Essa história é longa então senta que eu irei contar.
Chamo-me Gizelly Bicalho, tenho 22 anos, trabalho desde os meus 15, sempre fui muito esforçada e dedicada. Venho do interior do Espírito Santo, minha família não é muito grande e o cara que se diz meu pai deixou minha mãe, meus dois irmãos e eu dizendo que iria pra capital encontrar emprego e voltaria para nos buscar, pois ele nunca voltou e nunca mais soubemos nada sobre o mesmo.
CINCO ANOS ANTES...
Quando meu pai nos deixou, minha mãe resolveu trabalhar de faxineira e eu via como minha mãe dava um duro danado para sustentar nos quatro, resolvi que não podia ficar parada esperando a sorte chegar. No interior todo mundo conhece todo mundo, seu Luís o dono de um armazém sempre foi muito amigo dos meus avós e me deu meu primeiro emprego, como ele dizia "eu tinha a cabeça boa para as contas". Meus irmãos Fernando de 8 anos e Letícia de apenas 1 ano ficaram com a minha avó enquanto mamãe e eu trabalhávamos, e os estudos minha mãe não me deixou largar.
-Filha sem estudo não somos ninguém nessa vida!
-Mas mãe a senhora está trabalhando demais, eu sei que posso ajudá-la.
-Meu bem não se sinta obrigada, eu tenho que dar conta agora que somos só nós!
-Então vamos combinar, eu não vou largar os estudos, mas vou trabalhar pro seu Luís, nem que seja só meio horário!
-Combinado minha filha, mesmo que seja injusto com você, agora somos só nós 4 e temos que seguir em frente.
Dividia-me entre a escola e o trabalho, minha mãe continuou com as faxinas. Apesar de tudo nós éramos felizes e não nos faltava amor.
Os anos foram passando e eu passei a estudar no período da noite então pedi ao seu Luís um horário integral no armazém, sendo assim ganharia um pouquinho a mais e minha mãe trabalharia menos e teria mais tempo com os meus irmãos. Eu era muito focada nos estudos, queria fazer faculdade quando eu não estava trabalhando estava com a cara enfiada em algum livro. Queria cursar direito, sou uma pessoa que não suporta injustiça e o direito parecia a profissão certa a seguir.
Já estava no último ano do ensino médio, nunca tive muitos amigos, na verdade eu tinha uma única amiga. Tabata e eu nos conhecemos no sétimo ano desde então fazíamos tudo juntas, Tabata era muito diferente de mim, ela era extrovertida, e bem conhecida, principalmente entre os garotos, já eu nem tinha perdido o BV eu tinha.
- Oi miga
- Oi, trouxe o exercício?
-Nossa Gizelly, da um tempinho você vai acabar enlouquecendo de tanto estudar.
- Esse exercício vale três pontos Tabata, não vai me dizer que esqueceu em casa?
-NÃO, está aqui o CDF. Mas mudando de assunto, você vai na festa da uva?
-Não, segunda vai ter o simuladão do vestibular, preciso estar descansada.
-Aff Gizelly, a festa é sábado à noite, no domingo você descansa. Vamos por favor, juro que estaremos em casa cedo. Eu quero dar uns beijinhos no Claudinho.
-Você não se cansa de ser pervertida né?
-E você vai morrer virgem né? O Paulo vai com a gente, é a sua oportunidade de perder, nem que seja esse BV.
- HAHA engraçadinha, vamos pra aula.
A aula passou tranquila, com Tabata ainda me perturbando pra ir com ela nessa tal festa da uva. Ela tinha intenções em ficar com o Claudio, um garoto do terceiro C, e queria me empurrar o irmão dele, o Paulo.
Ele não era um cara feio, o problema é que eu sentia zero de atração por ele, na verdade eu acho que não sentia atração por ninguém.
