Juliette pov
Há quem diga que a minha vida é perfeita, e modéstia a parte, ela é muito boa mesmo. Tenho 17 anos, uma ótima condição financeira, pais incrivelmente amorosos e um irmãozinho chamado Benício, além de um círculo de amizades bastante divertido.
A única coisa, ou melhor, pessoa, que estava me tirando do sério atualmente tinha nome e sobrenome: Sarah Andrade.
Há duas semanas, eu estava caminhando no parque enquanto ouvia música, e como sou a pessoa mais desastrada que já pisou no planeta, é claro que eu tropecei em algo. Mas, dessa vez, alguém me segurou, e que alguém! Era uma mulher linda, alta, loira e de olhos verdes.
Sabe amor a primeira vista? Então, isso eu nunca senti, mas tesão a primeira vista? Ai já era outra história...
Eu nunca senti os olhos de alguém serem tão intensos como aquelas orbes verdes, meu Deus! Os braços ao redor da minha cintura quando me segurou só tornaram tudo pior: eu estava ofegante e mal conseguia falar.
Ela me soltou, me mandou tomar cuidado e voltou a sua corrida (mencionei que ela usava roupas de ginastica tão justas que moldavam o corpo dela perfeitamente? Céus), nunca tinha visto (ou sentido) alguém com o Sex appeal tão forte.
Antes dela ir embora, pude ver escrito "Sarah Andrade" no seu boné (quem tem o proprio nome bordado no boné? Bom, ela tinha).
E ela me deixou lá: ofegante, encharcada, e pronta pra procurar por ela em alguma rede social. E foi exatamente o que eu fiz, demorou um tempão, mas achei ela no instagram. Mas isso não significava nada, afinal, o que eu ia dizer? "Oi, eu sou a menina que você segurou hoje lá no parque, tudo bem?".
Nessas duas semanas, não tive coragem nem de seguir ela, apenas acompanhei seu perfil com meu fake, mas eu não aguentava mais sonhar com essa mulher, e não preciso nem dizer que tipo de sonhos eram...
Com o pensamento de que todo meu trabalho tinha ido por agua abaixo, tomei um banho e coloquei um conjuntinho de pijama, e então escutei minha mãe dizer que a babá tinha chegado.
Aparentemente, eu não tenho maturidade suficiente pra cuidar do meu irmão, segundo a minha mãe, apesar de eu já ter provado pra ela diversas vezes que conseguia sim fazer isso.
Okay, eu não a culpo, uma vez eu escapei enquanto meu irmão dormia pra ir a uma festa, ele acordou de madrugada e não me viu em casa, claro que fiquei de castigo e ela passou a contratar alguém pra cuidar do Benny enquanto ela e meu pai estão fora.
O que eu não imaginava é quem eu veria na sala de casa...
- Juliette, essa é a Sarah, ela vai ser a babá do Benny essa noite, não a atormente e tenha juizo, te amo! Volto mais tarde- e saiu com meu pai.
Eu estava estática, não consegui falar nada, apenas olhar pra ela e contemplar sua beleza ( como se eu não tivesse feito isso nas últimas duas semanas). Ela usava uma blusa de manga longa preta e uma calça jeans. Mas ela interrompeu meus devaneios.
- Vejo que continua inteira, Senhorita Freire.
- S...sim, estou- Juliette? Que tipo de resposta é essa? Você está parecendo uma idiota.
- Muito obrigada por me ajudar naquele dia - dou um sorriso torto e corro pro meu quarto.
Então ela é babá? E continua atraente como sempre... meu Deus, ela lembrou de mim! Por que ela lembrou de mim? Minha cabeça estava um caos, e devo ter passado muito tempo pensando, pois quando peguei meu celular, já era 21:32, meu irmão já deveria estar dormindo, então o que será que a Andrade está fazendo? Desco as escadas de casa e vejo ela sentada no sofá com o celular na mão, achei que ela não tinha me percebido, mas...