Ei, oi. Peço imensa desculpas pela demora, mas o cap. esta ai, espero que gostem. Boa leitura. 😘
_________________________________________POV. NESSIE
Um, dois, três, quatro, cinco... Minha cabeça iria explodir a qualquer momento, era informação demais, muita coisa para administrar, o casamento de Charlie, a nossa ida de Forks, as mentiras para Jacob e agora o imprinting. Eu não estava sabendo lidar com aquilo, com tudo aquilo, e agora mais essa informação, torna tudo mais difícil para mim. Uma maldição, presa a Jacob por uma maldição, maldição essa que pode mata-lo e me levar no processo, ou vice e versa.
E agora? Como seria? Ir embora, deixar tudo para trás. O nosso amor, que agora mais do que tudo faz sentido para mim. Claire e Quil, Sam e Emily, Embry e Clarissa, Kim e Jared, Paul e Rachel. Agora faz total sentido, eu e Jacob, seu amor protetor e incondicional, suspiro e limpo minhas lágrimas, como eu nunca pude desconfiar? Jacob fadado a me amar, e eu a ele, mas é claro que eu nunca colocaria aquela posição como um fardo. Eu não merecia o amor de Jacob, ele era demais para mim, sua proteção e carinho, amor e amizade, sua compreensão e afeto. Onde mais eu iria conseguir aquilo que não fosse dele? Que não viesse dele? Eu amaria Jacob independente de qualquer coisa, maldição ou não, porque é fácil ama-lo, e só a menção de seu sorriso já me faz derreter, e tê-lo para mim era mais do que eu podia pedir.
E eu queria acreditar que fosse assim para ele também, e na verdade eu acreditava, eu precisava me agarrar naquilo, que Jacob também me amaria independente do imprinting, por mais que ele tenha dito mil vezes, eu ainda tinha minhas dúvidas.
Não foi fácil descobrir a verdade, que ele e minha família escondiam mais isso de mim, a minha vida toda, que eles mentiram esse tempo todo. Mas eu não podia ser hipócrita, estava escondendo nossa partida de Jacob, certo? Mentindo para ele repetidas vezes, não tinha o direito de ficar com raiva, porque da mesma forma que ele disse que fez isso por mim, também tenho feito por ele. E sim eu estava com raiva, não por descobrir isso tudo, claro que por isso também, só que a raiva maior era saber que tudo seria mais difícil agora, saber que essa maldição é uma ligação muito poderosa. Porém, eu estava tentando me agarrar a parte da maldição que Jacob faria o que fosse preciso para que eu fosse feliz, e seria feliz por isso, se eu escolhesse alguma outra coisa que não fosse ele, essa parte tinha que funcionar.
Alcanço a porta de entrada e todos estão em casa, era bem noite e eu tinha corrido até o local que Jake tinha me levado no dia anterior, tinha passado o dia lá, eu precisava realmente pensar. Ver sua expressão triste e ressentida não me fizeram bem, mas ambos precisávamos deste tempo, eu precisava colocar novamente as coisas em ordem na minha cabeça. Entro na sala e todos se levantam me olhando, Bella vem até mim e me puxa para um abraço apertado, quase sedo, mas eu também precisava ter essa conversa com eles. Eu não podia continuar sendo sempre a última a saber as coisas da minha vida.
—Amor, Seth nos avisou. – ela se separa me olhando, dou um passo para trás e olho cada um da sala. O poder de Jass já nos influência, pois posso senti-lo, como uma massa pesar sobre meu corpo.
—Eu queria acreditar que não fizeram isso, que andam escondendo coisas da minha vida de mim, como se já não estivesse sendo difícil isso tudo. – começo e sinto minha voz embargar, mas não fraquejo, eu já tinha chorado muito – Eu amo vocês, mas como puderam pedir a Jacob que fizesse essa promessa absurda? Como puderam pedir ele que me desse chances de escolha? Como puderam esconder isso de mim? Nunca ocorreu a vocês que isso me machucaria? Que como agora eu poderia descobrir tarde demais? – Rose avança um passo e abre boca para falar – Não tia Rose, eu sei que odeia Jacob, mas e eu? Não pensou em mim? E se eu não quisesse escolher? E Jacob nunca pode, porque eu tinha essa chance, é uma maldição entendem?
—E eu tenho certeza que Jacob não vê assim. – vó Esme fala triste.
—E nem eu vó, eu o amo, mas é a minha vida lembra? Não podem continuar me prendendo nessa redoma de proteção. E agora? Que eu sei de tudo, que eu sei do que a maldição é capaz? Como será partir? E eu tenho que partir. – falo, todos ficam em silêncio, olho cada rosto do local e paro no de Edward, ele não me olha, está olhando para além das janelas lá fora, eu suspiro.
—Querida, sentimos muito, não queríamos lhe causar mal, isso nunca foi o planejado. Não sabíamos que chegaria a esse ponto, nunca achamos que nos separaríamos. Que você um dia iria precisar deixar Jacob. – Carlisle fala e eu concordo, é claro que eles não sabiam, nunca saberíamos, mas se eu soubesse adiantaria parte do processo.
—Adiantaria o que Renesmee? Teríamos que partir de qualquer jeito. – Edward rebate meus pensamentos, o olho surpresa.
—Agora quer ler minha mente? Agora quer saber o que eu penso? Está feliz não é? Está bem feliz agora, que eu estou quebrada em milhões de pedaços. – rebato e ele se cala, Bella se aproxima de mim - Eu ainda não terminei. – falo, ela faz uma careta de choro – Eu preciso saber se ainda escondem alguma coisa de mim. Se mentem para mim sobre a minha vida com mais alguma coisa. Eu não sei se aguentaria mais uma mentira. – digo e olho cada um dos rostos ali, sinto tensão no ar, Rose está com uma expressão triste, Bella está olhando com uma expressão chorosa, Esme e Carlisle com uma expressão de comparecimento, Jass, Alice e Emmett estão sérios, e Edward não me olha.
—Ness, não seja dura, sentimos muito. – Bella fala, bufo.
—É claro que sentem, eu também sinto muito mãe, sinto muito mesmo. - digo triste. E me encaminho para meu quarto. Quando entro fecho porta atrás de mim, e me encosto nela fechando os olhos, eu podia sim estar sendo dura, mas eles não podiam continuar escondendo coisas da minha vida, eu não podia continuar sendo quebrada assim.
Caminho até minha cama e pego o livro que está lá, ainda aberto na lenda do imprinting, eu tinha passado a noite inteira acordada. Não foi muito difícil juntar os pontos depois que li sobre a lenda, pois mesmo ainda em uma casa cheia de vampiros, seus inimigos naturais, ele estava lá, me proteger em excesso, sendo como um irmão mais velho, depois meu melhor amigo e agora meu. Também consegui ligar os pontos referente aos olhares repreensivos que ele lançava a Emmett, quando ele fazia alguma piada, algumas fogueiras que eu não ia, o cuidado que os lobos tinham ao falar certas coisas comigo por perto.
Eu passei a noite inteira chorando e ligando os pontos, eu estava feliz e triste ao mesmo tempo, era lindo o amor que eles tinham por suas prometidas, mas a maldição era cruel, fadado a viver por ela, sem poder de escolha, mas eles não parecem tristes por isso, pelo contrário, Quil parecia disposto a tudo para ver Claire feliz e Embry não ficava atrás, Jared fascinado por Kim, Paul admirado por Rachel, e Sam disposto a tudo por Emily, que agora eu também entendia, entendia tudo, ele, Emily e Leah, por isso ela odiava tanto aquilo, por isso ela me odiava, ela odiava o imprinting.
E eu não a culpava, o imprinting tirou seu amor, mas ela não era uma feiticeira e não poderia lançar qualquer maldição, e bem Sam e Emily tinham que lidar com aquilo, era irreversível, como eles iriam contra? O imprinting era forte, eu podia sentir meu amor por Jacob, impregnado nos meus ossos, eu estava presa aquilo até o ultimo fio de cabelo. Era irreversível, como agora, eu queria muito ir até Jacob, dissipar essa dor, abraça-lo, e me aninhar a seu peito, beijar seus lábios, ficar a noite inteira em seus braços, aninhada no seu calor.
Como será lutar contra isso? Em menos de dois meses eu teria que lidar com isso. E era surreal acreditar, eu não queria cogitar a possibilidade, eu não queria ter que lidar com aquilo. Caminho até o banheiro e o banho dura um tempo, quente, querendo chegar à temperatura de Jacob no processo, mas era impossível, nada era comparado ao seu calor. Me visto com um dos pijamas desastrosos que minhas tias compraram e sigo até minha cama, coloco o livro sobre a escrivaninha, e coloco sobre a página da lenda do imprinting o marca texto que Emily me deu, e o fecho.
Apago a luz e me deito sobre a cama, com a coberta até o pescoço, sinto meu estômago reclamar, eu não comia nada desde o piquenique de Jacob, minha parte humana implorava por algo. Tento ignorar o pedido dela, mas é impossível, me levanto e caminho até a porta, eu não queria encontrar com ninguém, só que eu sabia que todos ali não dormiam. Então seria uma missão impossível.
As luzes estavam todas apagadas, mas meus olhos me davam uma visão perfeita de tudo a minha frente, quando alcanço a cozinha acendo a luz e rezo, com sorte, Esme teria se lembrado de mim hoje. Sorrio ao constatar que sim, ela nunca se esqueceria. Pego o sanduíche que está ali e uma jarra de chá gelado, está posta estrategicamente no lado vazio da geladeira, os pego com avidez e coloco sobre a bancada, alcanço um copo e coloco chá nele, e depois pego os dois, os levando até a mesa de jantar enorme do local.
Me sento e como em silêncio, meu paladar reclama pelo sabor, mas meu estomago agradece e quase posso sentir o sangue correr mais rápido em minhas veias, o barulho de meus dentes fazendo atrito é o único ouvido dentro da casa, mas lá fora eu ouço tudo, ouço uma coruja bem longe, um esquilo andando com suas unhas finas sobre a árvore, um grilo farfalhando, e silêncio novamente. Termino e fico por um tempo olhando o jardim, além das grandes paredes de vidro a cozinha, tão florido como a clareira, e bem cuidado por Esme, seu lugar preferido na casa.
Suspiro e de canto de olho posso ver Edward, de repente, se prostrar bem onde eu estava olhando, desvio o olhar e me levanto, pego o prato e o copo sobre a mesa e os levo até a pia, os coloco na lavadora e me viro saindo da cozinha ainda sem o olhar.
—Renesmee será se podemos conversar? – ele pergunta quando estou chegando à porta, quero continuar a andar e fingir que não ouvi. Mas me viro para ele, mantenho minha expressão dura.
—Se for para falar que não me aceita com Jacob, pode.. – começo, mas ele nega.
—Só me deixe falar. – pede e eu me calo esperando, ele olha lá fora, seu olhar é pensativo – Eu nunca queria que isso aconteceria Nessie, eu não queria que estivesse passado por isso. – ele suspira e me olha, abraço meu corpo quando seu olhar cansado encontra os meus – Desde o momento em que Jacob sofreu o imprinting por você, eu fiquei feliz, claro que eu sabia de todas as baixas, os riscos, mas você tinha ele e bem ele é, Jacob realmente te ama, e você estaria protegida. – troco o peso de uma perna para a outra, levemente incomodada com o rumo da conversa – E no final de tudo eu já tinha aceitado vocês dois, que num futuro isso viesse a acontecer, mas não imaginei que fosse tão rápido e nessas circunstâncias. Quando vi que os pensamentos e sentimentos de Jacob estavam mudando em relação a você, eu o pedi mais um tempo, pelo menos até você completar a maturidade, porque você estava mudando também, aos poucos, o que sentia, o que pensava, a forma de o ver. – suspiro.
—Você não tinha o direito. – falo e ele concorda.
—Eu sei, mas sou novo nesse negócio de ser pai, você nasceu a sete anos e já estava apaixonada, era demais para eu administrar, até com meu super alto controle. – fico em silêncio e ergo uma sobrancelha – Então precisavamos viajar, e eu fui totalmente descuidado, de achar que os Volturi não pegariam essa deixa para nos derrubar, eu fui muito ingênuo, e então eu tinha que lidar com mais isso, ter que ver você deixa-lo. O que me confortava é que ainda não tinham tido nada, que você ainda só gostava dele em segredo. Mas vocês se envolveram. – eu concordo.
—E você não me aguentava me ver com ele, já sei o resto da história. – rebato e ele passa as mãos no cabelo nervosa.
—Não Nessie, eu não queria ver você mais quebrada no final disso tudo, consigo ver na mente dos lobos como funciona, e eu não queria te ver como está agora, quebrada sem poder fazer nada, eu queria poder ter feito mais, ter negado o pedido de Aro, você merece ser feliz. – fico em silêncio, engolindo cada palavra que ele fala, tentando digerir, minha cabeça gira e eu respiro fundo, percebendo que prendi o ar em algum momento.
—Mas não dava pai, eu sei, não tinha como, eles iriam matar Jacob. – digo sentindo a palavra matar, me matar no processo. Ele me olha nos olhos.
—Eu queria muito Renesmee que isso não tivesse acontecendo, eu fico feliz que vocês tenham um ao outro, mas isso não vai durar muito tempo, não pelo menos até acharmos uma solução entende? – ele pergunta e eu engulo o bolo da verdade se formar na minha garganta, concordo – Jacob veio conversar comigo na noite passada, informando que te contaria, e por um segundo eu quase contei a ele toda a verdade, ele não merece, vocês dois não merecem, mas precisamos protege-lo. – franzo o cenho.
—O que Jacob queria? – minha curiosidade grita.
—Veio disposto a contar do imprinting, informando que não importava as consequências você precisava saber. – ele fala e eu fecho os olhos cansadas, escuto os passos de Edward e logo seus braços me apertam contra seu peito, absorvo seu abraço agradecida, eu precisava de um abraço e perceber que ele não estava bravo comigo por eu e Jacob, era reconfortante, mas ver que ele se sentia culpado e não queria me ver triste no final de tudo não melhorava muito as coisas. Eu queria sumir, ele beija o alto na minha cabeça e apoia o queixo sobre ela, passo meus braços por seu tronco, o abraçando e ele suspira.
—Eu te amo filha, vamos achar um jeito. – ele fala baixo – Eu prometo. – quase choro, mas eu estava chorando demais.
—Pai, não sei o que fazer. – falo olhando a escuridão lá fora.
—Eu sei, que por hora, vai arrumar um jeito, depois arrumaremos essa história juntos, todos nós. – ele fala me olhando nos olhos e eu concordo – Me desculpe. – pede e eu concordo.
—Eu amo você. – digo e ele sorri torto, seu sorriso mais bonito.
—Sim, eu também, mas sua mãe ainda manterá o escudo em você, não consigo ficar cinco minutos na sua cabeça. Seus pensamentos em relação a Jacob não me deixam muito feliz. – ele fala e eu coro revirando os olhos, mas rio concordando.
—Sim senhor. – ele suspira e me solta.
—É melhor ir dormir, amanhã vamos até Charlie, Alice já tem ideia para os vestidos e dama, seu e de Leah, e ele quer te ver. – faço uma careta, falar do casamento, era lembrar da partida e eu não queria.
—Boa noite pai. – ele sorri.
—Boa noite querida. – me viro e o deixo para trás.
Escovo os dentes e me deito na cama, minhas pálpebras pesam sobre meus olhos, cansadas pela noite passada, os meus pensamentos sobre tudo o que está acontecendo tenta me dominar, Jacob vem a minha cabeça antes de eu conseguir fazer qualquer coisa, mas o sono é mais forte, ele me domina e me traga aos poucos.
Esfrego os olhos e os abro tentando me acostumar com a claridade lá fora, por entre as cortinas vislumbro o famoso cinza no céu de Foks, e penso que aquele pode ser um dia a menos em minha estadia aqui, um dia a menos com Jacob. Prendo o ar nos meus pulmões por alguns segundos e os solto de uma vez, tentando aliviar a pressão que está em minha cabeça, eu estava arrependida pela briga com Jake, não tínhamos muito tempo juntos e eu estava piorando as coisas, mas podia ficar com raiva, não era a primeira coisa que escondiam de mim sobre minha vida.
E o que mais me doeu foi vir de Jacob, ele esconder de mim as coisas. Suspiro e coloco os braços sobre os olhos, a quem eu queria enganar? Estava sendo uma hipócrita, vinha mentindo tanto para ele, que não sei mais onde comecei a mentir, e tudo para salva-lo, da mesma forma que ele fez escondendo isso de mim. Meu coração aperta no peito, era errado desejar tanto alguém, mas era impossível não desejar Jacob, não querer estar sempre com ele, que me fazia tão bem. Mas será que o imprinting fazia isso? Será se ele me fazia olhar cada detalhe de Jacob, cada detalhe que ninguém via? Não seria possível, eu notaria, independente de maldição ou não.
