Capitjlo 8. Susto

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A esperança nunca acaba, ela está sempre a nos impulsionar a não desistir. Quando dei o título desse livro de milagre, foi impulsionada pela esperança. Esperança de dias melhores, com saúde, paz, cura, salvação e tudo que a Bíblia diz que Deus nos dá. Desde que iniciei o acompanhamento do meu irmão no hospital, sabia da gravidade do câncer que tomou seu corpo o deixando impossibilitado.

A primeira médica intermediária entre a oncologista e o hospital, aconselhou minha cunhada a levar ele para casa e aproveitar o tempo restante, não preciso dizer que ela ficou arrasada e me avisou sobre essa médica. Na visita do dia seguinte, ela insistiu no argumento de que o paciente tinha que escolher e podia decidir por não fazer o tratamento. Nós escutamos e ficamos quietos.

Algumas coisas que ela disse que deixaria receitado, como suspender os exames de glicose, mas não aconteceu. Quando a mesma médica voltou no dia seguinte, foi mais incisiva sobre p tratamento quimioterapia. Foi bem clara em fizer que ele não era obrigado, que seria melhor ir para casa e discutiu comigo sobre isso.

Meu irmão já tinha decidido fazer o tratamento, confiamos em Deus e no tratamento, pois foi Deus quem deu sabedoria ao homem para descobrir e criar esses medicamentos.

Comuniquei a minha cunhada sobre o ocorrido e ela pediu a mudança dessa médica, que se despediu de nós pedindo desculpa sem saber o que fez. Na verdade , o que ela fez foi esquecer da esperança, foi tentar induzir o paciente a conformar-se com um diagnóstico pessimista e fatal, quando a esperança nos leva a nunca desistir.

Assim foi que continuamos com uma doutora que apesar de alguns deslizes, tem sido incansável em manter ele firme e controlado seus sinais vitais todos os dias, além de sempre nos manter informados sobre seu estado.

Assim chegamos a essa semana, onde finalmente daremos início a segunda dose da quimioterapia. Mas enquanto eu estava em descanso no final da semana, marcaram uma ressonância magnética com sedação para toda a área da coluna cervical incluindo rins e bexiga. Eu cri que o exame mostraria a primeira melhora do câncer na coluna, pois eu não sentia mais a elevação existente em toda extensão do lado direito da coluna.

Quando cheguei na última terça feira, ele ainda não havia voltado do exame que foi no hospital São José em Botafogo. Ele demorou muito e minha cunhada que o acompanhou, foi contando pelo celular, o que estava acontecendo. A primeira anestesia, fez ele ficar quieto, mas a respiração estava muito forte, precisaram dar anestesia geral. Com isso ele chegou quase oito horas da noite.

Chegou falante, dizendo que bateu em todo mundo, que sonhou que havia se levantado para ir embora e brincou com os técnicos que o receberam. Foi cuidado e medicado. Não quis jantar, mas comeu um pãozinho com geléia e requeijão, tomou suco e água de coco, além do suplemento. Estava bem, sorrindo, falando, mas com frio. Pediu para desligar o ar condicionado e cobri-lo.

Como os sinais vitais estavam bons, deixei ele descansar, a técnica veio medica-lo as 24:30 e ele continuou dormindo. Achei estranho, pois esse tempo todo que eu o acompanhava no hospital, só vi ele dormir duas noites. A respiração estava curta, mas tomei tudo isso como efeito da anestesia. Mas quando chegou a colhetora de sangue para o exame solicitado pela médica, ele acordou sem reação, olhou para ela, mas não falou nada. Ela espetou três lugares até conseguir colher o sangue que precisava.

Dario sempre fazia um escândalo para tirar sangue. Achei tão estranho que fui até a enfermaria e comuniquei o fato, pedindo que fossem ve-lo. A funcionária, que eu não conhecia, disse que ia avisar o técnico responsável, mas no caminho encontrei o enfermeiro e relatei a ele como meu irmão estava. Ele foi e logo a técnica chegou também, verificaram os sinais dele que pareciam normais. Mas insisti com eles que não era normal aquele estado dele.

A técnica informou que parecia tudo normal, mas que iriam chamar o médico e quando o médico chegou, foi um corre corre. Ele repetiu os exames e estava tudo alterado, pressão, batimentos cardíacos (estava taquicárdico), saturação baixa e febre de quase quarenta graus. Ele perguntou sobre o que ele estava tratando o ocorrido naqueles dias e eu até lembrei que o exame de sangue do dia anterior tinha identificado uma baixa significativa das plaquetas.

Ele ligou para a médica e resolveram levar ele para o centro de tratamento intensivo. Tudo indicava uma infecção. O médico mandou fazer uma cultura e iniciar com o antibiótico de amplo aspecto.

Levaram ele.

Fiquei ali até o médico vir falar comigo, a essa altura já tinha falado com a minha cunhada e ela com a médica. Estava no celular, quando o médico veio me por a par dos procedimentos, aproveitei e deixei minha cunhada escutar também pelo celular. Não tinha mais o que eu pudesse fazer. Minha mãe preferiu ficar dando apoio a minha cunhada e eu peguei tudo que tinha de pessoal no quarto, chamei um Uber e vim para casa onde estou até agora.

No dia seguinte recebi um vídeo dele, feito pela esposa, mostrando o CTI, que nada mais é que um quarto equipado com monitoramento automático constante. Ele estava acordado e falante.
Lá só pode acompanhante de 14:00 as 18:00 horas, diariamente. Para minha mãe e eu fica difícil, pela distância de locomoção. Minha mãe não pode ficar só, pois tem risco de queda e não tem forças para andar muito e nem pegar peso.

Glória a Deus por mais um livramento.

Milagre (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora