Para o cara de Nova York.

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2020, Nova York.
Eu só tinha lembranças do cheiro e
do beijo inesquecível dele, mas fui boba demais em nem pedir seu número e claro sabia seu nome. Enquanto enxugava o meu cabelo sentindo a água do chuveiro cair sobre meu corpo, meus pensamentos vinham direto na minha noite passada com Sebastian. Esse era o nome dele, e eu só essa informação.

Saio do meu longo banho e me cubro com a toalha, passo ela pelo meu pescoço e tendo flashback da minha noite. Eu poderia muito bem jogar o nome dele no google pra ver o que dava, só que existe muitos sebastian por ai e se ele me deixou com gosto de quero mais, eu com certeza deixei nele também.

Ah vou voltar a 24h atrás pra vocês entenderem o que de fato aconteceu.

Bom, ja que você não me conhece vou me apresentar. Meu nome é Cher Rameno, tenho 30 anos e trabalho no ramo da moda. Eu amo o que eu faço e eu sou muito boa nisso, não querendo me gabar mas a última coleção que produzi foi pra Louis Vuitton e foi uma das coleções mais lindas que ja fiz. Bem, me mudei faz menos de dois meses pra cá (para meu apartamento, eu sou nova-iorquina) e eu não conheço nenhum vizinho, apenas o porteiro Jess, ele é um querido.

Saí do meu apartamento e fui direto pro starbucks pegar um cappuccino forte, entrei no estabelecimento e ele estava mais cheio que o normal ate que sinto um cara alto e de óculos escuros esbarrar em mim e automaticamente derramar seu café completamente quente na minha camisa branca.

- Minha camisa! - passo a mão e só piora e ele me olha pedir mil desculpas e tentando limpar também.
- Me desculpa moça, eu pago outra camisa pra você! - ouço ele dizer isso e dou uma risada baixa.
- Não precisa ta! - pego o meu café e saio do estabelecimento com uma camisa transparente e o meu sutiã preto bem amostra, fodase, eu estou irritada, as pessoas não vão reparar numa louca que esta toda molhada de café.
- O seu sutiã ta aparecendo, tapa isso, as pessoas estão olhando pra nós - ele diz colocando um papel no meu colo.
- Cara se manda, eu não quero a sua ajuda! Muito obrigada pelo banho, eu to atrasada - falo olhando pra ele.
- Eu não vou deixar você assim, me diz o que eu posso fazer pra te ajudar! Me diz seu nome pelo menos
- Nada, vai embora por favor - falo andando com a mão no meu colo tentando fazer com que fique menos nítido o meu sutiã a mostra.
- Ta bem então - ele me diz seguindo.
- Você ta me seguindo - digo olhando ele rápido.
- Não garota, para de achar que o mundo gira em seu redor! - Ele diz em passos longos.
- Olha só você que começou com tudo isso, e eu nem sei quem é você - falo parando de andar e chamo um táxi.
- Você não me deixou me apresentar - ele diz enquanto entro no táxi.
- E nem quero.

Sim, tudo começou nesse diálogo caótico, eu queria socar a cara dele mesmo sendo um completo estranho. Peguei o táxi e fui pro meu trabalho, entro na sala da minha chefe e quem eu olho sentado de frente pra ela. O cara que derramou café em mim, o mundo ele capota, ele nem gira.

- Bom dia, desculpa o atraso! - olho ele. Notei que ele tinha lindos olhos azuis. - Isso é uma piada ne? perseguição agora?
- Cher! olha como fala com o nosso cliente, desculpa por isso - ela olha ele e o mesmo faz uma cara de que não tinha problema. - Eu vou me trocar - falo saindo da sala e entro no banheiro e escuto uma fofoca de que um "gatinho s" estava aqui na Empório, apenas balanço a cabeça em negação, ouvir assunto dos outros é cilada. Saio trocada e vou trabalhar, afinal eu to cheia de coisas pra fazer.

Ja era à noite quando eu fechei a Empório, minha chefe tinha deixado um bilhete fofo na minha mesa com uma camisa nova e eu sorri com o mesmo, guardei e fui pegar um táxi, estendi a mão por uns minutos ate que um parou e entrei, alguém imediatamente entrou junto comigo e falamos uníssono.

- Ah não! - se entreolharmos. - Sério que você não ta me perseguindo? - falo olhando pra ele. - Porque eu estaria te perseguido? - ele me encara. - Moço eu saio do taxi! - digo quase abrindo a porta e o mesmo diz. - Não, eu saio! - saimos juntos e acabamos perdendo o táxi. - Porra! Era pra você ter ficado - ele diz olhando pra mim. - Era pra você! - aponto pra ele que estava na minha frente agora. - Gostei do seu nome - diz dando um sorriso sem mostrar muito os dentes. - Obrigada - sorrio sem mostrar os dentes. - Ficaria mais fácil se eu soubesse o seu - te olho. - Sebastian - ele diz estendendo a mão e eu a aperto. - Prazer - sorrio leve.

Para o cara de Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora