Para um.... monstro!

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Cher.

Estou vivendo a pior semana da minha vida, depois daquela briga que eu e Sebastian tivemos no hotel em Los Angeles tudo ficou parecendo forçado, tudo ficou uma merda e eu estava me sentindo horrível. Uma péssima mãe, mulher e pessoa, eu e ele estávamos tentando viver uma vida normal como foi combinado ate o dia que ele iria fazer o teste de DNA, eu estava muito estressada, não estava trabalhando desde a última semana e eu não saia de casa... eu apenas rezava a noite para que essa turbulência saísse o mais rápido das nossas vidas. O meu marido chegava todos os dias tarde, quase meia noite em casa e nos primeiros dois dias eu nem liguei, ate que comecei a desconfiar de cada passo dele, de cada sorriso, eu não acreditava mais nele.

Chegou o dia do resultado, 19 de março de 2022, fazem 10 dias que eu completei 5 meses e estavamos indo ao hospital quando a gota d'água aconteceu.

— Não vai me falar que esta me traindo também? - Digo baixo entrando com ele no hospital.
— Que - Ele diz entrelaçando nossos dedos e eu solto.
— Eu não sou burra Sebastian! Se você esta tendo casos a escondida com a merda da sua ex pelo menos me avisa - digo parada olhando ele e nem percebo a presença da Mônica ali.
— Cher? Pelo amor de deus eu nunca te trairia - Sebastian diz estendendo uma de suas mãos para passar sob o meu maxilar e eu tiro.
— Nunca? ah não contar que teve uma filha com a sua ex não é nada então? - Ela diz sacratísca.
— Não é bem assim Cher - Sebastian passa a mão pelos cabelos e olha a Mônica.
— Ah não? Sebastian eu to dando o meu melhor pra aguentar toda essa porra que você não aguentou, eu to fazendo de tudo pra gente não acabar - eu nem acabo a frase e Sebastian pega no meu braço entrando em uma sala vazia do corredor.
— Cala a porra da boca Cher! PARA! - Sebastian diz ainda segurando o meu braço e me olhando firme.
— Eu não paro até a nossa vida voltar como era antes - A olho, meus olhos estavam lacrimejando.
— Ela não vai voltar como era antes - ele diz frio e eu mexo no seu colarinho passando a mão pelo seu pescoço sentindo a porra da testura de base.
— Como você pode fazer isso com a gente? Eu já não estava suficiente na sua vida desde quando? DESDE A PORRA DE QUANDO QUE EU NÃO SOU QUEM VOCÊ PROCURA? HEIN! FALA! - Digo olhando ele. - Eu sabia, eu sabia que essa merda ia acontecer - digo andando pela sala passando a mão pelo meu cabelo sentindo um desconforto na barriga.
— Desde as minhas últimas idas a Los Angeles. - Ele diz friamente. - Ela, ela ta me usando Cher! Ela disse que só faria o exame se fosse assim...
— Meu deus Sebastian você tem um tipo? é isso? engravida suas mulheres e depois some? - Cher diz chorando ja. - QUE SE FODA QUE ELA TA TE USANDO CARALHO, VOCÊ TINHA UMA FAMÍLIA!
— Não... não amor, você está entendendo errado! - ele tenta se aproximar.
— Você ainda ousa a me chamar, sebastian eu não quero mais, eu não, eu não me reconheço mais - ela diz chorando - eu fiz tudo por você, eu deixei, e você faz isso?
— Eu preciso ir tão me chamando - Sebastian diz após ouvir o seu nome pelas caixas de som do hospital. - Va pra casa e tome um banho, descansa... você está muito, muito... estressada. - Ele diz saindo deixando Cher ali.

O meu mundo caiu, ele saiu por aquela porta e eu não estava acreditando no que eu ouvi, da boca do Sebastian, ele afirmou que estava me traíndo, seus olhos, seu corpo ja me dizia e eu não pude perceber meu deus como eu sou burra. Estava sentado no chão tremendo e estava febril, eu so sabia chorar e chorar nada passava na minha cabeça apenas que eu fui trouxa a esse ponto. Me levantei um pouco devagar e ao olhar pra baixo, eu noto que estava sentada numa poça de sangue. Eu... eu.. eu.. eu perdi? eu perdi meu bebê? Não não isso não pode acontecer! passo os dedos por baixo da minha saia e meus dedos estavam cobertos de sangue eu chorava tanto que comecei a gritar, a gritar por socorro. Eu matei o nosso bebê Sebastian.

