I can hear your heart - Noart ᵃᵈᵃᵖᵗᵃᵗⁱᵒⁿ

✧04.

NOAH|🍒
|point of the views|

🍒|𝕮𝖆𝖕𝖎𝖙𝖚𝖑𝖔 𝖖𝖚𝖆𝖙𝖗𝖔.

Andando lentamente até a grama aparada que havia ali, observamos o belo rio que tinha alguns peixes e a lua refletindo na água estava deslumbrante.

Me sentei na grama e Sina se sentou ao meu lado, observando a água. Encostou suas pernas ao seu corpo, abraçando as mesmas, por conta do frio que estava fazendo. Ela encarava fixamente aquela visão e eu olhei para a garota. A luz da lua refletia em seu rosto, o que a deixava muito mais bonita do que o comum.

Levemente, ela deitou seu corpo na grama, colocando as mãos por cima de sua barriga, apreciando agora, o céu estrelado.

─── Parece que as estrelas estão formando um gatinho. ───  Sinalizou e apontou seu dedo para o céu. ─── Se observar bem e tiver imaginação, claro.

─── Eu vejo... ─── Deitei do mesmo jeito que ela, grunhindo levemente, com o esforço que eu fiz para encostar a coluna no chão. ─── Um cachorro.

─── Onde?

─── Bem ali. ─── Apontei para algumas estrelas, ligando as mesmas, e vendo um cachorrinho. ─── Consegue ver?

─── Sim, eu estou vendo! Parece que ele está farejando alguma coisa. ─── Virou seu rosto para mim e eu pude ver o quão feliz ela estava.

─── Parece mesmo. ─── Ri levemente, a encarando também.

Ficamos um tempo em silêncio, até que ela suspirou, e começou a sinalizar algumas coisas.

─── Obrigada.

─── Pelo o quê?

─── Você foi a primeira pessoa em muito tempo que... está sendo legal comigo. Sabe, você é a única pessoa com quem eu converso até agora. ─── Coçou a nuca, e eu sorri de canto.

─── Eu estou apenas... fazendo meu trabalho. ─── Ela deu um sorriso reconfortante, e me abraçou.

Fiquei sem ação por alguns segundos, mas logo retribui o gesto de carinho, sentindo o aperto de seus braços se intensificarem e eu fiz o mesmo. Fechei os olhos, sentindo todo o carinho ser transmitido para mim, e posso sentir que ela fez o mesmo. Nos conhecemos a apenas um ou dois dias, mas parece que já temos uma amizade de anos. Parece que nos conectamos de alguma maneira surreal.

Nos afastamos levemente e eu encarei seus olhos doces e claros. Era nítido apenas em seu olhar o quanto ela estava feliz com apenas aquele momento. De certa forma, apenas em saber que Sina estava feliz, ou satisfeita, eu também estava.

─── Obrigada. De verdade.

─── De nada, Si. Obrigado você também.

Ela voltou a colocar o braço por cima do meu e ficamos nos encarando por alguns minutos até que senti um pingo caindo no meu rosto. Franzi o cenho, e olhei para cima, sentindo outro pingo cair em cima de mim. Me levantei devagar e a loira fez o mesmo, olhando para cima levemente. Um pingo caiu nela também, pois secou seu rosto delicadamente. Olhamos um para o  outro, rindo, quando percebemos que iria cair um pé d'água violento, então nos levantamos rapidamente e corremos para a rua.

A chuva começou a cair como previsto, começamos a ficar encharcados e com frio. Sina não parava de rir, enquanto corríamos até meu carro que estava estacionado bem longe de onde estávamos. Eu olhava para cima com os olhos cerrados, vendo que algumas nuvens de chuva estavam se formando. Nossas respirações estavam ofegantes devido a nossa corrida, e eu apertei o botãozinho para destravar o carro.

Quando chegamos no mesmo, abrimos as portas rapidamente, e sentamos nos bancos da frente. Encaramos um ao outro, ainda ofegantes, e começamos a rir, vendo o estado de nós dois. Meu cabelo pingava no banco e Sina estava com seu casaco grudando no corpo.

─── Ótimo, vou passar ainda mais frio. ─── Sinalizou brava, e encostou no banco, cruzando os braços, e fazendo bico.

─── Calma, vou ligar o aquecedor. ─── Disse após chamar sua atenção, e apertei o botãozinho com um foguinho, sentindo o ar quente sair das grades.

Liguei o motor, girando a chave, e pedi para que Sina me guiasse até sua casa, já que ela disse que a mesma não era longe dali. Ela apontava, assentia, negava e assim fomos indo.

Vi uma pequena casinha, feita aparentemente de madeira, e pintada na cor branca, estilo americano mesmo. Haviam algumas flores nas janelas, e um gramado muito bem aparado em seu quintal, com algumas estátuas bonitinhas bem posicionadas e estrategicamente afastadas umas das outras. Uma cerca de madeira, em cor de rosa claro rodeava o quintal, e um portãozinho trancado estava levemente descascado. Por algum motivo, deduzi ser a casa de Sina.

─── É aqui?

Ela assentiu, e eu estacionei o carro em frente aquela casinha tão delicada.

─── Obrigada, Noah. Amanhã vamos nos encontrar no parque mesmo? ─── Eu assenti. ─── Então depois vamos vir aqui. Para você treinar libras.

─── Tudo bem, vamos sim. Obrigado pela noite.

─── Obrigada você também. E pela carona. ─── Sorriu e saiu do carro, carregando sua bolsa. Ela abriu o portãozinho de madeira descascada, e entrou no quintal.

Sina acenou para mim uma última vez, e eu dei partida no carro, dirigindo para a minha casa com o estômago cheio e um sorrisinho no rosto. Eu gosto de tê-la por perto e depois de terminar com Julie, parecia que eu tinha ainda mais prazer de ficar com ela e simplesmente curtir o momento. Descobri que a casa dela não era muito longe da minha, quando entrei na rua em que o aplicativo pediu e vi que era a minha.

Éramos quase vizinhos e eu não sabia disso.

Desci do carro assim que estacionei, e girei a chave, abrindo a porta e entrando na mesma, sendo recepcionando por Spike. Ele era um Golden, muito bem cuidado, e com os pelos mais brilhantes e hidratados do que meu cabelo. Muito brincalhão, e de certa forma, agressivo por seu tamanho.

─── E aí, cara? ─── Afaguei seu pelo, enquanto tentava tirar meus sapatos com ele pulando em cima de mim. ─── Calma, o papai tem que tirar o tênis!

Soltei o nó do último sapato e tirei o mesmo com meu próprio calcanhar, me levantei com esforço, e deixei Spike apoiar suas patas grandes em mim. Fui até seu pote de ração, vendo que já estava vazio, mesmo eu colocando antes de sair. O cachorro está comendo melhor que eu.

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Oieee

Eu já falei que fiquei triste por vocês não gostarem tanto dessa adaptação?

💔

Beijoo
- Natti