Aos sábados eu trabalhava até o meio dia, então à tarde eu aproveitava pra dar uma geral na casa, sempre contava com a ajuda de Fernando, que apesar de novo sempre me ajudava nas tarefas de casa. O Fernando sentiu muito quando nosso pai foi embora, e isso fez com que eu desse mais atenção a ele.
Minha mãe fazia o possível para que a gente fosse feliz, mas eu sabia que ela sentia falta do meu pai.
- Minha filha, sua amiga Tabata está na sala te aguardando, ela veio me pedir permissão pra deixar você acompanhá-la na festa da uva.
- Aff a Tabata não desiste, Meu Deus.
- Filha, vá à festa, se divirtam. Quando você não está trabalhando, está estudando, você é jovem meu amor, precisa aproveitar também.
-Ta bem mamãe, avise a ela que eu não demoro.
Mamãe tinha razão, eu não podia me privar tanto assim. Tomei um banho e fui me arrumar.
Eu não me considerava feia, eu tinha 1,65 de altura, tinha um corpo magro, mas possuía alguns atributos, seios médios, coxas torneadas ganhas pelas escadas do armazém do Sr. Luís, minha pele bronzeada contrastava com meus olhos castanhos.
Coloquei uma calça jeans com uma regata branca e uma camisa xadrez por cima, nos pés coloquei minhas botas estilo montaria, deixei meus cabelos soltos e ondulados, finalizei com uma maquiagem leve, eu não gostava de exagerar.
-Pronto, conseguiu o que queria sua chata.
- Uau amiga, você está linda, vamos ver se hoje o Paulo te arrasta pra dançar.
- Vamos palhaça, antes que eu mude de ideia.
Saímos e o Claudinho estava estacionando na porta da minha casa, ele estava dirigindo o carro do pai, uma S10 velha. O Paulo passou pro banco de trás dando o lugar pra Tabata, e eu fui atrás com ele.
- Vocês estão lindas meninas, a homarada vai morrer de inveja quando chegarmos com vocês lá. - Claudinho disse selando os lábios da minha amiga com um beijo rápido.
O caminho até a festa demorou uns 30 minutos, ficava na fazenda do Sr. Sebastião, ele tinha fama por organizar ótimas festas. Conversamos sobre muitas coisas, pude perceber as carícias e os olhares apaixonados que o Claudinho e minha amiga trocavam. Eu ainda não sei o que é paixão, muito menos sentir amor por outra pessoa que não seja minha mãe e meus irmãos.
Chegamos à fazenda e Paulo desceu e abriu a porta pra mim, fiquei um pouco sem graça quando ele me deu o braço pra entrarmos na festa. Paulo estava vestido uma camisa polo azul escura, calça jeans do mesmo tom, seus cabelos estavam perfeitamente alinhados, quem nos visse poderiam falar o belo casal que formamos.
Tabata saiu com o Claudinho para buscar algumas bebidas e me deixou a sós com o Paulo, Tabata sempre tenta arrumar namorados pra mim, mas eu só tinha cabeça pros estudos.
- Eles formam um belo casal, né?- Paulo disse chamando minha atenção.
-Verdade, eu acho que o cupido acertou eles.
- Olha Gizelly, eu nunca gostei desses encontros de casais que meu irmão arruma, eu venho, pois meu pai fala que eu tenho que tomar conta dele.
- Ai, nem me fale, Tabata me mete em cada uma.
-Gi, posso lhe chamar assim?- Ele colocou a mão em meu ombro e sorriu. - Mas já que estamos aqui não podemos deixar de aproveitar né.
- Geralmente me chamam só de Gizelly, mas eu gostei de Gi.
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O primeirooo
Lembrando que tudo aqui não passa de ficção.
Capa provisoria.
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Você Partiu!
FanfictionGizelly Bicalho é uma menina, do interior que se fechou para o amor desde que foi deixada, sozinha e triste depois de ter se entregado para a mulher que ela achava que era sua paixão. Gizelly hoje é uma mulher determinada, consegiu um emprego de est...