Sempre tive em mim que Jacob me pertencia, e bom agora mais do que nunca, ele é meu. E claro de uma forma irreversível eu sou dele, e o imprinting só agravava as coisas, o que dificultava para mim, porque agora na minha lista de prós e contras sobre deixa-lo, eu já tinha mais contras do que prós, e isso não é bom. Então eu não conseguiria simplesmente virar as costas e ir embora, Edward falou que eu saberia o que fazer, mas será se eu estava fazendo a coisa certa? Continuando isso com Jacob?
Escuto o bater na porta, e agradeço quem quer que seja por interromper meus pensamentos, olho para lá e Bella está me olhando, um sorriso sem dentes está na sua boca. Sorrio para ela, e me sento, ela caminha até mim, com passos cautelosos e se senta na minha frente.
—Nessie, eu, me desculpe. Não fizemos por mal, queríamos que escolhesse e achamos que ainda não era o momento certo. - fito a parede atrás dela, e mordo o lábio inferior, me repreendendo ao lembrar de Jacob, e fecho os olhos no processo imaginando ele aqui.
—Não quero que escondam mais nada de mim, é a minha vida, e não é justo eu poder escolher e Jacob não. É um absurdo ainda maior terem feito ele concordar com isso. - digo a olhando, ela concorda.
—Sabemos que foi errado e egoísta. Jacob não merecia isso. Sempre querendo ser o melhor para você. - ela fala carinhosa e sorri de lado.
—Eu o amo tanto mãe, e agora tanta coisa faz sentido, eu achava errado tudo isso, claro que um errado bom, mas depois eu deixei para lá, porque tudo nosso não era muito normal na verdade. Mas descobrir do imprinting, meu Deus parece que eu estava no escuro e que só agora tiraram minhas vendas. - declaro e ela suspira. Pega minha mão e sorri – Mas mesmo tirando esse peso das costas por ter descoberto isso, parece que uma carga maior foi adicionada, substituindo a outra, porque agora eu sei o poder que o imprinting tem, fico me perguntando se realmente vou conseguir deixar tudo para trás, como Jacob vai ficar com tudo isso? - finalizo triste. Ela aperta minha mão, me acalentando.
—Vamos dar um jeito. - fala firme e eu quero muito agarrar as suas palavras, mas minha esperança já é quase nada.
—Eu sei que ir embora é o certo a se fazer, quer dizer, salvar a vida de Jacob está acima de qualquer plano meu, acima de mim mãe, mas será se nunca vou poder ser feliz? E escolher meu destino. Será que vamos sempre ter a influência dos Volturi sobre nossas vidas? - pergunto levemente desesperada, era doloroso demais falar aquilo alto. Mas a realidade era essa. Ela faz a boca em uma linha e me abraça.
—Nessie, daremos um jeito, nem que para isso tenhamos que entrar em guerra com os Volturi. - Bella fala e um arrepio sobe a base da minha espinha. A palavra guerra não estava incluída nunca mais nos meus planos, ainda mais contra os Volturi – Olha, esquece isso, daremos um jeito, se arruma que iremos a casa de Charlie. - ela fala e eu suspiro para logo concordar.
Depois de mais um abraço e pedidos de desculpas, Bella me deixa sozinha. Saio da cama e devagar vou até a escrivaninha, passo a ponta dos dedos sobre a capa áspera do livro de lendas, e fico presa por uns segundos no símbolo da tatuagem de Jacob ali. Seguro o pingente do colar que ele me deu de aniversário e o medalhão quase queima sob da minha mão, como se o calor de Jacob tivesse sido encapsulado lá e fecho os olhos, como será viver sem meu sol?
Me troco, colocando o habitual jeans escuro e coloco uma blusa de gola na cor mostarda, no pé uma boa de salto baixo e uma jaqueta de couro para manter as aparências aos vizinhos de Charlie que nos visse. Minha ansiedade dobra ao imaginar que Seth pode estar lá, queria saber notícias de Jacob. Penteio meus cabelos e saio do quarto, encontro Alice com uma enorme lista nas mãos conferindo junto com Rose, Emmett e Jasper estão na TV, Bella e Edward me aguardando próximos a janela. Tia Rose tira os olhos a lista, deixa Alice conferindo sozinha, vem até mim.
—Meu amor, me desculpa, não queríamos magoar você. – ela pede compadecida, seus grandes olhos dourados queimam em excitação a minha resposta. Suspiro.
—Rose, não guardem mais segredos de mim. – peço, quase imploro e ela concorda, cruza os dedos os beijando.
—Prometemos, mas só queríamos que tivesse opção, não é obrigada a ficar com o pulguento. – semicerro olhos – Desculpe, força do habito, tenho que admitir, meio a contra gosto, ele te ama muito. – ela fala e eu sorrio.
—É, a monstrinha enlaçou o alfa. – Emmett fala batendo as mãos, reviro os olhos levante corada.
—Você é uma idiota. - digo indo até meus pais. Ele sorri e dá de ombros.
—E você ama esse idiota, seu tio favorito. – ele fala e Jasper olha para ele com uma sobrancelha arqueada, depois para mim, sorrio e nego sem dizer nada, ele franze a testa, olha para Jasper e depois para mim – A qual é, vai dizer que o Jasper é seu tio favorito? – meu sorriso se abre com seu desespero e eu me viro para meus pais.
—Vamos? – pergunto, eles concordam e seguimos para o carro eu, Alice, Rose, Edward e Bella. A organização do casamento estava a todo vapor, não seria diferente claro. Mas o desespero me tomava a cada dia que passava, e o casamento ficava mais próximo, eu já não tinha mais dois meses. Quando alcançamos o carro, Emmett fala da sala.
—Depois quero saber melhor sobre isso Nessie. – quero rir, meu pai nega e Bella ri, tia Alice revira os olhos e Rose entra no carro o ignorando.
