27 anos atrás...
As grandes janelas do quarto de Raíssa deixava o luar e os ventos do litoral roçarem a pele pálida e nua por debaixo dos lenções vermelhos de seda. A rainha não dormia, não precisava. Não queria desviar sua atenção da mulher que estava em seus braços. Os cabelos longos e ruivos tinham uma textura macia, que brilhavam mais na penumbra do ambiente que qualquer pedra de rubi.
Mavis moveu o corpo sonolento e esbelto; as pernas longas se entrelaçaram e Raíssa sentiu todas as formas do corpo dela conta o seu. A pele fria esquentando uma a outra e continuou calada quando a viu erguer o rosto e encontrar seu olhar.
— Boa noite, alteza.
Raíssa arqueou a sobrancelha e apertou seu quadril, em uma provocação que sabia que ela amava.
— Mavis, já não discutimos que não teve me chamar de alteza?
— Humm... — Quase ronronando, Mavis rolou para cima dela, preguiçosa como uma gata e abriu um sorriso de canto. — É verdade. Se não me engano, sua regra foi que não era nada adequado chamá-la com tanta formalidade quando estivéssemos nuas na mesma cama.
Sem se conter, Raíssa riu e a puxou para um beijo. Mavis se abriu para ela, a recebendo com o mesmo desejo que corria nas suas veias. Elas rolaram na cama, os lenções deslizando para o chão, se tornando um amontoado rubro no chão escuro. Mãos, pernas, beijos se perdiam entre elas.
A rainha de fogo estava marcando uma trilha de beijo entre os seios de Mavis quando ambas ouviram um vento zunir ao redor delas. Surpresa, ergueu a cabeça e ao olhar para a lua cheia lá fora, ouviram um choro. Um choro de um recém-nascido bem longe dali.
Um bebê de outro reino.
Sem se dar conta, Raíssa pulou da cama e nua, foi até a janela. O vento batia contra seu rosto, fazendo seus cabelos longos e platinados flutuarem ao seu redor. Fechou os olhos, deixou que o luar a envolvesse, que lhe mostrasse o que precisava ver.
E viu.
Viu um homem de olhos cinzentos, seus braços fortes segurava um machado no ar em um ataque; fios loiros e longos do cabelo escapavam das tiras de couro que os amaravam. Ela prendeu a respiração quando ouviu as batidas do próprio coração ecoar em seus ouvidos. Um coração que estava congelado desde a transformação.
— Raíssa.
Ela se virou e encarou os olhos escuros de Mavis, que estavam surpresos com o som das batidas do seu coração. A rainha continuou em silêncio, ainda se acostumando com o fato de ter um coração novamente e não levou muito tempo para perceber que ele batia lento, por algum motivo, partido.
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De Sangue e Fogo| DEGUSTAÇÃO|
Vampiros2023 NA AMAZON Raíssa sabia que o despertar do Novo Mundo seria apenas o começo de uma grande batalha para tomar de volta o que lhe foi tirado. Por anos seus inimigos não sabiam como atacá-la, não se permitia ter nenhuma fraqueza e agora, tudo tinh...