Consequências

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Heeey~ finalmente voltei pra postar mais algumas fics minhas aqui cksnxkdncm dessa vez, sobre esses dois fluminenses complicados do meu coração (não deixem eles descobrirem) Rio estado e Rio capital \o/ baseado na música que completamente descreve...

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Heeey~ finalmente voltei pra postar mais algumas fics minhas aqui cksnxkdncm dessa vez, sobre esses dois fluminenses complicados do meu coração (não deixem eles descobrirem) Rio estado e Rio capital \o/ baseado na música que completamente descreveria a relação deles, "Samba de uma nota só", na versão da Nara Leão e Tom Jobim~

O nyo!RJ é meu oc, e RJcity é o oc de uma amiga minha :3 espero que curtam e comentem suas opiniões sobre, vou amar lê-las!!

Estado do Rio de Janeiro – Vinícius

Cidade do Rio de Janeiro – Vitor

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"Eis aqui este sambinha feito numa nota só

Outras notas vão entrar, mas a base é uma só

Esta outra é consequência do que acabo de dizer

Como eu sou a consequência inevitável de você"


Vinícius suspirou irritado com o próprio violão desafinado, voltando a mexer no instrumento, sentado no banco da orla de Copacabana, virado para a praia, olhando o céu vermelho e alaranjado com as ondas fortes do mar. 

Vitor estava sentado no mesmo banco, virado para o lado da avenida, abraçado ao seu próprio violão, cara meio emburrada para a população carioca e estrangeira que passeava por ali. 


"Eis aqui este sambinha feito numa nota só

Outras notas vão entrar, mas a base é uma só

Esta outra é consequência do que acabo de dizer

Como eu sou a consequência inevitável de você"


O Estado voltou a cantar, numa clara indireta direta para ele. A capital deu um suspiro longo, se negando a olhar para o moreno ao seu lado, que enfatizava cada verso com a voz suave e harmônica.

Ajeitando sua postura, começou a tocar no mesmo ritmo que ele, fazendo-o parar enquanto continuava a próxima estrofe.


"Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada

Ou quase nada

Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada

Não deu em nada"


Levantou uma sobrancelha em desafio, olhos castanhos mel nos castanho chocolate, que o encarava com um sorriso pequeno. 

Vinícius balançou sua cabeça, seus cabelos voltando a balançar com o vento marítimo salgado e forte. Era verdade, quase nunca conseguia ser direto em palavras com seus sentimentos – e no país da lábia, ele era o rei. 

Vitor o conhecia, mas ele também conhecia Vitor.


"E voltei pra minha nota como eu volto pra você

Vou cantar em uma nota como eu gosto de você

E quem quer todas as notas: Ré, mi, fá, Sol, lá, si, dó

Fica sempre sem nenhuma, fica numa nota só"


Rio capital voltou a bufar, cotovelo apoiado na curva do violão e queixo na mão, fingindo ter interesse pelas beldades que passavam e não o mais velho ao seu lado. 


"Esta outra é consequência do que acabo de dizer

Como eu sou a consequência inevitável de você"


"Tu pulou os dois primeiros versos."

"Pulei para dar sentido ao que quero dizer."

"Se quisesse dizer algo, já teria falado."

"Se não quisesse, não teria me dado o trabalho." Vitor olhou para o Rio Estado, tocando a melodia enquanto murmurava, um sorriso nos lábios como se estivesse achando graça. De repente, o divertimento da situação também o invadiu, e controlou-se para não rir também.

"Ainda não o perdoei."

"A nota só, que tu sempre fica, com certeza é a dó." A capital soltou uma risada, não se aguentando. 

"Pare de ser escroto, compadre. A maresia corroeu seus neurônios? A beleza de Copacabana derreteu seu cérebro?"

"A braveza da minha capital me deixa encurralado. Quatrocentos anos e ainda tenho medo de que um dia nunca mais nos falaremos novamente." O sorriso desapareceu de seu rosto, só a melodia ininterrupta acompanhando seus sentimentos. 

O som do mar pelo menos era reconfortante e terapêutico.

Quatrocentos anos... Nunca mais... Por um momento, seu coração doeu e sua mão voou pra lá, incomodado. Não, nunca mais era muito tempo, Vinícius não teria a ousadia... Ou Vitor sim?

Olhando para o perfil calmo, só de ver a forma discreta com que seus lábios se apertaram e os olhos pareciam focar o nada, sabia que o mais velho também estava chateado. Ambos estavam. 

Olhando para o violão, inconscientemente voltou a tocar junto com ele. Sentimentos fortes são difíceis de pronunciar, concluiu.


"E voltei pra minha nota como eu volto pra você

Vou cantar em uma nota como eu gosto de você

E quem quer todas as notas: Ré, mi, fá, Sol, lá, si, dó

Fica sempre sem nenhuma, fica numa nota só"


"Pai." A palavra saiu com naturalidade, e os dedos no violão alheio erraram as notas. Quase riu, sabendo o quanto ele gostava quando o chamava assim. "Tu quem faz o jantar pra nós hoje, como pedido de desculpas."

"Só o jantar?" Seu sorriso mais sincero se abriu naturalmente, a alegria varrendo o peso que carregava nos ombros. Vini cantarolou. "Seu pedido é uma ordem, vossa alteza." E mudou de música, xingando quando a corda desafinou novamente.

Nota mental: comprar um violão novo para o Estado do Rio.

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