Quando eu menos espero uma enfermeira entra na então salinha e me socorre me colando numa maca e assim sou levada ara um quarto e atendida, a minha cabeça não estava entendendo nada e eu estava inconsciente. Eu não sei mais quem eu sou. A médica me fazia perguntas e eu estava delirando, ate que ela me dopa com algum remédio e eu apago no sono. Estou ainda inconsciente e sinto quando o Sebastian entra no quarto, ouço seu choro compulsivo sob o meu corpo e eu so queria que ele fugisse pra bem longe com aquela mulher e a nova família perfeita dele e me esquecesse, nós esquecesse. Ele falava coisas que eu não conseguia entender, chorava compulsivamente com culpa. Questionava o porque a Deus, mas nessa altura do campeonato nem Deus queria saber da pobre alma dele.

Sebastian

Depois que eu e Cher brigamos, fui chamado para o resultado do teste de DNA, Mônica não falou nada e eu apenas abri o envelope lendo um enorme *INCOMPATIVEL* foi horrível a sensação transpirar tranquilamente, eu apenas amassei o papel e joguei o mesmo longe.

— Pode ir embora, deu negativo - Digo a
Mônica.
— Eu te avisei, mas você que insistiu, você que quis relembrar a nossa relação! e se a Maddy fosse realmente sua filha você nunca iria ver ela!
— Mas ia ser um direto meu! - digo baixo e logo noto um tumulto e uma maca saindo a pressas da sala que eu e Cher estavamos.

merda

— Acabou tudo ok, vai embora! desapareça- falo saindo dali correndo e seguindo um dos médicos. — Doutor, por favor deixa eu....
— Não posso, ela foi pro bloco cirúrgico! o senhor vai ter que aguardar - o doutor diz a Sebastian.
— Certo - digo engolindo seco.
— E o senhor é o que da paciente? - ele me pergunta preenchendo uma ficha.
— Marido - digo rápido para ele que preenche.
— Ok o senhor pode me dar o cpf ou rg dela? pra por na ficha.... e so comfima o nome, Cher Rameno Stan ne?
— Sim, claro! - passo a mão pelo queixo me sentando na cadeia.

(...)

faz uma hora que eu estou sentado aqui, olhando pra parede branca a minha frente e pensando o quanto eu fudi a minha vida nessa semana. Ela não merecia isso, vejo um médico se aproximar e eu levanto pra falar com ele.

— Marido da Cher Rameno Stan? - O médico diz me olhando.
— Si..sim - digo engolindo seco e o mesmo coloca a mão no meu ombro.
— Eu sinto muito informar Sebastian, mas a sua esposa teve um aborto espontâneo - o médico diz segurando o meu ombro e eu apenas fico o encarando, sem reação nenhuma. — Se quiser ir pra uma outra sala, pra ter mais privacidade, é a primeira porta à direita!
— Eu quero ver ela - finalmente digo algo.
— Infelizmente agora não vai dar, ela esta de repouso no quarto e esta bem inconsciente.
— Quanto tempo vai demorar? - pergunto a ele.
— Em uma hora mais ou menos você vai poder vê-la, eu aviso. - ele sai e eu entro pra droga da salinha que ele me informou.

Minha cabeça está girando, as lágrimas vinham compulsivamente e eu só pensava o quão mal eu fiz a ela e nem mesmo percebi,

Ela perdeu o nosso filho, eu matei o nosso bebê. Meu deus eu sou um monstro, lapidei uma vida irreal pra ela, na qual eu sei que eu não ia dar conta. Ela deve estar muito mal e infeliz agora, ela não vai querer mais me ver e vamos acabar nos divorciando deixando todos que amamos pra trás, é o culpado sou eu, eu que comecei essa história e vou deixar que a Cher saia dela o mais rápido possível. Eu não posso perder a única mulher que mais amei na vida.

— Meu deus o que aconteceu! - digo sozinho sentado na poltrona - Eu, eu preciso resolver isso com a Cher e ela precisa de mim! ela precisa segurar a minha mão ela deve estar sofrendo, que merda Sebastian olha a porra que tu fez!

Continuo sentado na poltrona chorando, o meu choro é de culpa e sofrimento... ouço alguém bater a porta, entra uma enfermeira e me informa que eu ja posso ver a minha mulher. Limpo as lágrimas e a garganta me levantando indo ate o quarto, abro a porta e ela esta deitada e dormindo ligada a um soro, não consigo me conter e choro, meu choro ecoa pelo quarto a droga é que eu não tenho coragem de pegar na sua mão.

— Desculpa meu amor, desculpa - digo chorando. - Eu sou a pior pessoa do mundo, me desculpa por te deixar nessa situação! Meu Deus eu não mereço ela! Cher eu juro por tudo que é mais sagrado que eu não, que jamais iria deixar isso acontecer - finalmente toco na sua mão e suspiro pesado, lagrimas caem por eu estar de cabeça baixa. - Perdemos nossa vida, nosso bebê e eu sou mais culpado que você! Meu deus não se culpe, jamais, você é a melhor do mundo e não merece essa culpa horrivel.

Digo a meio de choros, meu deus eu não aguento mais chorar.

Para o cara de Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora