POV. JACOB BLACK
—Jake. Temos um problema. - escuto a voz urgente de Seth me chamar e eu suspiro antes de desencostar do carro e me virar para fita-lo, dando de cara com Quil, Paul e Sam, não podia ser boa coisa, eles tem expressões preocupadas no rosto. Semicerro os olhos e um arrepio sobe a base da minha coluna, Nessie vem a minha cabeça.
—Me falem que isso não tem nada a ver com a Nessie. - peço, quase imploro e Sam nega, suspiro aliviado.
—Não, bem longe disso. - Quil fala, chamado minha atenção e eu começo a perder a paciência.
—É o que então? Falem logo. - peço firme, olhando cada um dos rostos ali e é Sam quem dá um paço a frente, para ele também estar ali não era boa coisa.
—Leah não quer se transformar mais, falou que não vai se transformar mais. - ele fala rápido, sem respirar e eu preciso de uns segundos para assimilar suas palavras. Fechos os olhos balançando a cabeça de um lado para o outro e depois abro os olhos suspirando.
—Ela o que? - pergunto para ter certeza que não ouvi errado, e semicerro os olhos esperando algum deles falar novamente. Seth apesar de ver minha expressão toma a fala.
—Leah disse que não vai se transformar mais, que precisa de um tempo. - ele repete o que Sam disse, suspiro e passo as mãos no rosto, Leah já tinha me causado problemas demais, ela não precisa acrescentar mais um na minha lista.
As coisas não estavam sendo muito fáceis, Leah era uma amiga, tinha se tornado minha melhor amiga, mas perdeu uma sequência de pontos a partir do momento em que decidiu atacar Nessie, tivemos uma briga feia, e eu acabei usando o tom alfa com ela, a fazendo pedir desculpas a Nessie e ela não gostou nada e sumiu pela floresta. Depois não apareceu mais, desde ontem, ela não se transformou e nem apareceu para as rondas, dificultando as coisas e era beta, precisávamos dela.
Edward deu a notícia que não conseguiu um encontro com o nosso outro problema, o vampiro Volturi, e precisávamos triplicar as horas de ronda para que não tenhamos nenhum tipo de surpresa. Estávamos a mercê, éramos presas fáceis, ele tinha um poder muito forte, um que apenas Bella era contra ele. E para piorar o sangue suga tinha salvado a Nessie, eu precisava ter raiva dele, eu tinha, mas no fundo era grato, se não fosse ele, não sei o que teria acontecido ali. Bufo.
—Jake, nos precisamos... - Quil começa e eu o interrompo.
—Marquem uma reunião, vou me encontrar com Leah. - digo limpando minhas mãos no tecido que estava pendurado em meu ombro, um pedaço do que um dia foi uma camisa. Seth faz a boca em uma linha e eles me olham indagativos.
—Jake, eu não acho uma boa ideia você conversar com ela agora... - ele começa e eu nego.
—Então porque vieram até mim? Não foi só para me comunicar, não é? - pergunto e ele suspira concordando, Sam ainda está impassível, e Quil já caminhava para fora da oficina - Faça o que estou mandando, marque a reunião para hoje à tarde, vou falar com Leah. - finalizo sem dar chance de ele falar qualquer coisa, sem opção ele apenas anui com a cabeça e caminha para fora da oficina. Junto com Quil e Sam.
—Seth? - o chamo e ele para nos limites da floresta para me olhar – Onde ela está? - pergunto e ele ergue uma sobrancelha.
—Onde mais estaria? - ele pergunta como se eu tivesse deixado passar alguma coisa, e eu já concordo sabendo. Ela estava no penhasco, o lugar favorito dela em La Push, Leah sempre se refugiava lá quando estava com a cabeça a mil, ou os pensamentos conflitantes, e se não lá, correndo, mas como Seth disse, ela não quer se transformar mais.
Os vejo partir em silêncio, e fecho as portas da oficina minutos após fechar o capo do carro, que eu tinha finalizado e precisava entregar amanhã. Ossos do oficio e com isso lá se ia mais um dia de montagem da nossa casa, ou melhor do nosso pequeno esconderijo, que era a forma que Nessie tinha apelidado nosso chalé. Foi um pequeno esforço fazer daquele lugar nosso, claro que os Cullens facilitaram um pouco as coisas, movendo uns pauzinhos invisíveis e num piscar de olhos eu tinha a escritura de uma pequena parte da praia de La Push no meu nome e no de Nessie. E com as economias guardadas eu consegui comprar o que Nessie chama de nosso esconderijo e ainda tinha sobrado, eu vinha juntando a um bom tempo e tinha dinheiro demais na conta parado.
Eu estava fazendo de tudo para terminar o quanto antes, a finalização da montagem da nossa casa, tinha até pedido ajuda os meninos para pegarmos um dia e finalizarmos de uma vez. Mas por outro lado queria adiar as coisas, adiar o quanto eu pudesse, porque cada segundo naquela montagem com ela era especial, seus sorrisos, sua dedicação, a nossa ida, as caretas encantadoras de Nessie tentando idealizar a casa já pronta, fecho os olhos sorrindo. Tinha apenas o problema do desejo, estava ficando cada vez mais difícil manter a sanidade, Nessie descobriu um ponto fraco em mim, na verdade acho que ela criou esse ponto fraco.
Ela usa seu dom para me mostrar o que sente, quando eu a toco, quando a beijo me fazendo ter surtos de desejo, me fazendo perder a cabeça. Definitivamente Nessie não era mais a garotinha que peguei no colo, que me mordia quando tinha sede, que precisava de ajuda para caçar, que eu vi quando aprendeu a falar, ou a tocar a primeira nota do piano, ela é mulher agora, decidida, com desejos, desejos esses que podem colocar minha cabeça a prêmio e estava se provando cada vez mais difíceis de segurar quando estávamos sozinhos. E eu não sabia se ficava feliz ou assustado, os anos passaram correndo e Nessie tinha se tornado uma mulher diante de meus olhos e eu não fui capaz de acompanhar isso.
Respiro fundo focando a floresta e coloco as mãos no bolso, o barulho das folhas se quebrando abaixo das minhas botas eram os únicos ouvidos, e então eu penso em Leah, não estava sendo fácil, desde ontem quando tudo aconteceu, o que eu falaria para ela? Não podia obriga-la a se transformar, e como um aviso as palavras de Nesse no dia anterior vem a minha cabeça, “Jake, não faça nada precipitado, você entende, você sentiu, viu como ela se sentiu”, sim eu tinha visto, Leah se sentiu exposta vendo Nessie ver sua cabeça, já era doloroso demais para ela, que todos nos víssemos e o número de pessoas em nossas cabeças só aumentavam. Por trás de toda aquela muralha inquebrável e indócil de Leah, tinha uma mulher triste, e que sofria na cabeça dela, vendo quem amava feliz, que não fosse com ela, humana ela se camuflava fácil, se isolava, mas transformada, transformada não conseguia se esconder.
Mas atacar Nessei? Foi precipitado, insano, claro que uma coisa não anulava a outra, e eu precisava pensar Leah também, antes de pensar em mim, mas atacar Nessie, ela tinha ido longe demais com seu ato egoísta, pensando apenas no seu sofrimento, ela não tinha calculado todas as baixas, não tinha sequer pensado na nossa lei mais absoluta, onde um lobo jamais mataria o objeto de imprinting do outro, e também não tinha pensado na que vinha depois dessa, onde a falha intencional ou acidental acarretaria em uma luta inevitável até a morte entre os lobos envolvidos. E a troco de que? Em prol do seu egoísmo, ela levaria a matilha para o saco, primeiro porque um alvo imprinting morrer o bando também sofre a perda, é difícil suportar o sofrimento do lobo que perdeu, ele definha, literalmente, seus pensamentos e dos outros lobos, e depois também em nossas mortes, levando a matilha para o resto do buraco que já tinha se enfiado após a perda do guerreiro.
Eu não conseguia me ver em uma luta até a morte com a Leah, era absurdo, mas também era absurdo ver o quão mesquinha ela foi, pensando só nela e atacando Nessie. Balanço cabeça tentando dispersar esses pensamentos, conversar com Leah de cabeça quente não ajudaria em nada, eu precisava chegar desarmado, se queria que aquilo fosse uma conversa racional. Dou mais uns passos, já escutando o barulho do mar quebrando sobre a muralha no penhasco, e caminho tentando manter os pensamentos conflitantes na minha cabeça para longe. Me desvio de uma árvore ou duas, e passo por cima de um tronco já avistando a silhueta de Leah sentada na beirada do penhasco, ela não se mexe quando me aproximo, apenas continua olhado para frente admirando o mar, sinto o gosto do ressentimento tintilar em minha boca, eu estava além de tudo magoado com ela, por ser seu melhor amigo e mesmo assim ela ter escolhido o buraco de sofrimentos que se enfiou, por um capricho de não querer ver o que todos já sabiam, e atacar Nessie, não pensando sequer um segundo em mim. Mas eu não estava ali como um amigo e sim com o fardo de ser o alfa de uma matilha.
Paro a alguns passos dela, e fico a encarando por trás, ponderando como me aproximar, é claro que ela já tinha me ouvido, a alguns metros ou quilômetros de distância, e minha cabeça tenta trabalhar de forma rápida, para começar o que quer que fosse que teríamos agora e quando abro a boca para falar ela fala primeiro.
—Vai ficar parado aí me encarando? - pergunta em um tom cortante, mas ela não se move, ainda continua olhando para frente, com as mãos pendendo ao seu lado, se apoiando nelas. Os cabelos voam levemente com o vento que vem do mar. Suspiro ainda ponderando minhas opções, mas resoluto, caminho até ela e me sento do seu lado.
Por um segundo olho a vista a minha frente, de tirar o folego, Nessie amava a praia de La Push, seu lugar favorito em Forks, e não era atoa, é lindo apesar das nuvens cinzas constantes, deixando tudo um pouco melancólico, era lindo. Suspiro e percebo de canto de olho Leah virar sua cabeça na minha direção, ela me avalia por alguns segundo e olha para a frente de novo. O silencio perdura por mais alguns segundos e ela respira fundo.
—Se estiver aqui para me fazer voltar a transformar pode ir embora, já tomei a minha decisão. - joga as palavras em mim seca e dura, mas não respondo, já esperava por isso, viro minha cabeça para ela devagar, e a pego me olhando com uma sobrancelha arqueada. Olho para frente de novo e esfrego minhas mãos.
—Não vim aqui te pedir para fazer nada. - digo e a olho de novo, sua expressão agora é de surpresa.
—Veio fazer o que então o grande alfa, me obrigar? - ela pergunta acida, tentando me ferir com suas palavras, apenas rio de canto.
—Não, não posso te obrigar a se transformar, apesar de agora você ser uma parte crucial em nossas rondas, não posso ser egoísta a esse ponto. - falo e dou de ombros, no fundo querendo dizer “não sou egoísta como você” e olho para a frente de novo.
—Uau! E quer o que por isso, um prêmio? - ela pergunta acida de novo, mordo a parte interna da bochecha, com força e suspiro a encarando.
—Não Leah, não quero nada em troca. - a encaro duro dessa vez, para ver se ela parava de ser fria e calculista o tempo todo, ela fecha os olhos inspirando fundo e nega, o silêncio perdura por mais um tempo e eu tomo a iniciativa de falar desta vez – Eu quero também me desculpar, não deveria ter agido daquela forma, quero dizer sobre usar o meu tom alfa com você. - falo olhando para o mar ainda, ela se remexe incomodada no lugar e me olha de cara feia, levo meus olhos até ela.
—Eu sei que estou errada, não devia ter atacado a preciosa Nessie, mas não vou pedir desculpas se é isso que quer. - Leah afirma resoluta e eu fecho os olhos tentando manter a calma, como ela ainda podia ser tão egoísta? Seria mesmo aquela Leah que se tornou minha amiga, que estava ali? Balanço a cabeça sorrindo amargamente.
—Você não pode estar falando sério. - nego incrédulo, rindo de nervoso, de toda a situação e depois limpo a garganta – Consegue ao menos pensar o que está dizendo? - a encaro frio e ela faz uma careta desgostosa.
—Consigo sim porque? Quer que eu vou lá de novo obrigada a pedir desculpas a sua pre... - ela começa a alterar o tom de voz e se levanta cambaleante, com a razão em sua boca. A corto.
—Leah, eu queria mesmo entender quando foi que você se perdeu, dentro do seu mudinho de sofrimentos. - falo negando e me levantando, ela arregala os olhos com raiva.
—Meu mundinho de sofrimentos Jacob? Eu... - ela começa, mas não quero ouvir as mesmas desculpas de novo.
—Você se perdeu Leah, se perdeu nessa sua bolha de sofrimentos, levando todos a sofrer junto com você! Não percebe isso? Já se passaram oito anos, oito anos! E já percebeu que não se trata mais de Sam, você nem gosta mais dele, não o vê mais como antes, a muito tempo e não percebe. - suspiro - Também não se trata mais de Emily, e Clarissa ou a vida que eles levam, porque nem de longe é o que você mais desejava, você nunca quis essas coisas! Mas você está tão afundada nisso, nadou tanto nesse lago, que não percebe que suas pernas deram câimbra e você está se afundando, ao invés de chegar à borda e se livrar desse fardo. - jogo tudo para cima dela que me encara com raiva, e lágrimas deixam seus olhos raivosos, cristalinos. Ela me encara por alguns segundos parecendo pensar, ponderar o que eu disse, mas ela volta a pensar nela de novo.
—Você não sabe de nada Jacob, não sabe de nada dos meus sentimentos. - fala limpando raivosa uma lagrima, e eu me sinto um babaca por ter que ser eu a falar aquilo para ela.
—Não sei? Leah tudo isso deixou muito tempo de ser por Sam, pelo imprinting, por Emily, e você não consegue se livrar disso, estava acomodada por muito tempo com o sofrimento e a dor da perda e então passou a ser por você, e na verdade agora você tem mais raiva por ter sido trocada do que por não ter Sam, seu ego está ferido, e você tem sido egoísta pensando só em você. - discurso a encarando, ela nega de forma raivosa e selvagem, batendo o pé no chão como uma criança birrenta.
—Não fale o que você não sabe, está com raiva porque ataquei sua sangue suga intocável, “a inocente e doce Nessie”. - ela ironiza com a voz mais fina e bufa - Mas ela errou primeiro, vendo meus pensamentos, entrando na minha cabeça. - ela grita e eu me levanto com uma sobrancelha arqueada, ela não podia estar falando sério.
—Você ao menos está se ouvindo? Pelo amor de Deus, você não consegue deixar de ser egoísta por um segundo? Todos já sabemos do seu sofrimento, isso não é novidade para mais ninguém Leah, acho que nem você suporta mais ele, mas não consegue se livrar depois de tanto tempo enfiada nele, sentindo pena de si própria. - falo mais alto, e ela ri de minhas palavras.
—Eu quem sinto pena de mim? Não sou eu quem fica remoendo o que será do meu futuro, por ficar escondendo do meu imprinting que já fui apaixonado pela mãe dela. - Leah vomita tudo de uma vez e eu sinto como se tivesse levado um soco no estomago, uma ferida começava a ser aberta naquela discussão. E eu bufo tentando ser racional.
—Não vamos virar o assunto, você precisa lidar com isso, com seu ato egoísta você podia levar todos nós para a morte Leah, você podia ter destruído a matilha por isso, para proteger uma coisa que todo mundo já sabe e nem você mesmo aguenta mais, você sabia de todas as baixas, quando fez a merda que fez, e se não fosse o sangue suga Volturi, quase infligiu nossa lei mais absoluta para camuflar o que todos já sabemos, pensando de novo apenas em você. - digo cansado, tentando fazê-la entender, mas ela é irredutível.
—Não tente virar a bola para mim, fingindo que isso não se trata exclusivamente de você e da “amável Nessie”. Tudo está abaixo dela mesmo para você. - ela grita em plenos pulmões e eu respiro fundo, franzindo o cenho com raiva, fecho meus punhos já tremendo, com meu lobo rugindo por dentro, ansiando a transformação e observo ela tremer também. Ela caminha de um lado para o outro, tentando se controlar e eu nego passando as mãos no rosto de forma nervosa.
—Não seja ingênua fingindo que não sabe o que um imprinting significa e esqueça Nessie, parece que está com uma fixação por ela. Se trata dela então afinal? Essa sua não transformação, está com raiva atoa e quer descontar na matilha e culpar Nessie?! - pergunto retoricamente com um tom irônico na voz que ela parece não apreciar, pois caminha firme na minha direção.
—O que te faz pensar isso? Porque você sempre acha que tudo gira em torno do seu mundo perfeito? - ela me encara de forma dura e eu rio sem humor.
—Meu mundo perfeito? Ou você que não consegue ver a felicidade dos outros? - pergunto olhando no fundo dos seus olhos, e ela parece realmente ofendida com as minhas palavras.
—Felicidade? Acha que eu quero esse tipo de felicidade? Viver amarrada a uma pessoa eternamente? - ela me encara e eu sustento seu olhar – Me poupe Jacob, eu não quero essa idolatria, viver por alguém, vocês nem vivem por vocês mesmos. Nem tem vontade própria, vivem pelos seus imprintings e não enxergam isso. - argumenta de forma dura como se fosse a senhora razão e eu posso jurar que ela está tentando se convencer no processo do que diz. Seguro a ponte do nariz tentando me controlar.
—Não fale como se não estivesse desesperada para isso. - jogo as palavras e arrependendo, sua cara de tristeza tenta ser camuflada pela de raiva. Ela treme e por um segundo quase posso a ver se explodindo no lobo cinza ali na minha frente, mas ela fecha os olhos e respira fundo, quando me encara de novo seus olhos tem magoa, suspiro derrotado eu não tinha vindo aqui para isso, dou um passo na sua direção para me desculpar, mas ela recua e corre em direção ao penhasco dando impulso e saltando segundos depois.
Corro até a beirada e ainda consigo ver ela cair na água e depois sumir de minhas vistas, praguejo comigo mesmo, me xingando.
—Merda, eu sou um idiota. - me xingo sozinho ali e passo as mãos no rosto de forma nervosa. Eu não precisava de mais problemas e lá estava eu criando mais para mim, acrescentar mais uma briga com Leah para a minha lista, eu não queria magoá-la, mas ela precisa abrir os olhos, não enxerga o obvio. Bufo irritado e as palavras dela vem a minha cabeça “não sou eu quem fica remoendo o que será do meu futuro, por ficar escondendo do meu imprinting que já fui apaixonado pela mãe dela”, mais um problema.
Era literalmente uma grande merda ter que passar por isso, pensar nisso, eu não queria ter que contar isso para Nessie, é como se eu estivesse a traído, eu me sinto assim, mas ao mesmo tempo sei que devo contar, que essa é uma obrigação minha. Bella cansou de me pedir para que ela contasse, para que ela explicasse, mas eu não deixei Nessie tem que saber de mim. Mas era difícil pensar na reação, porque afinal tudo se resumia ao imprinting, sempre o imprinting, o fazendo parecer sempre uma desculpa, uma resposta pronta e era no mínimo estúpido colocar isso para fora, parecia absurdo, é absurdo.
O que eu falaria? “Nessie, fui apaixonado pela sua mãe, mas não era por ela, era por você, a magia do imprinting, de novo essa maldição, ela me fez sentir sua essência através da sua mãe para que eu sempre estivesse por perto, esperando por você”. Respiro fundo negando e rio sozinho caminhando de volta pelo lugar que vim, era muito irônico, era louco, eu tinha imaginado aquela conversa com ela na minha cabeça umas mil vezes, e era uma coisa com a qual nem eu não tinha o poder de compreender, porque Nessie deveria? E esse era um ponto que eu não queria pensar, Nessie não compreender todo esse absurdo, todo esse circo, mas eu compreendia, compreendo que não vai ser fácil, que vou ter que lidar com o fato de ela não me perdoar, ou que pode levar alguns bons anos para isso, mas eu tenho que lidar com isso.
Só me dou conta que já cheguei em casa, quando saio da borda da floresta, atravessando o espaço até as escadas da porta de entrada, giro a maçaneta devagar e entro não esperando ninguém ali, afinal era um típico domingo de pesca, Billy tinha ido para o lago com Charlie e bom, tinham alguns lobos de ronda por perto os vigiando, para não termos nenhuma surpresa. Atravesso a sala com três longas passadas, e no caminho olho sobre a parede da cozinha o relógio escolhido por Rachel que ficou incumbida por cuidar da nova decoração, era preto, todo preto com os números e ponteiros brancos, simples, mas ela tinha falado que combinava muito bem com a gente. Nego bufando e constato que ainda tinha um tempo para a reunião e entro no quarto me jogando na cama, sentindo o peso do mundo me afundar mais no colchão.
Agora eu precisava trabalhar com as armas que tinha, Leah não era um completo desfalque, mas era a beta e agora sem se transformar por tempo indeterminado eu precisaria substituí-la, não estávamos com baixas, afinal depois se sete anos a quantidade de lobos dobrara absurdamente, nos fazendo de dez, sermos quarenta e contando que a quantidade só aumentaria, eu realmente precisava de ajudar para administrar tudo. Os mais novos sempre precisavam de monitorização e os mais antigos se dividiam juntamente comigo, para administrar isso, tinha as rondas que antes eram menos pela quietude que estava em Forks, sem visitas inesperadas, ou nada do tipo e agora dobraram e no final disso tudo ainda tínhamos que conciliar isso com nossas vidas, trabalho, esposa, namoradas e filhos.
Era complicado também porque agora tínhamos alguns que estavam pensando em parar de se transformar, Sam já estava passando da cota da transformação, com Emily e a pequena Clarissa, Paul já estava cogitando a possibilidade por Rach e Jared também não ficará para trás. E daqui a pouco, Quil e logo Embry, e então Seth teria seu imprinting e Leah até sobrar apenas eu dos antigos, pela eternidade, se assim Nessie quisesse. Suspiro, e bastava para mim, cogitar a possibilidade de uma eternidade com ela, ver todos que amo felizes com quem eles amam e ser feliz ao lado de Nessie, e ainda me pergunto se a eternidade seria suficiente.
Me viro de lado e olho o porta-retrato sobre o criado e sorrio amargamente, isso se ela não decidisse me deixar depois do que tenho a dizer, Seth estava certo, e era irritante como ele sempre estava quando se tratava de Nessie, ele as vezes parecia a conhecer melhor do que eu próprio, eu tinha que ter contado a ela quando contei do imprinting, tinha que ter dito tudo, para que não ficasse repetitivo, eu não devia ter adiado mais as coisas, e não ter que viver com essa culpa, com esse medo, especulando sempre uma reação, inventando sempre o que dizer na minha cabeça, pronto para contar em um segundo e um covarde desistindo no próximo.
Coloco o braço sobre meus olhos e bocejo antes de me levantar, era melhor eu ir, não podia perder a hora da reunião, também precisava ver Nessie, não tínhamos nos visto desde o ocorrido, preciso me certificar que está tudo bem. Saio para a cozinha alcançando uma maçã em cima da mesa e sigo caminho para fora de casa, quando chego a borda da floresta me desfaço do que sobrara da maçã e me escondo tirando minhas roupas, as amarro no tornozelo e sinto os tremores, meu corpo ferve e em menos de um segundo estou correndo sobre as quatro patas, como se o lobo já estivesse esperando a liberdade. Várias mentes logo começam a se conectar com a minha, estavam quase todos me esperando. Noto que apenas Sam, Embry e Quil não tinham chegado.
Tento me concentrar com todos pensando comigo ao mesmo tempo e corro até o local marcado, Seth já estava lá ansioso e ao mesmo tempo frustrado, por ver minha briga com Leah na minha cabeça. E quando meus receios passaram pela minha cabeça sobre Nessie, e contar sobre eu e Bella ele é o único que se manifesta.
—É melhor não dizer nada. - rebato para ele na minha cabeça.
—Eu te avisei. - esse pensamento vem à cabeça dele e eu rosno nervoso.
—Isso não é hora, depois conversamos sobre isso. - olho para ele me lembrando de todos vendo nossa conversa, sobre minha vida particular ali, claro que não era como se eu tivesse privacidade, mesmo sem tocarmos no assunto, mas não faria daquilo uma discussão na frente de todos sobre os meus receios.
Corto o caminho pela estrada e atravesso a rodovia com apenas um salto, continuo pela floresta e tento acelerar o ritmo das passadas, de forma que quase não sinto minhas patas tocarem o chão, e em menos de cinco minutos chego ao local da reunião, lotado de lobos, escondido o suficiente para os olhos curiosos e grande o suficiente para caber todos, atravesso o descampado já com perguntas na minha cabeça.
—Porque Leah não vai se transformar mais? Mas o que aconteceu? Quem ficará no lugar dela? Mas porque agora? Precisamos dela, temos um inimigo em nossas terras.
Bufo tentando manter a calma, eu ainda precisava esperar os que faltavam, paro na frente deles e Seth vem para meu lado esquerdo e o lado direito fica vago, pois ali era o lugar de Leah, fico em silêncio, tentando não focar nas perguntas na minha cabeça e na conversa que estão tendo entre si e foco as arvores, me sentando sobre minhas patas traseiras, espero alguns minutos até Embry, Sam e Quil se conectarem com a gente e fico aliviado por isso, Sam rosna e eu sabia que ele estava vendo toda minha briga com Leah, fico quieto, ele nutria um carinho por Leah, sempre se culpou pelo que aconteceu e o que ela se tornou depois disso, mas também precisava lidar com isso.
Eu sabia que não ia dar certo, essa sua conversa com ela.
Não vamos entrar no mérito da coisa agora, ela precisava ouvir a verdade de alguém, alguma hora, alguém precisava abrir os olhos dela.
É, mas não precisava ser dessa forma.
Seria de qual forma então? Vocês conhecem Leah tanto quanto eu, sabem que qualquer abordagem sobre esse assunto não seria bem-vinda por ela. - penso e ninguém mais pensa em nada, suas cabeças só concordam de uma forma relutante.
Ela não deve estar muito bem. — Seth gane triste pela dor da irmã, e eu concordo.
É, mas se não fosse eu a falar, qual de vocês falariam? - pergunto e novamente o silêncio de novo, a cabeça de todos trabalham pensando em uma possibilidade de abrir os olhos dela, mas ninguém consegue chegar em uma que Leah não tentasse arrancar a cabeça de quem tentasse tal abordagem, Seth se move inquieto sobre suas patas — Foi o que eu pensei. Bom vamos fazer o que viemos fazer. — rebato os pensamentos conflitantes deles.
Caminho de um lado para o outro com os olhos atentos de todos em mim.
Como todos sabem e acabaram de ver, Leah não vai mais se transformar, por tempo indeterminado, Seth vai assumir o lugar de beta agora e Quil de gama. Temos também a responsabilidade das rondas, com um Volturi nos rondando, Edward e Carlisle não conseguiram um encontro com ele, o que dificulta para nós, então precisamos ter cuidado, porque o dom dele é poderoso, eu diria que dos Volturi, o dom dele é o mais letal e ele é o mais forte ou um dos mais.
Então como faremos? - Collin pergunta e pensa em Nessie, tento prender um rosnado na base da minha garganta, eu não precisava de mais ninguém me tirando do sério, e nem mais um problema com ter que lidar, o ignoro.
Os Cullen como prometido, estão protegendo o lado deles vamos intercalar rondas o dia todo, montar uma escala mais precisa e que cubra todo o nosso perímetro, um lobo mais novo sempre ficara com um mais velho e o mais novo, não desobedeça e nem seja imprudente, e caso o vampiro apareça, vocês serão o responsável por chamar pelos outros. - ordeno e posso ouvir os protestos dos mais novos. Eles sempre gostam da ação - Hoje, as quatro primeiras duplas responsáveis pelo perímetro vão ter duas horas para descanso, sei que estamos precisando, os Cullen vão cobrir nosso perímetro nesse momento, mas apenas duas horas. Entenderam? - pergunto e ele concordam sem relutar.
Collin vai com o Huter, Brady com Victor, Jared com o Micael e eu com o Josh, ficaremos a madrugada de ronda e depois seremos rendidos pelas próximas outras quatro duplas. Entendido? - pergunto parando de caminhar e os encarando, quando eles concordam sem nenhuma objeção - Ótimo, estão liberados, quem já estava de roda pode voltar ao seu posto. - finalizo a reunião e eles começam a e dispersar, ainda fico ali e Seth, Quil, Embry, Jared, Paul e Sam também ficam. A cabeça de Seth varre uma conversa silenciosa sobre o que eu tenho que falar com Nessie, bufo irritado.
Eu sei, vou contar para ela.
Então espero eu seja logo.
Você fala como se fosse fácil.
Sabemos que não é. - Quil entra na conversa.
Mas você teria te poupado essa dor de cabeça, se tivesse contado tudo de uma vez. - Sam solta e eu concordo de uma maneira bem relutante.
Eu sei, não devia ter adiado isso.
É, não devia mesmo cunhadinho. - Paul ironiza, e eu rosno.
Cala a boca Paul. Não quero ter que lidar com Rachel se você voltar para a casa sem um dente. - rosno na sua direção e ele ri.
Vamos nos concentrar, o assunto é sério. - Jared tenta amenizar o clima.
Falando em assunto sério Jacob, você tem que parar de inventar essas coisas. - Embry começa parecendo frustrado e eu olho para seu lobo que esta deitado sobre a grama com a cabeça sobre as patas parecendo cansado, então a imagem deles montando uma pequena casinha vem a minha cabeça.
Mas o que é isso?
Clarissa ouviu Emily comentando com Sam sobre a casa que você está fazendo para você e Nessie, e ela contou para Claire, que agora estão fazendo eu, Quil e Sam montar uma para elas. - Embry pensa com todas as imagens passando na sua cabeça. Rio pelas minhas presas entre ganidos entrecortados.
Você acha engraçado? Fica inventando moda e sobra para a gente. - Quil intervêm e eu rio ainda mais – Elas queriam uma casa para cada, não sabe como foi difícil convence-las do contrário. - ele finaliza lembrando de Claire batendo o pé e Clarissa falando para Embry o quanto era romântico.
Eu sou um cara romântico mesmo. - ironizo e Sam ri junto comigo.
Quando essas garotas crescerem vocês estão ferrados. - ele pensa se levantando e vai até Embry batendo a cabeça no dorso dele – E é melhor fazer todas as vontades da minha filha. - Embry concorda veemente com a ameaça e nós rimos dele.
Não sei qual é a graça Jake, quando tiver uma filha e Collin tiver um imprinting por ela, vai ver. - Embry rebate e eu congelo na hora, soltando um rosnado gutural pela garganta.
Collin não, não fale uma coisa dessas nem de brincadeira. - eles riem da minha reação.
Sei não hein, essa fixação que ele tem pela Nessie, já vi essa história uma vez. - Jared ri depois desse pensamento idiota e eu retorço uma careta por cima das presas, imaginando a situação quando ele se lembra de mim e Bella. Nego várias vezes quase ficando zonzo, para tentar tirar esses pensamentos da minha cabeça.
Melhor calarem a boca, não estou gostando do rumo da conversa. - dito firme e eles riem mais, Sam se levanta e caminha na minha direção.
Mudando de ganso para pato, quero te comunicar uma coisa, acho que já sabe o que é.. - Sam começa, eu sabia que estava próximo, mas não tão próximo. - Antes tarde do que nunca. - ele fala rebatendo meus pensamentos, concordo.
Você não precisa da minha liberação para não se transformar mais Sam, sabe que eu te entendo. Cuide de sua esposa e filha. - digo e ele anui com a cabeça na minha direção.
Obrigada. - anui com a cabeça e o silencio perdura, até Embry pensar na Clarissa e na montagem da casinha delas - É melhor irmos então Embry, Quil. - Sam fala rebatendo os pensamentos dele.
Sim, vamos e Jake, Clarissa e Claire pediram que você levasse Nessie para conhecer a casa delas.
Ela vai amar. — afirmo para Embry e eles saem correndo das nossa vistas.
Bom essa é a minha deixa, até mais tarde. - Jared se despede e some também.
Preciso voltar para a ronda. - Paul avisa saindo logo em seguida.
Caminho devagar para fora do descampado sem olhar para Seth que era o único que tinha sobrado ali, a cabeça dele está lutando pensando em Leah, sua tristeza e em Nessie, em uma possível reação caso eu conta-se para ela sobre eu e Bella.
Seth, podia por favor não me castigar mais. — peço cansado.
Me desculpe. Mas precisa contar para ela.
Eu vou contar no momento certo, eu prometo.
Devia ter contado, eu sabia que ela entenderia.
Eu sei Seth.
É, mas agora não sei se ela será tão compreensiva. - ele pondera mais uma vez irritantemente certo sobre ela, e eu mais uma vez precisava lidar com aquilo. - Sim, lide com isso. - ele rebate meus pensamentos e sai me deixando sozinho.
Corro pelo perímetro, chegado à rodovia e atravessando novamente, e tento não pensar em nada nesse meio tempo, apesar de ser impossível, perder Nessie nunca esteve nos meus planos, e eu sabia que estava fadado a contar essa realidade para ela uma hora ou outra, mas não contava que fosse ser tão difícil, e eu ainda tinha piorado as coisas. O fato do impriting com certeza ainda era uma coisa que eu sabia que ela estava tentando administrar, até porque ninguém encara muito fácil o fardo de você nascer predestinada a outra e Nessie tem estado estranha esse tempo e meu palpite com certeza era esse, mas eu não podia pressiona-la.
Porem, também não posso viver escondendo isso dela, que tem todo o direito de saber, e mais uma vez ali estava eu tendo que lidar com aquilo. Chego à margem da floresta em frente casa e me transformo, visto minha roupa devagar e caminho até a entrada, o barulho da cadeira de rodas na madeira denuncia que Billy já está de volta. Pulo os degraus de uma vez só e alcanço a porta girando a maçaneta, entro e fecho a porta atrás de mim, me viro e vejo Billy parado na metade do caminho para a cozinha com alguns peixes no colo.
—Oi garoto. - ele faz sua voz de trovão ecoar pela casa.
—Oi pai, voltaram cedo. - comento indo até ele e o ajudando com os peixes.
—Pois é, Charlie não pode ficar muito, falta apenas um mês para o casamento, e a pequena Cullen está o deixando louco. - ele fala rindo e eu forço um sorriso concordando.
—É, Alice tem o dom de deixar qualquer um maluco, além de prever o futuro é claro. - digo e suspiro, o que faz Billy levantar uma sobrancelha, me viro para ir em direção ao quarto.
—O que aconteceu Jacob? - ele pergunta me prendendo no lugar, infelizmente o velho sabia me ler como ninguém. Fecho os olhos e nego antes de me virar.
—Nada, apenas algumas coisas com a matilha e estou preocupado. - dou de ombros e ele faz a boca em uma linha.
—Não sei dizer se está mentindo ou apenas omitido. Mas seja o que for, é sempre bom falar a verdade, doa a quem doer, e tenha as consequências que tiver. Precisamos sempre lidar com a verdade. - ele finaliza me encarando e eu me pergunto se ele também não virou um leitor de mentes, mas descido que não, apenas concordo e vou até o quarto, alcanço a chaves da moto e saio.
—Vou ver Nessie, volto mais tarde. - aviso saindo, e alcanço a moto no que antes era minha pequena oficina improvisada, o Rabbit encostado nem um canto e a caminhonete tomando todos o outro espaço, tento não ser tragado pelas lembranças e alcanço a moto que agora era uma boa pedida, rápida o suficiente para não me fazer pensar muito e para chegar o quanto antes.
Piloto feito um louco pela rodovia, sentindo o cabo de aço que me une a Nessie, me puxar cada vez com mais afinco para perto dela e me pergunto como consigo ignorar isso o dia todo, porque é forte, mais forte do que qualquer vontade minha. Paro em frente à casa e desço da moto levemente ansioso, escutando a música que sai do piano, denunciando Edward ou Nessie tocando ali, subo os degraus do hall de entrada de dois a dois e quando chego a porta ninguém vem me receber, pondero se devo ou não entrar, mas eu já estava na família a mais de sete anos, acho que tenho o direito, giro a maçaneta e empurro a porta devagar.
O barulho da música triste do piano me conduz até ele, e quando viro encontro a sala totalmente vazia, com apenas Nessie tocando ali, ela não me nota, seus olhos estão desfocados, ela aperta as teclas sem as olhar, os olhos presos na floresta lá fora e posso perceber cristalinos, ela estava chorando, em um rompante quero cortar o caminho e perguntar o que aconteceu, mas meus pés me travam no lugar, não consigo me mover e apenas foco Nessie triste na minha frente, meu Deus o que estava acontecendo com a minha primavera? Forço meus pés a andarem e caminho até ela que me olha, percebendo minha presença e para de tocar o piano me olhando assustada.
—Jacob? - ela pergunta com sua voz doce parecendo surpresa, franzo o cenho, mas me aproximo e ela fica imóvel, me sento ao seu lado no banco do piano e limpo suas lagrimas – Aconteceu alguma coisa? - ela pergunta ansiosa, olhando dentro dos meus olhos, franzo o cenho.
—Eu quem devia perguntar isso, não? - pergunto de forma carinhosa, e posso perceber ela decepcionada, eu tinha feito alguma coisa? Ela suspira e nega com a cabeça e depois me abraça, envolvo meus braços em volta dela e percebo o quanto Nessie parece frágil, beijo o topo de sua cabeça e faço carinho no seu cabelo – Primavera, amor, precisa me contar o que aconteceu. - peço quase aflito e a puxo devagar para olhar nos seus olhos, ela nega e fecha os olhos respirando fundo.
—Não foi nada, acordei agora a pouco e apenas tive um sonho ruim. Um que eu tenho que deixar você. - ela fala e me puxa para um abraço de novo, concordo por sobre sua cabeça, respiro fundo e passo meu braço por suas pernas e o outro apoio em suas costas, a ergo caminhando com ela escada a cima, ela coloca a cabeça sobra eu peito e sorri de canto, alcanço seu quarto e a deposito na cama me deitando do seu lado, a casa estava vazia e Nessie parecia que iria quebrar a qualquer momento.
Ela se aninha no meu peito e segura minha camisa forte, como se eu fosse desaparecer a qualquer momento, beijo sua testa, sua bochecha e depois seus lábios.
—Você não tem que me deixar, eu não vou permitir. Nunca. - afirmo sorrindo de lado, e Nessie sorri de canto, um sorriso triste e concorda. Ela me encara de forma profunda e segura meu rosto com ambas as mãos, me fazendo não desviar os olhos.
—Eu amo você Jacob. Nunca pense o contrário, eu vou te amar por toda a eternidade. - ela fala de forma seria, como e fosse uma despedida e eu perco uma batida querendo a abraçar forte, para que ela entenda que era apenas um sonho, um pesadelo, eu nunca a deixaria ir a lugar algum, sempre vou estar aqui! Suspiro e beijo a lágrima que cai de seus olhos e a abraço protetoramente logo depois, me deitando com ela e a puxando mais para mim.
—Eu também amo você! Minha gravidade. E não vou a lugar nenhum, não sem você!
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Equinócio
RomanceA maturidade poderia se dizer que era uma das coisas que eu mais esperava, no entanto a data foi marcada por algo mais do que isso. A data traçou o meu destino, um destino ao qual eu não tinha escolha, teria que o seguir ou deixar as pessoas que eu...