. Achou um pouco cansativo, mas divertido, já que nunca havia usado outro meio de transporte coletivo que não fosse trem, ônibus ou metrô.
Ao chegar em Tóquio, ficou perdido, o que é normal, afinal, não sabia falar japonês, a não ser o pouco que Eiji havia lhe ensinado.
Mas Lynx sempre foi ágil, e rapidamente pensou numa maneira de encontrar um lugar para ficar, já que não sabia onde o amigo morava.
Claro, Ash nasceu no século da tecnologia, logo, usou isso a seu favor: ia traduzindo para o japonês tudo o que queria falar. Dessa forma, conseguiu alugar um hotel barato para passar a noite.
Logo a lua brilhou no céu, fazendo com que seu cabelo loiro reluzisse ainda mais. O que o fez lembrar que precisava cortá-lo.
Ash não sentia sono, afinal, podia ser noite em Tóquio, mas ele estava acostumado ao fuso horário dos EUA, onde era dia agora.
Ele passou algumas horas tentando lembrar se alguma vez Okumura havia lhe dito detalhes sobre onde morava, mas não lembrou de nada que pudesse de fato ajudar. Sendo assim, decidiu que tentaria dormir, para que de dia tivesse energia suficiente para encontrar o amigo no menor período de tempo possível.