Capítulo 2 - Gatinho real

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[🐱]

Johnny encarava o gatinho se deliciando de uma tigela de cereais. De longe ele se perguntava até quando aquele sonho duraria, pois aquilo não podia ser real.

Ia contra todas as leis da lógica e física. Completamente fora da realidade. Johnny só podia estar louco ou sonhando, não tinha mais outra explicação.

Ficou até sem fome com tudo o que houve, e apenas deixou o gatinho comer. Petrificado, ele olhava cada mínimo detalhe do cara ali, que era total e completamente como ele tinha desenhado.

Era seu desenho, era o namorado ideal, era Ten. E por mais louco que fosse, ele estava começando a achar que aquilo era mesmo real.

Estava tão virado em olhar o gato que se assustou ao escutar o som do celular tocando. O gatinho olhou pra ele, só por reflexo, mas logo depois voltou a comer.

Johnny foi pro quarto, talvez aquele fosse o sinal para acordar, talvez fosse o som do despertador lhe tirando dos sonhos. Até ficou mais feliz, e ao chegar no quarto, ele pegou o celular e viu o número de uma cliente na tela.

Atendeu, e a moça lhe perguntou quando ficaria pronto a logo que tinha encomendado. Ele prometeu entregar no dia seguinte, e agradeceu pela preferência.

Quando desligou, Johnny respirou fundo e fechou seus olhos.

— Pronto. Acordei. — falou, mesmo sem ter total certeza se tinha acordado mesmo.

Colocou o celular no bolso do moletom e andou pra fora do quarto, indo averiguar se aquele garoto/gato tinha desaparecido.

Voltou para a cozinha, onde antes o gato comia, e apenas encontrou a tigela vazia. Suspirou em grande alívio, e sorriu, não tinha enlouquecido, era apenas um sonho afinal.

— Meow! — sentiu algo grudar em suas costas.

Johnny suspirou fundo e aceitou a ideia de estar louco mesmo.

Ten soltou um risinho, abraçando o maior e começando a cheirar seus cabelos.

— Te assustei, não? — perguntou em um tom animado.

— Por que você ainda não sumiu? — reclamou, quase em um tom de súplica. — Você não é real.

— Claro que sim! — o gato se soltou de suas costas e foi pra frente dele, cruzando os braços. — Por que fica dizendo isso toda hora?

— Porque você não é real. Não tem como ser. — falou, olhando no rosto dele. — Será que se eu ir deitar e dormir outra vez você some?

— Dormir não! — segurou seu braço. — Ten quer brincar agora, dormir só depois.

— Brincar? Não, não mesmo. — negou com a cabeça. — Já é louco o bastante eu estar te vendo na minha frente, não vou brincar com algo que não existe.

— Mas Ten existe! Você não vê? — fez um biquinho e bateu suas digitais sutilmente no antebraço de John. — Ten te vê bem.

— Eu estou te vendo. Mas não deveria estar te vendo. — o respondeu, em tom confuso. — Você não pode ser real. É impossível que isso seja real.

— Não é, Johnny. — negou. — Ten é real.

— Como sabe meu nome? — arregalou os olhos.

— Você que criou Ten... Como não ia saber?

— Você só pode ser um sonho... — suspirou, cansado daquela situação.

Ten desistiu, deu de ombros e o soltou, indo pra sala. Talvez Johnny fosse esquisito daquele jeito mesmo, talvez não estivesse em um dia bom. Ten não queria insistir.

kitty! • johntenOnde histórias criam vida. Descubra agora