O caminho foi rápido, Edward não respeitou muito os limites de velocidade, porque Alice está nos enlouquecendo com a lista de convidados. Pobre Sue e pobre Charlie, devem cortar um dobrado com ela.
—Ai meu Deus, estou tão animada, a última grande festa de Alice Cullen em Forks. – ela fala e eu sinto meu coração bombear forte dentro do peito.
—Alice, porque não para de falar um pouco? – Edward pergunta olhando dela para mim. E eu nego indo até ele, após sair do carro.
—Está tudo bem pai. Tenho que lidar com isso. - ele concorda e beija o alto da minha cabeça.
Bella e Rose já estão nos aguardando na porta, vamos até elas e Charlie abre a porta, uma mão está na cintura e a outra ele deixa cair ao lado do corpo, um sorriso gentil está em seus lábios, sorrio para ele, eu estava com saudades. Me solto de Edward e antes que ele fale qualquer coisa o abraço, ele fica sem reação por uns segundos e depois me envolve em seus braços.
—Adivinhou que ia ganhar uma bronca né? – pergunta quando nos separamos.
—Meu avô mais lindo não ia fazer isso. – brinco e o vejo corar. Bella ri ao meu lado.
—Essa garota está passando tempo demais com Emmett. – ele fala dando passagem para nós.
Quando entramos fecha porta, alcanço Sue no sofá e a abraço. Enquanto Charlie cumprimenta os outros.
—Oi Nessie. Tudo bem? – ela pergunta e eu concordo.
—Sue, Seth está e.. – começo a perguntar, mas sou interrompida por passos vindos da escada.
—Escutei meu nome. – Seth fala sorrindo, nego e ele vem até mim me puxando para um abraço. E chega à boca ao meu ouvido – Precisamos conversar. - sinto a palma da minha mão soar frio, e concordo discretamente com a cabeça.
—Mãe, estou aqui nos fundos com o Seth. Não vão precisar de mim agora, vão? - aviso e pergunto, Bella olha Edward e ele ergue uma sobrancelha, provavelmente lendo algo na cabeça de Seth, mas concorda.
—Não precisaremos de você por enquanto, quando eu precisar te chamo. - Alice fala eu sorrio.
—Mas nem chegou e já vai sair? - Charlie pergunta, e eu sorrio, vou até ele e beijo seu rosto.
—Prometo que não demoramos. - Sue puxa Charlie e sorri.
—Deixa os garotos. - Charlie semicerra os olhos e olha de mim para Seth, e depois para mim de novo, aponta para nós e coça abaixo do queixo.
—Vocês dois não estão, estão? - ele pergunta e eu arregalo os olhos, Charlie não estava supondo de mim e Seth estava? Seth ri e nega.
—Apesar de ser o sonho de vocês, principalmente do Edward, pode admitir eu daria um ótimo genro. - ele fala convencido e eu rolo os olhos acotovelando sua costela, Bella ri e Edward concorda fazendo a boca em uma linha, Rose nega revirando os olhos e Alice abana a mão rindo – Somos apenas amigos. - Charlie concorda meio duvidoso.
—Até que eu preferia mesmo. - Edward fala e eu o olho feio. Ele ergue as mãos em sinal de rendição.
—Eu acho ele um pouco velho para ela. Nada contra você Seth, é um ótimo garoto. - Charlie fala e eu fico vermelha, imagina quando ele souber de Jacob? Seth gargalha e nega.
—Se eu sou velho en... - Seth abre sua boca grande e não fosse minha metade vampira juro que teria um ataque do coração, mas não o deixo concluir a frase e o empurro para a porta.
—É só gritar caso precisem. - digo sem olhar para trás, empurro Seth e fecho a porta atrás de mim.
Caminhamos pela floresta, nos fundos da casa de Charlie e quando estamos um pouco longe, o olho mortalmente.
—Ficou doido, Charlie não pode saber ainda. - ele assobia.
—Calma aí baixinha, juro que não fiz por mal. - ele fala eu suspiro e concordo – Mas porque Charlie não pode saber ainda? - ele pergunta, com a mão embaixo do queixo e eu nego revirando os olhos.
—Jake é a prova de balas, mas não estou preparada ainda para isso. - digo dramática e Seth gargalha – Agora foco Seth, o que aconteceu? Jake está bem? - pergunto e o sorriso morre em seu rosto.
—Primeiro quero saber como você está, eu sempre opinei para saber de tudo, mas você conhece o Jake não é? - ele pergunta, e eu me dou ao luxo de ser confortada por meu amigo, por uns minutos.
—Não sei como me sinto. Quer dizer, agora tudo faz sentido, toda essa ligação, mas independente de magia, maldição ou não, eu amaria Jacob mesmo assim, mas fico com dúvidas em relação a ele. - Seth bufa e revira os olhos.
—Nessie, o Jake é louco por você, eu nunca vi um imprinting tão forte durante meus anos de lobo, e olha que eu vi já muitos, é claro que ele te amaria independente de qualquer coisa. E você sabe disso. - ele fala e concordo meio relutante.
—É, mas não estou feliz pela mentira, ficar escondendo isso de mim a vida toda, independente de ser para meu bem, não me deixa menos triste. - falo sincera, e sinto o gosto amargo da hipocrisia salivar na minha boca. Seth concorda.
—Eu sei disso, e Jake também sabe, ele meio que já esperava essa reação. E não acha que está errada. - ele fala e eu concordo, o silencio se faz presente e eu o encaro com uma sobrancelha arqueada.
—Desembucha Seth. - peço, ele anda de um lado para o outro e encosta e uma árvore. Fico ansiosa instantaneamente, se Seth não queria falar o que estava por vir, será se eu estava preparada – Fala logo, Jake está bem? Aconteceu alguma coisa?
