Capítulo 18 - Reconciliação

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— Okay, os dois, expliquem agora o que diabos acabou de acontecer.

Taeyong quem disse aquilo, com os braços cruzados. Johnny estava do seu lado esquerdo, da mesma forma que ele, com um semblante confuso e durão ao mesmo tempo.

Doyoung e Ten estavam sentados na cama, afastados. Nenhum deles olhava para os outros dois, tinham as bochechas coradas e os machucados dando mais destaque aos rostos de ambos. Zangados e chateados, assim eles se encontravam.

— Vamos. — Taeyong chamou a atenção dos dois. — Quero ouvir o que houve.

Doyoung soltou um suspiro.

— Doy disse pra Ten que deveríamos chamar vocês pra dormir aqui. Ten disse que não tinha espaço. Doy disse que poderia ser só o Johnny, então. Ten ficou bravo e fez muitas perguntas, e ficou dizendo que Johnny era só de Ten. Doy ficou com raiva também. Ten pulou em Doy e começou a bater. Doy revidou. — ele disse, com sinceridade. — Ten arranhou com força o rostinho de Doy e tá' ardendo muito, Yongie...

Terminou de falar com o rosto contraído em uma expressão de choro, os lábios tremendo e pequenas lágrimas saindo de seus olhos. Taeyong sentiu que o coração iria quebrar.

— Oh, meu amor... — acabou com sua pose firme e dura, se aproximou do maior e abriu os braços. Doyoung o abraçou rapidamente, continuando a chorar.

— Foi isso que aconteceu, Ten? — Johnny perguntou, olhando o híbrido com incredulidade.

— Não! — ele falou. — Q-Quer dizer, sim... Mas... — suspirou. — Doy mordeu meu nariz e puxou minha orelha! E... E arranhou minha bochecha! — bravou, se defendendo.

Johnny suspirou fundo e massageou as têmporas, pensativo. Tudo estava tão bem naquele dia, o que teria trazido a confusão?

— Então... Vocês estavam brigando por Johnny? — Taeyong perguntou, meio confuso.

Ten assentiu, Doyoung não respondeu.

— Por que isso? — Johnny perguntou.

Ele escutou um fungar da parte de Ten, e viu o gatinho começar a chorar outra vez.

— É tudo culpa de Doy! E-Ele me provocou! Disse que você não era meu! Mas... M-Mas você é meu! — falou alto. — Você é só meu, não é...? — abaixou o tom, olhando manhoso para o maior.

Johnny pensou um pouco. Okay, talvez criar híbridos significasse ter pessoinhas apegadas ao extremo consigo mesmo sem o conhecer muito.

Quando era apenas Ten, tudo parecia mais simples.

— Okay. Em primeiro lugar, vocês não deveriam ter atacado um ao outro. Isso é errado. Vocês não são completos animais, precisam se portar como pessoas também. — Johnny disse. — Segundo, não se inicia uma briga dessa categoria por algo tão bobo sem sentido algum.

Doyoung escondeu o rosto no pescoço de Taeyong, pensando e parando de chorar. Ten abraçou as próprias pernas e fez um biquinho.

— Terceiro, vocês deveriam ser amigos. Taeyong trouxe Doyoung aqui para vocês se conhecerem, para serem colegas, se darem bem e terem alguém como vocês para compartilhar experiências e carinho. — ele estalou a língua. — Estou decepcionado, com os dois. Achei que vocês eram mais comportados, principalmente você, Ten. Já faz meses que eu te ensino muitas coisas, principalmente como se portar na frente de outras pessoas. E você, Doyoung, está sendo educado por alguém inteligente e gentil, deveria ser assim também.

Os híbridos ficaram magoados com as palavras, mas no fundo sabiam que era verdade. Eles precisavam de sermão.

— E por último, eu não sou de nenhum dos dois. Não existe isso. Não somos objetos, somos pessoas e híbridos. Ninguém é propriedade de ninguém. Eu não sou seu, Ten. Eu também não sou seu, Doyoung. Assim como Taeyong não é de vocês, e... Enfim. O que eu quero dizer é que o motivo da briga foi estúpido. — explicou.

— Você não é meu? — Ten perguntou, choramingando.

Johnny sorriu pequeno e se aproximou dele.

— Vem aqui. — abriu os braços.

Ten ficou de pé e o abraçou, Johnny beijou sua testa.

— Eu amo você, Ten. Amo como jamais amei ninguém nessa minha medíocre vida. Você deixa meus dias melhores, me faz muito feliz. E eu sei que você me ama dessa mesma forma, mas... Não, eu não sou seu. Você também não é meu. — acariciou os cabelos dele. — As pessoas só devem ser posse delas mesmas. Pois mesmo quando todos te abandonarem, você terá a si mesmo para não ficar só.

Ten entendeu, e se sentiu patético. Oras, havia brigado por um motivo muito, muito, muito bobo. Sentiu vergonha de seus atos.

— Johnny tem razão. — Taeyong disse. — Agora, peçam desculpas um pro outro e se abracem.

Ten deu o primeiro passo. Ele se soltou do abraço de Johnny e foi para mais perto de Taeyong e Doy.

O coelho, por outro lado, hesitou. Apertou mais Taeyong e murmurou algo que nenhum dos três entendeu.

— Faça isso, querido. — Taeyong pediu. — Está tudo bem, Ten não vai te machucar. Já passou.

Doyoung o soltou cautelosamente, com certo medo. Ficou de frente para Ten e olhou em seus olhos, todo medroso.

— Desculpa, Doy... — Ten disse, desviando o olhar. — Você me desculpa?

— Doy desculpa Ten. Ten desculpa Doy? — perguntou.

Ten assentiu.

— Agora, pra finalizar, um abraço. — Taeyong sugeriu.

Os dois se abraçaram, meio sem jeito, mas aquele abraço acabou com o clima tenso após aquela briga. Ten até fez cócegas em Doyoung, e o outro revidou, o que acabou nos dois rindo.

Taeyong e Johnny cuidaram dos machucados deles, e Suh deu a ideia dos quatro irem dormir no seu quarto, já que a cama era maior.

Eles se deitaram na ordem: Johnny, Ten, Doyoung e Taeyong. Os híbridos se abraçaram aos outros dois e logo pegaram no sono.

E bem, apesar das dificuldades, talvez fossem bom o mundo ter mais de um híbrido.

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kitty! • johntenOnde histórias criam vida. Descubra agora