Capítulo 22 - Gatinho?

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— Ten?

Johnny chamou, ao não encontrar o gatinho na cama naquela manhã. Uma sobrancelha sua levantou, os olhos confusos e os lábios juntos. Ten não costumava acordar antes daquele horário.

Não estava na cama de cima, nem no banheiro, nem na sala, nem na cozinha, nem no quarto de Johnny, nem nos armários, também não no closet ou hall de entrada.

— Gatinho?

Ele coçou o rosto, achando esquisito seu desaparecimento.

Johnny foi até a porta de entrada do apartamento, que estava trancada e sem sinal de tentativa de abertura. Ten não havia saído.

Procurou embaixo das camas, nada. Ele não estava em lugar nenhum, nem mesmo na dispensa. Nem em algum lugar alto, nem em canto nenhum.

Aquilo deixou Johnny preocupado.

— Amor?

Foi então que ele escutou um miado manhoso e baixo de algum canto da casa.

— Ten? Onde você está, gatinho?

Outro miado, e então ele conseguiu distinguir que vinha da varanda, o local onde ele não havia procurado. Correu pra lá rapidamente. Subitamente parou logo ao entrar na varanda.

Seus cactos estavam espalhados por lá, as roupas lavadas também estendidas, a pequena escada cheia de cactos menores e as janelas de vidro fechadas como ele deixou na noite passada. Só havia uma coisa diferente.

Um gato preto estava sobre o parapeito, observando a cidade lá fora pela janela aberta. Seu rabinho balançava, e a pontinha dele era branca.

O gato virou a cabeça na direção de Johnny, e Suh ficou de queixo caído ao perceber que aqueles olhos eram idênticos aos de Ten.

— Meow... — o gato disse, pulando do parapeito e caminhando preguiçosamente na direção do maior.

Ele parou aos pés de Johnny, o cheirou e esfregou a cabeça em sua canela. Johnny quase ficou sem respirar por tempo demais.

— Ah, caramba... Você virou um gato de verdade?!

Johnny se abaixou, pegando o gato em seus braços e observando com afinco o animal. Ele tinha os olhos de Ten, seus pelos eram da mesma cor dos cabelos de Ten, até a pontinha branca em seu rabo era como a de Ten.

Não era possível. Aquele gato só poderia ser Ten.

— Você é mesmo Ten? — perguntou.

O gatinho o olhou de pertinho, e como uma resposta, ele cheirou o nariz de Johnny.

— É você... — ele riu nervoso. — Como fez isso, amor?

Ten, o, agora, gato, respondeu com um miado.

— E agora? Como fazemos pra você voltar ao normal? Eu nem sabia que você podia fazer isso... — suspirou fundo. — Não pode viver como gato pra sempre... Preciso que volte à sua forma original.

Johnny o arrumou em seus braços, e o gatinho relaxou as pernas, cravou as garras no pijama de Johnny e ficou tentando alcançar o rosto do humano com a outra pata.

Ele foi para o sofá, se sentou e colocou Ten sobre suas coxas, segurando embaixo dos bracinhos pequenos do gato.

— Okay. Você precisa voltar ao normal. Faça alguma coisa, gatinho.

Ten ficou o encarando, sem dar mais miado algum, apenas com os olhos fixos e brilhantes, as pupilas quase que totalmente dilatadas.

— Vamos, Ten... É incrível você ter se tornado gato por completo, mas precisa voltar a ser meio humano, amor.

— Johnny.

— Você disse meu nome?

A boquinha do gato não se movia, apenas aqueles olhos alegres e curiosos estavam em sua direção.

— Johnny?

— Ten?

— Johnny!

E, quase que em um pulo, Johnny abriu seus olhos, encontrando Ten sobre seu tronco e com o rosto muito próximo ao seu. Ele ria baixinho, tocando a bochecha de Johnny com os dedinhos.

— Estava sonhando comigo? Você falava muito o meu nome, amor. — Ten disse, piscando várias vezes e com os olhos curiosos.

Johnny coçou os olhos, soltando um bocejo, seguido de um suspiro.

— Era só um sonho...?

— O que? — o menor perguntou, confuso.

— Nada, eu acho que tive um sonho estranho, muito estranho. Caramba, meus sonhos ultimamente estão sendo bem peculiares.

— Peculiares... — Ten repetiu, rindo. — Com o que sonhou?

— Com você, mas, você era um gato...

A expressão de Ten se tornou mais confusa do que já estava.

— Mas eu sou um, não?

— Não assim, no sonho você era totalmente um gato. Era pequeno, preto e tinha a ponta do rabinho branca.

Ten pensou um pouco.

— Deve ter sido estranho. Peculiar. — sorriu. — Sabe o que é isso? Você fica tempo demais vendo Pets comigo, sabia? Aí fica imaginando essas coisas e acaba sonhando.

Johnny riu um pouco.

— Tem razão, deve ser isso, amor.

Ten assentiu.

— De todo modo, eu estou aqui, e sou seu gatinho. Um gatinho fofinho que Johnny ama muito, não é? — ele deitou sobre o maior, esfregando o nariz no peitoral dele.

— Sim, Johnny ama muito esse gatinho fofo. — sorriu, o abraçando. — Bem, pelo menos não foi um sonho ruim, apenas estranho. Acho que também sonhei com isso porque passo o dia todo pensando em você.

Ten ficou vermelho, e disse, bem baixinho:

— Eu também sempre sonho com você...

Johnny segurou o rosto dele com as mãos e o encheu de beijos.

— Está com fome?

— Uh-hum!

— O que quer comer?

— Hum... Leite e cereais!

— Okay, vamos preparar.

Ten levantou rapidamente e saiu saltitando do quarto. Johnny foi logo atrás, com algo em sua mente.

E se Ten pudesse mesmo se transformar completamente em um gato?

E se Ten pudesse mesmo se transformar completamente em um gato?

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~ Só mais dois capítulos e acaba... Fui!

kitty! • johntenOnde histórias criam vida. Descubra agora