—Não aconteceu nada e Jake está bem. - suspiro impaciente e ele olha para uma árvore, desviando nossos olhares – Nessie, Jake saiu da cidade. - ele fala e eu gelo, dou um passo para trás tentando assimilar suas palavras, meus pensamentos vão para nossa ida, será se ele tinha descoberto? Levo as duas mãos a boca e Seth vem na minha direção tentando me acalmar – Calma, ele está em Port Angeles, disse que você precisa desse tempo para pensar e se distanciou para não interferir, porque não quer te força a nada. - Seth finaliza e eu me sinto ferida de novo.
—Jacob devia parar de tomar decisões por mim. - falo brava e ele ergue as mãos.
—Avisamos ele, mas é cabeça dura. – Seth fala jogando as mãos para o alto, aspiro o ar com raiva.
—A quanto tempo falou com ele? – pergunto e ele franze o cenho.
—A mais ou menos uma hora, porquê? – indaga e eu olho para a casa de Charlie por entre as árvores, estava difícil de ver, então provavelmente Edward não estava lendo a mente de Seth, e agradeço por Bella estar com o escudo em mim.
—Onde mais ou menos ele estava? – pergunto e Seth ergue as sobrancelhas negando.
—Não, não Nessie, você não vai.. – ele passa as mãos no rosto nervoso – Jake vai me matar. – aponto o dedo para ele e nego.
—Fala baixo Seth, e outra Jacob não vai te matar, provável de eu mata-lo antes. – digo e estendo a mão – Chaves do carro. – ele nega e anda mais um pouco a frente – Ou a sua, ou pego o carro de Edward e você sair como cúmplice. – digo convencida e Seth faz uma careta ao me encarar.
—Nessie, seus pais vão me matar. Não tem pena de mim? – ele pergunta e eu reviro os olhos por seu drama.
—Ninguém vai te matar, Edward lê mentes sabia? Vai ver que foi culpa minha. – digo como se fosse obvio – Vai me ajudar? Ou vou precisar fazer um roubo? – digo e ele gira a cabeça respirando fundo, enfia as mãos no bolso e retira a chaves lá, leva até minha frente e a pego no ar, as guardo no bolso e estendo a mão novamente. Ele ergue uma sobrancelha – Jacob não pode morrer pelado, ele precisa de calças, e você não pode ir lá dentro, Edward vai ler tudo na sua cabeça. – falo erguendo uma sobrancelha ele suspira.
—Jacob precisa me dar um aumento, as cagadas dele vivem refletindo em mim. – ele fala para si próprio e eu rio, ele coloca a nota na minha mão e eu fecho o punho, sorrio abertamente e ele nega – Não adianta sorrir assim para tentar limpar sua barra, tá ok? – ele pergunta e eu beijo seu rosto rindo de sua fala.
—Eu amo você. – digo e ele quase sorri.
—Também te amo, mas quero um aumento e minha barra limpa depois disso. – ele fala e eu sorrio concordando.
—Claro, claro. Agora se me der licença, preciso falar umas verdades para Jacob. – digo andando e me viro para ele – A, quase me esqueci, quando eu tiver chegando em Port Angeles vou te mandar uma mensagem, você se transforma, vê onde ele está e me informa, mas ele não pode saber que estou indo lá. – afirmo e ele revira os olhos.
—Claro, claro. – fala e eu sorrio, saio em velocidade vampiresca chegando ao quintal de Charlie sem fazer barulho e dou a volta na casa, da janela consigo ver Alice me olhando, eu não tinha mais tempo, o carro de Seth está do outro lado da rua, atravesso correndo e abro a porta logo em seguida, entro e ligo o carro dando a partida a tempo de ver Bella na porta com Edward, faço uma careta ao imaginar que se talvez Edward viesse atrás de mim, pois o pobre Chrysler neon 2002 de Seth perderia fácil entre uma corrida contra o volvo de Edward.
Então esperava que Seth pudesse persuadi-los e contornar a situação. Pego a estrada principal e vejo a placa da entrada de Forks passar por mim, viro a direta e entro na BR, eu sabia o caminho de Port Angeles de cor, afinal quando não íamos a Seattle fazer compras, Port Angeles era mais acessível. Acelero o carro e fecho os vidros, meus ouvidos agradecem, e ligo o rádio tentando me acalmar, Jacob precisava parar de tomar decisões por mim, apesar de não ter propriedade alguma ao falar isso, porque eu estava decidindo nosso futuro, estava decidindo por nós, sem que ele tenha chances de escolha ou protestar, eu estava sendo a advogada da nossa sentença e os Volturi os juízes.
Estava tentando barganhar com o que tinha nas mãos, e Jacob não podia me culpar por isso, era arriscado ele saber, voltando a pauta de que as visões de Alice são subjetivas, mas Jacob não toma uma decisão diferente durante as várias vezes que tomei a decisão de contar a ele e no final ele sempre acabava morto, então, eu precisava guardar segredo.
Suspiro e fixo meus olhos na estrada, o verde passa por mim como um borrão, e olho pelo retrovisor, percebendo só então a Mercedes AMG Gt 4, preta fosca, está colada na minha traseira, franzo o cenho, e olho para trás, para tentar ver o motorista, o vidro era muito escuro, então só vislumbro uma sombra , olho para frente e suspiro, era estranho ver um carro caro daqueles nas rodovias de Forks, mas ele podia vir de qualquer lugar certo? Reduzo a velocidade o dando passagem e ele também, o sangue some da minha face, será se estou sendo seguida? Penso, mas logo ele me ultrapassa eu o perco de vista.
—Idiota. – murmuro e suspiro.
Chego a Port Angeles, e estaciono o carro no centro, mando uma mensagem para Seth e saio do carro, indo até a loja que já tinha ido algumas vezes com Alice e tia Rose. Percorro por entre a galeria devagar, para tentar passar despercebida, mas percebo ser quase impossível, pois vislumbro sempre olhares discretos sobre mim. Paro na porta da boutique e suspiro antes de entrar, o sino soa na porta anunciando minha entrada e logo uma vendedora com um sorriso maquiado vem me atender, está somente ela na loja, ela é baixinha, com um quadril avantajado e bochechas rosadas naturalmente, seu cabelo preto destaca isso, e seus olhos castanhos me encaram.
—Bom dia! Em que posso ajudar? – ela pergunta e eu sorrio simpática.
—Bom dia. Preciso de uma calça. – ela sorri e caminha até a parte feminina, quase bato na testa pela minha estupides – Masculina, preciso de uma calça masculina. – digo e ela franze o cenho – É um presente para o meu namorado. – justifico e sorrio, ela retribui o sorriso e me leva até a parte masculina.
Ela começa a me mostrar os modelos e meu celular vibra no bolso, provavelmente era Seth com a localização, mas ele vibra novamente. Franzo o cenho e o retiro do bolso. Mensagem de Bella.
Renesmee Carlie Cullen, quando voltar a Forks venha direto para casa e traga Jacob com você, precisamos conversar.
By Bella
Faço careta e suspiro guardando o celular no bolso, olho para frente novamente e a vendedora está me olhando.
—Algum problema? – ela pergunta e eu nego.
—Nenhum, vou querer aquela. – digo apontando para a maior calça dali, as outras pareciam muito apertadas para Jacob.
—Mas essa é G. – ela fala espantada e eu sorrio.
—Perfeito. – digo e ela disfarça sua surpresa, quase rio com sua cara de espanto, ela leva a calça até o caixa, e eu pego uma cueca que está em um saco plástico sobre uma prateleira bonita, e fico corada por isso. Imagino se servirá, mas repreendo qualquer tipo de pensamento assim que venha a minha cabeça. Entrego para a mulher quando chego no caixa e ela ergue uma sobrancelha, sorrio sem mostrar os dentes e ela coloca na sacola junto com a calça, a entrego o dinheiro e pego a sacola.
—Pode ficar com o troco, obrigada. Bom dia. – digo e saio pela porta apressada, o sino anuncia minha saída, e olho para trás apenas para vislumbrar a vendedora me olhando um última vez, e quando viro para frente uma pessoa passa por mim apressada entrando a loja, se eu não fosse vampira estava no chão.
Tento me situar, mas o cheiro de canfora chega ao meu olfato, aquele cheiro, eu reconheceria em qualquer lugar, sinto um arrepio subir na base da minha espinha dorsal e chegar até minha nuca, meus sentidos ficam em alerta e eu entro na loja novamente procurando o dono do cheiro. Mas ao vasculhar a loja percebo que apenas a vendedora está lá, me olhando assustada, sorrio sem graça para ela, e saio da loja de novo, indo para o carro do Seth.
Quando entro fecho a porta e suspiro fechando os olhos, eu estava ficando louca, essa história só podia estar mexendo comigo. Pego o celular e abro na mensagem e Seth.
Km 137, próximo a saída de Port Angeles na floresta.
By Seth Clearwhather
Olho para ambos os retrovisores, checando e dando voz a minha paranoia, e balanço a cabeça para tentar tirar aquele vestígio de loucura dali. Ele estava em Volterra. Coloco a chave na ignição e viro dando a partida, sigo pelo centro da cidade e logo a saída está na minha frente, suspiro quando chego a rodovia de novo, e sorrio ao vislumbrar depois de alguns minutos a placa de km 137 a minha frente. Paro o carro devagar, pego a calça e a cueca de dentro da sacola e saio do carro o trancando, penso se talvez Seth poderia levar uma multa por eu estacionar ali, mas eu teria que lidar com isso depois.
Entro na floresta fechada e sou engolida pelos enormes pinheiros, olho para o céu e ele tem uma cor cinza azulada, o sol em Port Angeles quase conseguia vencer as nuvens carregadas de chuva, quase. Olho para frente e apuro meus sentidos, o cheiro de Jacob estava fraco, como se ele tivesse passado ali a algumas horas, mas ele não podia estar muito longe, Seth havia me dado essa localização.
Corro pelo caminho a frente, e começo a perceber que as arvores estão diminuído. Uma luz mais forte anuncia que estou chegando a campo aberto, o cheiro de Jacob se torna mais forte ali e como se cada célula do meu corpo soubesse disso, minhas pernas me forçam a correr mais rápido, quando chego a base da floresta, um campo com ervas daninhas espalhados por todos os lados, se abre a minha frente e o enorme lobo castanho avermelhado está lá deitado, próximo a uma enorme rocha, fazendo tudo ser pequeno perto dele. Não preciso me pronunciar, seus olhos encontram os meus quando chego a borda da floresta, e sinto uma leve raiva me tomar, caminho até ele obstinada e ele se coloca sobre suas quatro patas ainda me encarado hipnotizado.
Quando chego a sua frente ele gane, reviro os olhos e jogo a roupa no chão.
—Precisamos conversar. – digo seria e me viro de costas, para que ele se transforme e se vista.
Escuto seus passos até a roupa e depois sinto seu enorme focinho me farejar, dou um passo à frente o repreendendo, ele bufa por entre as grandes presas e se afasta.
Uns minutos depois, os passos de Jacob chegam até mim, eu me viro o fitando, meus olhos passeiam por seu corpo, admirando como a calça de alfaiataria que tinha comprado fez um belo trabalho, no corpo trabalhado de Jacob, é claro que a calça só dava mais beleza a tudo, porque o corpo de Jacob fazia por si só um belo trabalho, mas a calça quase um número a menos que o seu, moldando suas cocas torneadas e seu bumbum redondo e avantajado era uma visão desleal, mordo o lábio inferior repreendendo alguns pensamentos não muito castos e sem que eu tenha chances de protestar, seus braços quentes me envolvem, sinto meus problemas e preocupações se dissiparem da minha cabeça e quase me rendo, mas respiro fundo e o empurro levemente o afastando, sentindo meu corpo protestar por isso.
—Nessie o que faz aqui? Como sabia que eu? – ele pergunta e nega, respirando fundo – Seth, vou mata-lo. – ele fala e eu quem nego dessa vez.
—Se eu não te matar primeiro, agradeça ao Seth depois, ao invés de mata-lo, se não fosse por ele, eu não estaria aqui. – digo seria e ele ergue uma sobrancelha.
—Eu não, você não. Nessie eu quis te dar um tempo para pensar, não pensei que.. – ele começa a tentar se explicar e eu ergo a mão, para que ele se cale.
—Esse é o seu problema Jacob, ficar achando que sabe sempre o que é melhor para mim, sem conversar comigo, você precisa parar de tomar decisões por mim, eu sou dona da minha vida. – digo dura e ele faz uma careta contorcida.
—Sei disso, sei disso mais do que gostaria, mas apenas quero proteger você. – ele fala e eu suspiro.
—Também sei disso, mas você e meus pais precisam parar de tentar me proteger a todo segundo, Jacob essa é a minha vida, eu preciso tomar as decisões dela e não vocês. – falo e ele dá um passo na minha direção.
—Me desculpe primavera, eu nunca quis que pensasse assim. Eu quero que tome as decisões da sua vida. – concordo e caminho de um lado para o outro.
—Então pare de agir como se eu ainda fosse uma criança Jacob, eu não sou criança mais, vocês não podem mais querer viver a minha vida por mim, entende? – pergunto o encarando agora, sua expressão está impassível. Uma ruga paira sobre sua sobrancelha, ele suspira e me olha da cabeça aos pés.
—É, acho que perdi o momento em que se tornou essa mulher forte e decidida. – ele fala quase frustrado, e eu ergo uma sobrancelha.
—Não está contente não é, que eu sou independente agora? Que não preciso mais viver sempre dependendo de vocês. – pergunto raivosa, ele nega e se aproxima mais, ficando a centímetros de mim e toca meu rosto com a ponta dos dedos.
—Não é isso, eu sempre via sua independência, o quanto aprendia rápido para fazer sozinha, a forma como sempre procurou fazer do seu jeito, tomar as suas decisões, e por Deus sou louco por você de todas as formas, e você não sabe o quão sexy fica decidida assim. – ele fala, eu coro – É que eu só, preciso me adaptar entende? Eu não consigo não proteger você, não tentar fazer as coisas que acho que é melhor para você. – ele fala quase de forma dolorosa e eu suspiro, sentindo seu hálito de menta bater meu rosto.
—É só perguntar Jacob, é só me perguntar. – falo e ele concorda fechando os olhos, sua mão segura minha nuca e a outra minha cintura, ele cola nossos corpos e sinto que não posso mais ser dura comigo mesmo, meu corpo se rende aos poucos, a seu calor, movimentos, hálito e cheiro, tudo me convidando para ele, espalmo minhas mãos sobre seu peitoral e ele fica com a boca muito perto da minha.
—Me desculpe, prometo que vou perguntar sempre a partir e agora. – fala rouco e baixo, e beija meus lábios devagar, posso sentir o alivio invadir minha corrente sanguínea, como se eu estivesse em abstinência e a droga tivesse acabado de entrar no meu corpo, acalmando meu sistema nervoso.
Quando a língua de Jacob invade minha boca fico em um estado de torpor, onde não sei mais em que lugar estou, e nossas línguas dançam sincronizadas uma sob a outra, minhas mãos trabalham de forma automática subindo até sua nuca e o puxando mais para mim, e ele me ergue de forma ágil e fácil, com se eu fosse uma pena, entrelaço minhas pernas em volta da sua cintura e Jake me prende entre a rocha e seu corpo quente, ele coloca meu cabelo de lado e beija extensão de meu pescoço e eu gemo baixinho seu nome.
Mas então ele interrompe seus movimentos e erigisse no lugar, levo meus olhos nos seus e estão preocupados.
—Veio sozinha? - ele pergunta e eu franzo o cenho, mas concordo, seus olhos ficam calorosos e raivosos, e ele me desce me encarando - Então você foi seguida, tem vampiro aqui. - ele constata e eu não quero acreditar nas suas palavras. Então eu não estava ficando louca.
Quando puxo o ar para tentar sentir o cheiro do meu perseguidor, Jake me puxa para fora do campo aberto e ameaça se transformar.
—A menos que queira ir pelado no carro de Seth, melhor não fazer isso. - digo e ele solta uns palavrões baixo – Ou você pode ir transformado e eu vou de carro. - suponho e ele nega repetidas vezes.
—De jeito nenhum, não vou te deixar sozinha, vamos. - protesta, me joga sobra suas costas e começa a correr antes de eu pensar em algo, então o cheiro de canfora chega a meu olfato, eu faço uma careta, e repito na minha cabeça, Alec não pode estar aqui, Alec não pode estar aqui.
_________________________________________E então o que acharam? Me contem prometo que não demoro postar o proximo cap. ♡
Bejú
By Isa Devaylli
VOCÊ ESTÁ LENDO
Equinócio
RomanceA maturidade poderia se dizer que era uma das coisas que eu mais esperava, no entanto a data foi marcada por algo mais do que isso. A data traçou o meu destino, um destino ao qual eu não tinha escolha, teria que o seguir ou deixar as pessoas que eu...